Enquanto modelo assistencial, a Atenção Primária à Saúde (APS) corresponde ao primeiro nível de atenção dentro dos sistemas de saúde e é usualmente representada pelos serviços ambulatoriais direcionados a responder às necessidades de saúde mais comuns de uma população.
A exemplo do que ocorre em sistemas de saúde de vários países no mundo, o SUS apresenta-se hoje como um sistema fragmentado, que dificulta o acesso, gera descontinuidade assistencial e compromete a integralidade da atenção ofertada. Em outras palavras, como sistema de saúde fragmentado, o SUS não dá conta de responder adequadamente às exigências colocadas por esse quadro de necessidades de saúde.
Desse modo, a APS responsabiliza-se pela atenção à saúde de seus usuários, constituindo-se na principal porta de entrada do sistema; ofertando ações de saúde de caráter individual e coletivo; organizando o processo de trabalho de equipes multiprofissionais na perspectiva de abordagem integral do processo saúde doença; garantindo acesso a qualquer outra unidade funcional do sistema em função das necessidades de cada usuário; responsabilizando-se por esse usuário, independentemente de seu atendimento estar se dando em outra unidade do sistema; e, dessa forma, ordenando o funcionamento da rede.
As primeiras experiências de medicina comunitária da década de 1970, sob influência do movimento de reforma sanitária e com o apoio das Universidades marcaram o inicio de participação dos municípios no desenvolvimento da APS. Foram experiências diversas, inicialmente sob responsabilidade de alguns municípios brasileiros, entre eles Campinas, Niterói, Londrina, Montes Claros, Teresina, São Luís, Cotia, Sete Lagoas, Pelotas e Joinvile, que ao poucos foram se expandindo.
Conforme referido, o enfrentamento do atual quadro de saúde da população brasileira exige profundas mudanças no SUS na perspectiva de impulsionar seu desenvolvimento como um sistema de saúde integrado. Reconhecendo os processos de estruturação de redes regionais de atenção à saúde orientadas pelo Pacto de Gestão como iniciativas que caminham nessa direção, há que se ressaltar a importância desses processos serem alicerçados na valorização e no reconhecimento da APS como instância responsável pelo ordenamento do sistema e pela coordenação do cuidado.
Segundo Barbara Starfield (2002), estudiosa da atenção primária à saúde na atualidade, a APS é o primeiro contato da assistência continuada centrada na pessoa, de forma a satisfazer suas necessidades de saúde, que só refere os casos muito incomuns que exigem atuação mais especializada. A APS coordena, ainda, os cuidados quando as pessoas recebem assistência em outros níveis de atenção. Starfield sugere os seguintes atributos para as práticas da atenção primária: primeiro contato, longitudinalidade, integralidade e coordenação. Em revisão bibliográfica conduzida por Mendes, esses atributos são assim interpretados:
O chamado Informe ou Relatório Dawson foi traduzido para o espanhol pela Organização Pan-americana da Saúde (OPAS). O sistema imaginado por Lord Dawson está representado na figura central de seu relatório, cujo nome completo é “Informe Dawson sobre o futuro dos serviços médicos e afins” e data de 1920, quando foi apresentado ao Ministério da Saúde da Grã-Bretanha pelo Conselho Consultivo de Serviços Médicos e Afins.
Even though there is a relative consensus regarding the utilization of the term "Primary Health Care", there are distinct conceptions concerning its effective meaning. This paper refers to numerous documents which have been expressing this concept historically and contributing to its organization in the health systems of the world. In this perspective, the following documents were considered: Dawson Report, the Declaration of Alma-Ata, the documents published by the European Observatory on Health Systems and Policies, which has analyzed reforms guided by Primary Health Care in European Union countries from 1990 onwards, the studies conducted by Barbara Starfield in relation to Primary Health Care in current times, and the World Health Report published by the WHO in 2008. The development of Primary Health Care in Brazil was also considered since the beginning of the 20th century until today, identifying the advances in its organization and recognizing that great hindrances must be overcome so that the purposes contained in the national policy are met, so that it can perform its role of organizer of the system and coordinator of health care. This study also analyzes the role of Primary Health Care in Regional Health Care Networks, which are organized within the SUS (Brazil's National Health System) in order to overcome the system's fragmentation, pointing to initiatives directed at its improvement.
Parte-se do princípio que para o bom funcionamento de qualquer sistema de saúde é imprescindível que as ações e as atividades de APS sejam resolutivas, visando assegurar a redução das iniquidades e garantir um cuidado em saúde de qualidade.
A volta à cena da estratégia de Atenção Primária à Saúde é confirmada pelo Observatório Europeu de Sistemas e Políticas de Saúde, que analisou reformas orientadas pela Atenção Primária à Saúde em países da União Européia a partir de 1990. O papel crescente da atenção primária se deveria, em parte, à transferência de cuidados hospitalares para o nível ambulatorial havendo grande diversidade nas formas de organizar e de prestar estes serviços. As funções da Atenção Primária à Saúde, adotadas pelo Observatório Europeu praticamente coincidem com os atributos sugeridos por Starfield para avaliar estas práticas: primeiro contato, longitudinalidade, integralidade, coordenação, centralização na família, orientação para a comunidade... (Conill, 2008, p. 10).
