Quando George Papanicolaou (1883-1962) chegou aos Estados Unidos, vindo da Grécia, já era um médico experiente que tinha trabalhado como cirurgiãomilitar na primeira guerra dos Bálcãs (1912-1913).
Curte o conteúdo da GALILEU? Tem mais de onde ele veio: baixe o app Globo Mais para ler reportagens exclusivas e ficar por dentro de todas as publicações da Editora Globo. Você também pode assinar a revista, a partir de R$ 4,90, e ter acesso às nossas edições.
Como este é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres, segundo a Organização Mundial da Saúde, é atribuído a este teste - e seu criador - o feito de ter ajudado a salvar milhões de vidas.
Um estudo de cientistas do Instituto Karolinska de Estocolmo, na Suécia, com 1,23 mil mulheres que foram acompanhadas por oito anos após o diagnóstico, ajuda a ilustrar sua importância.
O médico faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero. Em seguida, o profissional provoca uma pequena escamação da superfície externa e interna do colo do útero com uma espátula de madeira e uma escovinha.
Já no fim de sua carreira, Geórgios Papanicolaou foi nomeado duas vezes para o Prêmio Nobel, recebeu o Prêmio Albert Lasker de Pesquisa Médica Clínica em 1950 e teve seu retrato estampado na nota grega de 10 mil dracmas. O especialista morreu em 19 de fevereiro de 1962, aos 78 anos, vítima de um infarto.
Um ano depois de ter chegado aos Estados Unidos, ainda sem trabalhar como médico, ele foi contratado pelo departamento de Anatomia da Universidade de Cornell, em Nova York, como pesquisador.
Quando chegou na América do Norte com a esposa Andromachi Mavroyenis, tinha só cerca de U$ 250 "o montante necessário para entrar nos Estados Unidos", de acordo com uma investigação da Associação Médica de Cingapura (SMA). Georgios vendia tapetes, tocava violino em restaurantes e Andromachi costurava botões por cinco dólares por semana. Isso aconteceu por um tempo, até Papanicolauo ser chamado pela Universidade de Cornell para trabalhar como pesquisador.
Nascido em 13 de maio de 1883, na ilha de Eubea como Georgios Papanikolaou, ele se formou em Medicina com louvor aos 21 anos, depois de também ter estudado música e humanidades.
Como explica a AMC, por ter um baixo custo, ser fácil de ser realizado e bastante efetivo, o Pap se tornou o "padrão de excelência na detecção do câncer cervical" em todo o mundo.
Em 13 de maio de 1883 nascia Geórgios Papanicolaou, grego responsável por desenvolver os métodos até hoje utilizados para detecção de possíveis tumores malígnos no colo do útero e na vagina. O especialista se formou em medicina aos 15 anos e trabalhou no Exército dos Bálcãs, até imigrar para os Estados Unidos em 1913.
O Ministério da Saúde recomenda a realização do exame por mulheres maiores de 25 anos com vida sexual ativa. O ideal é fazer a coleta duas vezes por ano nos primeiros dois anos de realização do exame, e depois apenas uma vez a cada três anos.
De acordo com os especialistas, o exame de papanicolau ajudou na redução de 70% dos cânceres causados por lesões, além de terem eficácia de 95% em tumores cervicais — importantes principalmente quando os nódulos ainda não podem ser observados a olho nu, pois aumenta a possibilidade de cura.
Para garantir um resultado correto, a mulher não deve ter relações sexuais (mesmo com camisinha) nos dois dias anteriores ao exame, evitar também o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à realização do exame.
"O sucesso científico da dupla ocorreu após recrutarem um grupo de amigas suas para participarem de um estudo que envolvia o exame de Papanicolaou", diz o Google ao explicar a homenagem ao médico grego.
Ninguém imaginava que pouco tempo depois ambos trabalhariam juntos no desenvolvimento de um exame simples que revolucionou a medicina ao permitir detectar de forma precoce o câncer de colo do útero. A prática já ajudou a salvar milhões de mulheres.
A pesquisa mostrou que, entre as mulheres que se submetem a este exame e conseguem detectar o câncer cervical precocemente, a taxa de sobrevivência é de 92%, enquanto o índice para as pacientes diagnosticadas quando já começam a apresentar sintomas é de 66%.