A teoria da Gestalt é uma das correntes de pensamento mais conhecidas para estudar a percepção. Além disso, ela traz uma filosofia e leis gerais que são aplicados em diversos campos da psicologia humana. Para saber mais, conhecer suas características e ver exemplos, confira o texto a seguir.
Alguns achados evidenciam a necessidade de uma formação sólida e consistente do ponto de vista da inter-relação entre aspectos teórico-filosóficos e práticos-técnicos da clínica gestáltica. Para além da formação inicial, deve-se refletir sobre a importância da formação continuada em gestalt-terapia, como dispositivo pedagógico que propicie expansão dos conhecimentos teóricos, refletindo em uma prática clínica qualificada.
Vaz, C. M. (2007). A gestalt-terapia e a questão do sagrado. Revista IGT na Rede, 4(7),121-127. [ Links ]
Mestre em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Cientista social pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Realiza pesquisas na área da antropologia da ciência.
Helena fala da disposição para entrar na dança, que é a relação terapêutica. Para ela: "É um movimento que eu faço, que eu disponho a fazer, quando eu estou aprendendo a dançar (...) E aí, quando eu me ponho com essa disponibilidade, eu posso me confrontar com suas resistências". Isabel menciona um movimento de voltar-se para o outro, para o sofrimento do outro na sua totalidade. É olhar com os olhos e a alma, é escutar com os ouvidos e o coração. Essa postura dialógica é fundamental para que o cliente se sinta acolhido e amparado nas suas questões existenciais. Júlia expõe a abertura e a presença do terapeuta narrando como um ir com o cliente para onde ele quiser e puder ir, para uma terra desconhecida. Isso é estar com o outro, acompanhando seus desvelamentos.
"É um amor diferente, o amor pelo cliente é um desejo de ir com ele onde ele for e estar ali para ajudar, para explorar aquela dor(...) Mas por amor pelo seu cliente, pelo seu paciente, é uma coisa, é espiritual, é espiritual".
La Gestalt-terapia se constituye como una psicoterapia dialógica, como una clínica del encuentro. Investigaciones empíricas sobre la interface existencialismo dialógico-psicoterapia gestáltica son raras. Considerando la relación dialógica como eje de este abordaje, se ha objetivado comprender las experiencias de profesionales de psicología con respecto a la relación dialógica en Gestalt-terapia. Como recurso metodológico se ha utilizado la investigación cualitativa de método fenomenológico, de orientación semiótica. Han sido realizadas entrevistas fenomenológicas abiertas con cinco colaboradoras. Los datos han sido grabados y transcritos en la íntegra. El análisis se ha pautado en la reflexividad fenomenológica, con un recorrido hacia la descripción, reducción e interpretación. Los resultados indican la apertura, presencia y el uso de la epojé por el terapeuta como elementos fundamentales para la relación dialógica. Experiencias positivas de actitud Yo-Tú han sido encontradas sugiriendo episodios culminantes de este proceso. Hubo confusión entre el concepto de actitud y momentos Yo-Tú, con la valorización de este principio en detrimento a la actitud Yo-Eso, lo que evidencia la necesidad de repensar la formación del Gestalt-terapeuta. Así, la relación dialógica en Gestalt-terapia se presenta como un campo de pluralidades fenoménicas. Cabe al profesional un andar cuidadoso y atento en este campo de innúmeras posibilidades.
Andrade, C. C. & Holanda, A. F. (2010). Apontamentos sobre pesquisa qualitativa e pesquisa empírico-fenomenológica. Estudos de Psicologia, 27(2),259-268. [ Links ]
A corrente teórica gestaltista formulou pelo menos 6 leis ou princípios básicos que explicam como a percepção humana funciona e se organiza. A partir delas, diversos estudos psicológicos já foram realizados. Confira:
A terapia Gestalt foi desenvolvida por Fritz Perls, com a ajuda de sua esposa na época, Laura Perls. Tanto Fritz quanto Laura foram treinados em psicanálise e psicologia da Gestalt. Junto com Paul Goodman, eles trabalharam para desenvolver um estilo de terapia humanista por natureza. Em outras palavras, a abordagem focalizou a pessoa e a singularidade de sua experiência.