Vale ressaltar, no entanto, que, ao se observar o atual desenvolvimento de sistemas nacionais de saúde em vários países do mundo, detecta-se um conjunto diversificado de iniciativas assentadas ora em uma concepção seletiva, ora em uma concepção mais abrangente.
[...] na interface entre uma população e o seu sistema de saúde, os cuidados primários podem vir a ser facilitadores de uma convergência, segura, efetiva e socialmente produtiva, da promoção da saúde, da prevenção da doença, da cura e dos cuidados em geral. Para tal é essencial "dar prioridade às pessoas" realçando, de uma forma equilibrada, a saúde e o bem-estar, assim como os valores e as capacidades das pessoas nas suas comunidades e das que trabalham no setor da saúde (OMS, 2008, p. 43).
Um dos artigos mais citados na área da Atenção Primária à Saúde (APS) e na medicina de família e comunidade (MFC) é o “Ecology of Medical Care”, que foi conduzido por White e colaboradores em 1961 e repetido por Green e colaboradores em 2001. Segundo esses estudos, entre 1.000 pessoas ao longo de um mês, 750 e 800 têm sintomas, aproximadamente 250 procuram ajuda formal, em especial na atenção primária, 8 são internadas em um hospital regional e menos do que uma, em média, necessita de um hospital-escola.
[...] uma rede de organizações que presta, ou faz esforços para prestar, serviços de saúde equitativos e integrais a uma população definida, e que está disposta a prestar contas por seus resultados clínicos e econômicos e pelo estado de saúde da população a que serve (OPAS, 2010 apud OPAS, 2011, p. 15).
O processo de estruturação de RRAS, a exemplo do que vem ocorrendo no SUS, exige intervenções sistêmicas, nas unidades funcionais que as compõe e nas práticas profissionais que aí se desenvolvem. Nessa perspectiva, é necessário definir um conjunto de iniciativas direcionadas a qualificação, organização e integração de estruturas ou processos em cada um desses âmbitos sempre considerando o protagonismo da APS.
Já em Portaria editada pelo Ministério da Saúde consta a seguinte definição de Rede de Atenção à Saúde: "arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado" (Brasil, 2010).
Um dos primeiros modelos de sistemas de saúde que se tem notícia no mundo foi concebido por uma comissão liderada pelo médico Bertrand Dawson (1864- 1945), conhecido também como Lord Dawson, pois tinha o título “1º Visconde Dawson de Penn”.
A utilização do termo "Atenção Primária à Saúde" (APS) expressa comumente o entendimento de uma atenção ambulatorial não especializada ofertada através de unidades de saúde de um sistema, que se caracteriza pelo desenvolvimento de conjunto bastante diversificado de atividades clínicas de baixa densidade tecnológica, o que inclui, em muitos países, como no Brasil, as atividades de saúde pública. É senso comum também entender essas unidades como espaços onde se dá, ou deveria se dar, majoritariamente, o primeiro contato dos pacientes com o sistema e onde existe capacidade para a resolução de grande parte dos problemas de saúde por eles apresentados.
Significado de Pós-prandial adjetivo Que vem após uma refeição: medicamento pós-prandial. [Medicina] Que se produz, ocorre ou tem seu efeito depois de uma refeição: glicemia pós-prandial. Etimologia (origem da palavra pós-prandial).
A forma correta de escrita desta palavra é após, com acento agudo na vogal o. A palavra apos, sem acentuação gráfica, está errada. A palavra após pode atuar como uma preposição ou como um advérbio. É usada, principalmente, para indicar posteridade no tempo ou no espaço.
Significado de Desconforme adjetivo Que não possui nem está em concordância com certo modelo; que tende a discordar; discordante. Cujo tamanho é excessivo (imenso); desproporcional.
Significado de Desconformidade substantivo feminino Em que há desacordo; falta de acordo; divergência.
1. Acto ou efeito de assombrar ou de se assombrar. 2. Susto causado pela aparição imaginária de coisas sobrenaturais.
Significado de Aconchegado adjetivo Achegado, aproximado. Cômodo, confortável. Etimologia (origem da palavra aconchegado). Particípio de aconchegar.
Significado de Aconchego substantivo masculino Ação de aconchegar; amparo, proteção. Expressão de carinho, de acolhimento; abraço.
substantivo masculino Impressão física de repulsão, espanto, causada por algo de medonho: fiquei tomado de horror ao saber daquele crime. Sentimento de antipatia; aversão, ódio: sentir horror à mentira. ... Sentimento de medo excessivo; pavor: tenho um medo, um horror de ficar só.
1 medo, receio, pavor, temor, terror, pânico, fobia, susto, apavoramento, aterramento, amedrontamento.
manha - chata; orgulho-bobo; horror-trágico; gosto-bom; atenção-particular; fúria-máxima; prazer-suave; espaço-amplo.
horrores {subst.}