A peste negra foi uma pandemia de peste bubônica causada pela bactéria Yersina pestis que se alastrou pela Ásia e Europa durante o século XIV. Ela era transmitida por pulgas, ratos domésticos ou pelo contato com outro contaminado.
Por conta das condições de higiene, esses barcos traziam muitos ratos, que eram infectados e carregavam a peste. Além também da transmissão causada por contaminados.
A Europa presenciou um decréscimo demográfico (diminuição da população) ocasionado pelas mortes por peste negra. Esse decréscimo foi intensificado também por epidemias de outras doenças (como sarampo, rubéola, gripe, entre outras).
Ao ver que os mongóis muçulmanos morriam, os genoveses católicos atribuíam à doença à justiça divina, pois era um sinal que Deus estaria do lado dos cristãos.
A verdade, porém, é que a peste negra não foi extinta, pois em todo mundo foram registrados surtos desta doença até o começo do século XX.
Ao mesmo tempo que a peste negra assolava a Europa, França e Inglaterra se batiam na Guerra dos Cem Anos. Esses dois fatores provocaram uma série de mudanças sociais e econômicas na Baixa Idade Média.
Durante a peste negra, as cidades contratavam médicos para tratar os doentes. Nem sempre estes eram habilitados ou possuíam estudos de medicina, mas eram aceitos com a esperança de que trariam a cura.
As autoridades decretavam o isolamento das regiões atingidas. Isso era possível porque na Idade Média várias cidades eram amuralhadas e podiam se fechar facilmente.
No continente europeu, a pandemia durou entre 1347 até 1353. Calcula-se que um terço da população na Europa morreu em decorrência da doença. Os números são imprecisos, mas variam entre 25 e 100 milhões mortes.
Igualmente, surgiram ordens religiosas de flagelantes que costumavam se mutilar para buscar o perdão dos pecados. As indulgências (perdão dos pecados, que muitas vezes era vendido pelo clero), concedidas pela Igreja Católica, também ganharam força, pois todos tratavam de assegurar uma boa morte.
Por sua vez, a maioria dos servos deixou o campo e passaram a ocupar as cidades, onde havia mais trabalho e recursos. Assim, começa a crescer o poder da burguesia iniciando a crise do feudalismo e a revolução burguesa.
A epidemia da peste negra chegou ao fim devido às medidas de higiene empregadas como o confinamento, a construção de hospitais fora dos muros da cidade e a incineração dos mortos. Com isso, os contágios diminuíram.
Para curar da peste negra era necessário isolar o doente. Não haviam medicações efetivas. Mesmo assim, o contágio atingiu e matou os habitantes de aldeias inteiras, esvaziou mosteiros e assustou populações.
Os sintomas da peste negra eram parecidos aos de uma gripe muito forte, porém com a importante diferença que os gânglios inchavam. Então, apareciam na pele protuberâncias que se pareciam aos bulbos das plantas. Por conta disso, a enfermidade também recebe o nome de "peste bubônica".
Um dos primeiros relatos sobre a peste negra foram registrados durante a guerra entre genoveses e mongóis travada na cidade de Caffa (atual Teodósia), na Península da Crimeia, em 1346.
A enfermidade teve sua origem na Ásia Central (provavelmente na China) e se espalhou pelo Ocidente através dos barcos que realizavam o comércio entre Ásia e Europa.
A doença poderia se apresentar de três formas distintas: pulmonar, bubônica e septicêmica. Alguns dos sintomas que poderiam aparecer ao enfermo: dores pelo corpo, febre alta, sangramento pelos orifícios, inchaço nos gânglios e aparecimento de bubos, protuberâncias na pele.
Inicialmente, foram registrados casos em Santos (SP), mas foi a cidade do Rio de Janeiro, então capital do país, que enfrentou as maiores consequências. Além disso, a febre amarela, que era epidêmica àquela época, e a varíola, se juntaram à peste bubônica, tornando a situação caótica.
Quando as batalhas acabaram, os genoveses voltaram à Península Itálica levando a bordo ratos que hospedavam pulgas e eram elas que transmitiam a bactéria da doença. A partir de então, diversos surtos da doença passaram a aparecer em diferentes regiões europeias.