O ritmo cardíaco nem sempre é regular. De fato, quase todos nós já sentimos, uma vez ou outra, palpitações — irregularidades detectáveis no ritmo cardíaco, na sua maioria episódios de batimentos irregulares. No entanto, alguns destes episódios podem ser avisos de problemas cardíacos e requerem atenção médica imediata. O médico pode ajudá-lo a perceber a diferença.
A ausculta cardíaca deve observar a frequência e a regularidade do ritmo, assim como qualquer sopro ou sons cardíacos extras que possam indicar cardiopatia estrutural ou valvopatia de base.
Mudanças simples no estilo de vida podem minimizar palpitações. As arritmias cardíacas podem ser desencadeadas pelo álcool, tabaco, estresse, excessos alimentares e mesmo pelo exercício. Medicamentos como os utilizados nos resfriados, comprimidos de dieta de venda liberada e hipotensores causam por vezes palpitações. Alterar a medicação ou regular as dosagens pode reduzir ou eliminar o problema. Alimentos como queijos curados e moles, vinho tinto, iogurte, carnes e peixes defumados e preparados podem estimular as palpitações mesmo durante o sono. A cafeína pode desencadeá-la nas horas de vigília.
A ingestão de café, refrigerantes, bebidas energéticas ou alguns tipos de chá podem provocar aumento da pressão arterial devido à presença de cafeína na sua composição e, assim, aumentar a quantidade de sangue que vai para os tecidos, obrigando o coração a bater mais rápido. Já as bebidas alcoólicas podem provocar diminuição das quantidades de magnésio no organismo, fazendo com que o coração bata de forma irregular.
É mais provável que palpitações acompanhadas de outros sintomas, como dispneia, dor, fraqueza, cansaço ou desmaios, sejam resultado de um ritmo cardíaco anormal ou de uma doença subjacente grave.
Pessoas com outros sintomas, como sensação de desmaio iminente, dor ou pressão no tórax ou falta de ar, podem ter um problema sério e deve procurar um médico imediatamente.
No caso de as palpitações demorarem mais de 1 hora para desaparecerem ou se forem acompanhadas de outros sintomas como falta de ar, sensação de aperto no peito, sensação de desmaio ou tonturas, é recomendado ir ao pronto-socorro ou consultar um cardiologista para diagnosticar o problema e iniciar o tratamento adequado.
A maioria das ações do corpo é controlada por vários hormônios. Os níveis desses hormônios são rigorosamente regulados para que cada um dos órgãos do corpo funcione adequadamente. Mas muito ou pouco desses hormônios pode causar problemas, incluindo palpitações cardíacas. Esses incluem:
Realiza-se ECG; porém, a menos que seja efetuado durante os sintomas, pode não fornecer o diagnóstico. Muitas arritmias cardíacas são intermitentes e não revelam alterações constantes no ECG; no entanto, existem as seguintes exceções
3. Sua história clínica inclui hipertensão arterial ou qualquer tipo de doença cardíaca.
Os idosos correm um risco particular de sofrerem efeitos colaterais com o uso de medicamentos antiarrítmicos. Eles também têm maior probabilidade de apresentarem diversos problemas de saúde e utilizarem muitos medicamentos, sendo que essas combinações podem causar efeitos colaterais. Em idosos, os rins são menos eficientes para filtrar os medicamentos do sangue, o que contribui para aumentar o risco de efeitos colaterais. Algumas pessoas idosas podem, inclusive, precisar de um marca-passo antes de fazerem um tratamento com medicamentos antiarrítmicos.
O exame neurológico deve verificar se existem tremores ou reflexos ativos (sugerindo estimulação simpática excessiva). A identificação de achado neurológico anormal sugere que convulsões, em vez de cardiopatia, possam ser a causa, se um dos sintomas for síncope.
A história clínica deve identificar possíveis causas estabelecidas, incluindo arritmias e doenças cardíacas e tireoidianas documentadas. A história familiar deve ressaltar ocorrências de síncope (às vezes erroneamente descrita como convulsões) ou morte súbita em uma idade precoce.
Os pacientes idosos encontram-se em risco especial de efeitos adversos de antiarrítmicos e as razões para isso envolvem taxa de filtração glomerular mais baixa e uso concomitante de outros fármacos. Quando há necessidade de tratamento farmacológico, deve-se iniciar com doses mais baixas. Podem existir anormalidades de condução subclínicas (reconhecidas no ECG ou em outros exames), que podem piorar com o uso de antiarrítmicos; esses pacientes podem exigir implante de marca-passo para permitir o uso de antiarrítmicos.
Os exames laboratoriais são necessários para todos os pacientes. Em todos os pacientes deve-se fazer hemograma completo e medir os electrólitos séricos, incluindo níveis de magnésio e cálcio. Deve-se direcionar outros testes a causas suspeitas. O marcador cardíaco troponina deve ser medido nos pacientes com arritmias e dor torácica contínuas ou outros sintomas sugestivos de isquemia coronariana recente ou ativa, miocardite ou pericardite.
Porém, caso as palpitações do coração surjam muitas vezes, se apresentem com um ritmo irregular ou estejam associadas a outros sintomas como tonturas ou aperto no peito, é recomendado consultar um cardiologista para avaliar a existência de algum problema cardíaco, como arritmia ou fibrilhação atrial, e iniciar o tratamento adequado.
Indivíduos sem sinais de alerta ou que sofrem de palpitações ocasionais ou que tiveram um episódio que cessou devem ligar para seus médicos. O médico determinará se o paciente deve ser avaliado, de acordo com sua idade, quadros clínicos subjacentes e outros sintomas.
Primeiro, os médicos fazem perguntas sobre os sintomas e o histórico médico. Em seguida, o médico faz um exame físico. O que eles encontram na avaliação do histórico e no exame físico ajuda a determinar a causa possível.
O excesso de estresse é a causa mais comum de palpitações cardíacas e acontece porque, em situações de estresse, nervosismo ou ansiedade, o organismo libera adrenalina, um hormônio que aumenta a frequência cardíaca, tornando mais fácil sentir os batimentos do coração.
Os efeitos colaterais ou a retirada de certos medicamentos, como remédios para resfriado ou tosse, inaladores para asma, pílulas dietéticas ou antibióticos, podem causar palpitações.
Denomina-se parada respiratória ou paragem respiratória a ausência de fluxo de ar nos pulmões, por ausência de movimentos respiratórios, seja pelo colapso dos pulmões, paralisia do diafragma ou outras causas. Geralmente coincide, é precedida ou leva a parada cardíaca (por hipoxemia). É uma emergência médica.
AESP: atividade elétrica sem pulso; FV/TV: fibrilação ventricular/taquicardia ventricular; IO: intraósseo; IV: via intravenosa; PCR: parada cardiorrespiratória; RCP: reanimação cardiopulmonar. Fonte: 2010 American Heart Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care Science.