Immanuel Kant foi um dos maiores filósofos da era moderna. Fundador da filosofia crítica, buscava encontrar sem seus estudos e pensamentos os limites da razão humana. Sua importância é tamanha, que até os dias atuais, suas ideias são utilizadas e servem como reflexão nas mais variadas áreas da vida. Confira então as melhores frases de Kant e compartilhe a sua preferida.
Em termos simplificados, a resposta de Kant a esse problema é que, embora os seres humanos estejam sujeitos à causalidade no reino fenomenal, somos livres no reino numênico. Para dar sentido a essa resposta, é necessário entender a distinção de Kant entre a razão teórica e a prática. A crítica da razão pura dá conta da razão teórica e seus limites. A razão teórica pode entender o mundo natural através das categorias do entendimento. A razão prática aborda questões de como o mundo deveriam ser e nos diz o nosso dever. Também leva os humanos a um conceito de mundo ideal, que se torna nosso objetivo criar. No entanto, o bom funcionamento da razão prática requer a existência de certas condições, como Deus, a imortalidade da alma e, mais importante, o livre-arbítrio. Como nada disso está contido nas categorias do entendimento, a razão teórica não pode saber nada sobre elas. No entanto, argumenta Kant, porque a razão teórica também é incapaz de refutar sua existência, estamos justificados em aceitar sua existência praticamente. Como ele coloca no prefácio da segunda edição da Crítica da Razão Pura, Kant “teve que negar conhecimento para abrir espaço para a fé”.
Porém, muitos filósofos não estavam satisfeitos com a teoria. Por isso buscavam uma forma alternativa de justificar as ações morais. Nesse período foram desenvolvidas várias teorias com essa finalidade, que definem o debate moral até hoje. Entre elas temos o contratualismo, elaborado por filósofos como Thomas Hobbes e John Locke, o utilitarismo, proposto por Jeremy Bentham e Stuart Mill e a ética do dever de Kant.
Kant nasceu em 1724 em Königsberg, então na Prússia Oriental, agora parte da Rússia, numa família de recursos modestos. Quando menino, Kant foi enviado para uma escola pietista para sua educação inicial. Aos dezesseis anos, ele se matriculou na Universidade de Königsberg, onde se interessou por filosofia.
E essa é a razão porque a ética de Kant é chamada de ética do dever. Fazer a coisa certa é agir com base em regras morais (imperativos categóricos) por que isso é o certo a fazer. Quando ajudo uma pessoa necessitada porque esse é meu dever, então minha ação tem valor moral para Kant.
A filosofia política de Kant está entrelaçada com sua filosofia moral. A atividade política é, em última análise, governada por princípios morais baseados na autonomia humana. Portanto, em seu ensaio “Sobre o dito comum: ‘Isso pode ser verdade em teoria, mas não se aplica na prática”, Kant critica os pensadores políticos, como Maquiavel, que acreditam que os meios amorais ou imorais são permissíveis na política. Ainda assim, embora Kant argumente que a moralidade é obrigatória na política, ele não acredita que o comportamento político real das pessoas seja controlado pelo dever.
Embora não possamos esperar que os governos existentes estabeleçam essas condições meramente a partir de seus próprios desejos, existe uma teleologia histórica (argumenta Kant) por meio da qual eles poderiam surgir, no entanto. A guerra desempenha um papel central nesse processo. É sob a ameaça de guerra que os seres humanos formam governos, e descobrem que as constituições republicanas são mais eficazes para enfrentar perigos internos e externos.
Na ética de Kant, seres humanos são únicos, pois são racionais e, por isso, podem ser autônomos. Ser autônomo, para Kant, significa ser capaz de agir de acordo com normas morais, agir por dever. Isso nos diferencia de outros animais e simples objetos, como caixas ou tesouras. Para agirmos corretamente, então, temos que respeitar essa qualidade humana.
Naturalmente diríamos que as duas pessoas agiram corretamente. No entanto, Kant faz uma distinção nesse caso. Ele não afirma que é errado agir com base na inclinação. Fazemos isso o tempo todo. Porém, pensa que não devemos receber mérito por isso. Diz que uma ação motivada por inclinação não tem valor moral.
Essa teoria de Kant leva a algumas consequências contraintuitivas. Imagine que encontra uma pessoa na calçada tendo um ataque cardíaco. Você sente compaixão pela pessoa e num instante liga para um serviço de emergência médica.
Vamos ver como isso funciona na prática. Imagine novamente que está diante de uma pessoa agonizando na rua e agora você não presta socorro. Você pode querer que essa ação seja universalizada? Kant diria que não, pois eventualmente precisamos de ajuda e não iremos querer que as pessoas não ofereçam auxílio. Portanto, no fundo, não queremos tornar a prática de não ajudar pessoas em necessidade uma lei universal.
Ordens hipotéticas ocorrem quando a razão está a serviço de desejos. Suponha que você queira chegar na escola no horário, então a razão te dirá para acordar cedo e pegar o ônibus, não ir caminhando.
A compreensão de Kant da liberdade moral e dos princípios morais tem sido central nas discussões sobre moralidade desde o seu tempo em diante. Sua filosofia moral é uma filosofia da liberdade. Sem a liberdade humana, pensou Kant, a avaliação moral e a responsabilidade moral seriam impossíveis. Kant acredita que, se uma pessoa não pode agir de outra forma, então seu ato não pode ter valor moral. Além disso, ele acredita que todo ser humano é dotado de uma consciência que o permite conhecer a lei moral presente dentro de cada um de nós.
Imagine ainda outro caso. Suponha que você está sem dinheiro e, para receber um empréstimo de seu amigo, promete devolver o valor depois de dois meses. Na verdade, essa promessa é falsa, você sabe que não terá dinheiro até lá, mas ainda assim faz. Caso contrário, seu amigo não emprestaria.
A filosofia de Immanuel Kant (1724-1804) pode ser dividida em dois ramos principais. Sua filosofia teórica, que inclui a metafísica, baseia-se na compreensão racional do conceito de natureza. A segunda, sua filosofia prática, compreendendo ética e filosofia política, baseia-se no conceito de liberdade. Ambos os ramos foram enormemente influentes na história subsequente da filosofia.