Para Amatuzzi (2009), a abordagem qualitativa de enfoque fenomenológico é usual nas linhas de pesquisa humanistas e existenciais, como a gestalt-terapia se inscreve. Deste modo, o delineamento propostomostra-se adequado para a investigação das experiências gestálticas no tocante à relação dialógica.
Deste modo, a relação dialógica em gestalt-terapia revela-se como um campo de pluralidades. O encontro terapêutico é dança, luta, trabalho artístico,sacralidade, profanidade. Nessa pluralidade fenomênica constitui-se o labor do terapeuta, profissional que lida com as contradições da existência humana. À guisa de conclusão, já que o caráter conclusivo nos remete a algo acabado, temos que a relação dialógica no campo da psicoterapia gestáltica mostra-se como uma gestalt inacabada, como um processo, um ir e vir.
É geralmente notado neste estilo que qualquer técnica que possa ser oferecida ao cliente, além de sentar e conversar tradicionalmente, pode ser bastante útil para permitir que eles se tornem mais conscientes de si mesmos, de suas experiências e de seu processo de cura.
Porque a gente abrir mão de nós mesmos, dos nossos conceitos, das nossas coisas, não é uma coisa fácil, é exercício. E aí conseguir isso, abrir mão de mim, das minhas coisas e ainda conseguir um espaço aberto do outro para que eu possa entrar não é toda hora. Por isso que às vezes acontece". (Glória)
A depender do modo como os objetos estão organizados em uma imagem, tendemos a vê-los em um padrão de continuidade. No exemplo da imagem, a tendência é perceber uma linha de continuidade entre os círculos, em vez de vê-los separados, cada um posicionado em um ângulo diferente.
A cadeira vazia pode ser muito útil para extrair percepções importantes, significados e outras informações que podem ajudar os clientes a se tornarem mais conscientes de sua experiência emocional e de como iniciar a cura.
Assim, “Gestalt” é uma palavra alemã que não possui uma tradução direta na língua portuguesa. Entretanto, é possível extrair alguns significados aproximados, como: forma, padrão, configuração ou totalidade.
Destas dificuldades no caminhar do clínico, surge a necessidade de psicoterapia pessoal e de supervisão. Essas modalidades são recursos a que o terapeuta pode recorrer para que possa ser assistido em seus processos pessoais e profissionais. Portanto, trata-se de reconhecer nossas vulnerabilidades, nossa mais profunda humanidade.Assim, a relação dialógica mostra-se como um encontro de humanidades, que mobiliza os pares. Tudo o que ocorre no consultório diz respeito ao campo do entre, como Hycner (1995) reitera:"É o entre que precisa ser reconhecido" (p. 39). Reconhecer a esfera do entre possibilitaa relação genuína. Afinal, o terapeuta deve estar a serviço do dialógico (Hycner & Jacobs, 1997).
Carvalho, L. B., Alves, A. M. F., Passos, C. A., Lopes, F. G., Holanda, R. B. & Moreira, V. (2015). A ética do cuidado e o encontro com o outro no contexto de uma clínica-escola em Fortaleza. Revista da Abordagem Gestáltica, 21(1),1-12. [ Links ]
Gomes, W. B. (2007). Distinção entre procedimento técnico e lógico na análise fenomenológica. Revista da Abordagem Gestáltica, 13(2),228-240. [ Links ]
Gold, E. & Zahm, S. (2014). A necessidade de pesquisa em gestalt-terapia. Em P. Brownell (Org.), Manual de teoria, pesquisa e prática em gestalt-terapia (pp. 43-54). Petrópolis: Vozes. [ Links ]