Depois deste episódio, relata o carioca, a relação profissional dos dois continuou. Eles ainda lançaram dois discos juntos —"Novo Aeon" (1975) e "Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás" (1976). Mas a amizade nunca mais foi a mesma. Eles até ensaiaram uma volta, mas não deu muito certo.
Na música, Seixas fez parte de alguns grupos, como Relâmpagos do Rock e Os Panteras, mas encontrou caminho para a história do rock nacional na carreira solo - e percorreu diversos altos e baixos ao longo dos anos. Para celebrar a história do artista, veja sete curiosidades sobre o "Pai do Rock Brasileiro" abaixo:
Os momentos felizes, entretanto, foram vários. A exemplo do primeiro encontro deles e das viagens que faziam de carro, do Rio para a Bahia. O gatilho para a composição de “Gita”, um dos maiores sucessos de suas carreiras, veio em um desses itinerários. Coelho afirma que foi ali, naquela “eterna viagem” que apresentou a história do livro sagrado hindu “Bhagavad Gita” para Raul.
“Ele disse pra deixar como estava. Esse momento foi muito marcante. A gente sentado lá na cozinha dele, quando ele disse para a gente não cortar a letra (...) Era difícil peitar uma gravadora, assim como é difícil peitar uma editora. Mas sempre peitamos.”
Jovem Pan é condenada a pagar R$ 25 mil para ministro do STF que foi chamado de 'bandido'
Coelho também conta um episódio triste de sua história com o parceiro, que aconteceu durante uma edição do projeto musical Noites Cariocas, sucesso dos anos 1980 que acontecia no Pão de Açúcar, na zona sul do Rio.
Alexandre Pires é alvo de investigação da Polícia Federal em operação contra garimpo ilegal
Essa curiosidade é, no mínimo, inusitada: durante show, Raul Seixas não conseguiu provar ser ele mesmo porque não portava qualquer documento de identificação - e foi expulso por ser considerado um impostor.
"Repeti cinco vezes a 2ª série do ginásio. Nunca aprendi nada na escola. Minto. Aprendi a odiá-la," afirmou Raul Seixas. Mesmo com o desempenho ruim na escola, foi destaque na faculdade passou num dos primeiros lugares para o curso de Direito, mas não levou a carreira de advogado adiante por causa da música.
Alcione passa mal durante apresentação em navio
O cantor costumava escrever poemas desde a infância, assim como elaborar histórias em quadrinho. Ele também lia - principalmente obras de filosofia e ficção - o dia inteiro no quarto e gostava bastante da biblioteca do pai, Raul Varella Seixas.
O autor de “O Alquimista” afirma que é muito criticado por fãs de Raul, que o culpam pela morte do astro do rock. Para Coelho, “raulseixistas fanáticos”. “Eles dizem que eu introduzi o Raul às drogas, o que é verdade, e que ele morreu por isso. Porra, quando conheci o Raul ele era casado, tinha uma filha, ganhava dinheiro e se sustentava. Não era uma personalidade fraca. Eu não faria um cara se destruir. Estou com a minha consciência ok.”
"Eu ouvia os discos de Elvis Presley até estragar os sulcos," disse Raul Seixas. "Eu era o próprio rock. Eu era Elvis quando andava e penteava o topete." Além de servir como inspiração para as músicas do brasileiro, o Rei do Rock inspirou até a gangue de Seixas, chamada Elvis RockClub, responsável por brigar na rua, vandalizar prédios, roubar, etc.
Por incrível que pareça, Raul Seixas não escreveu "Metamorfose Ambulante" no auge da fase adulta, mas sim quando era adolescente, aos 12 anos. Vale lembrar como a canção é um dos maiores hits do cantor.
Em 1972, Raul Seixas conheceu Paulo Coelho após o cantor ver uma matéria sobre discos voadores na revista A Pomba, assinada Augusto Figueiredo. Ele descobriu como Coelho foi o responsável pelo texto - e os dois começaram uma grande amizade desde então. Eles colaboraram no disco Gita (1974).
“O Raul já vinha por um processo muito complicado por causa do álcool. A gente chegou lá e o porteiro barrou o Raul. A gente disse: ‘Mas ele é o Raul Seixas’. E o cara falou: ‘Ele já foi o Raul Seixas. Hoje em dia ele não é ninguém’. Escutar uma coisa dessas dói.”
“Eu estava comentando com o Raul como era a luta entre Arjuna e os inimigos. Tem um momento que Deus, ou o Senhor Iluminando vem assistir a batalha. O guerreiro Arjuna diz: 'Quem é você?'. E aí o Senhor Iluminado, Krishna, define-se, usando metáforas”, relata.