Bom, a primeira coisa que eu quero te falar é que a escrita científica não é uma habilidade que universitários nascem sabendo.
Seja simples e direto. Use frases curtas separadas por frases de tamanho médio, com cerca de 15 palavras. As frases muito longas fazem com que você se perca no raciocínio e transmita confusão ao leitor.
Fernanda Massi é Mestra e Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP/Araraquara. Ela é também Pós-doutora em Linguística Aplicada pela UNICAMP. Foi professora de Leitura e Produção de Textos na UNESP/Araraquara e na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Nesse período, orientou trabalhos de conclusão de curso (TCC) e de iniciação científica. Fernanda trabalha com revisão de texto desde o início da sua graduação em Letras (2004) e é também a responsável pela equipe de revisão da Letraria.
Como se pode depreender, os conceitos relevantes da escrita científica são independentes da língua em que o artigo é escrito. Entretanto, como hoje é o inglês a língua franca para a ciência, tecnologia, comércio, turismo e quase qualquer área da atividade humana, existe o desafio adicional de escrever bem numa língua estrangeira para cerca de 90% da população mundial. Para os brasileiros, em particular, apesar de o português e o inglês compartilharem muitas características, as estruturas gramaticais e o uso de coligações podem ser bastante distintos. A propósito, a influência da língua materna é uma das maiores limitações para a escrita de qualidade numa língua estrangeira. Não é incomum que um aprendiz, conhecedor do vocabulário e gramática de uma segunda língua, escreva sentenças gramaticalmente corretas que soam estranhas para um nativo da língua.
Ler trabalhos científicos publicados em revistas de alta qualidade ajuda muito a melhorar a forma de escrever. Compare esses artigos com revistas menos prestigiadas. Com um tempo você vai conseguir perceber a diferença e evitar deslizes que podem ser evitados.
A aplicação de metodologias de linguística de corpus levou a observações importantes. O texto científico é altamente estereotipado, e um artigo tem uma estrutura praticamente fixa. Deve conter as seguintes seções: Título, Resumo, Introdução, Materiais e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusão, Agradecimentos e Referências, nessa ordem. Há áreas com alguma variação, por exemplo incluindo uma seção para destacar trabalhos relacionados na literatura ou detalhamento de uma teoria. Mas a estrutura principal é mantida. Além disso, o fluxo de texto num artigo científico deve obedecer a um movimento bem definido. A Introdução começa do tema mais geral, e afunila para mencionar a contribuição do artigo, num movimento do geral para o específico. A Conclusão, ao contrário, deve ter o movimento oposto, iniciando-se com o retomar dos principais resultados do artigo e terminar com as implicações das contribuições para uma área mais geral ou mesmo para a sociedade, dependendo do tipo de trabalho.
O Mettzer é o melhor editor de texto do mercado, que formata, de forma automática, qualquer trabalho nas normas ABNT e nas normas APA.
Neste texto, falaremos de uma “escrita científica” em língua portuguesa. Ou seja, apesar de suas particularidades, esse estilo não vem de outro planeta! Por isso, não se desespere.
Na Contextualização, menciona-se o tópico geral de que trata o artigo, particularizando para a pesquisa em questão. Limitações ou restrições da área são mencionadas na Lacuna, que será preenchida com o trabalho cujo Propósito vem logo a seguir. Este último é obrigatório, pois informa os objetivos principais da pesquisa. Os meios para atingir esses objetivos constituem a Metodologia, podendo incluir procedimentos experimentais, análises teóricas ou estatísticas. As principais contribuições do trabalho devem estar contidas no componente Resultados e Discussão, inclusive com dados quantitativos se for o caso, e com a interpretação dos resultados mais relevantes. Ressalte-se que o resumo, assim como o artigo científico, deve ter o material organizado de forma lógica, privilegiando a transformação dos resultados em ideias e conceitos. A ordem lógica pode não coincidir com a cronológica em que a pesquisa foi realizada. O componente Conclusões e Perspectivas encerra o resumo, colocando-se as principais contribuições do artigo no contexto mais abrangente do tópico de pesquisa e apontando-se suas implicações.
Já falei um pouco sobre isso, mas não custa repetir. Os textos rebuscados ou eruditos não são claros e se transformam em um grande obstáculo para um dos principais objetivos da ciência, que é atingir o maior número de pessoas possíveis.
Escrever cientificamente é usar um estilo formal, desprovido de advérbios. Porém, um texto que apresenta linguagem científica não carrega necessariamente um conteúdo difícil de entender. Quando você achar difícil, é sinal de que o autor quis esconder as próprias fraquezas usando frases longas demais e expressões pouco familiares para a maioria das pessoas.
A origem do alfabeto tem início com o surgimento dos primeiros símbolos, durante a Idade Antiga, tais como a escrita cuneiforme da civilização mesopotâmica e os hieróglifos dos egípcios. ... Assim, os primeiros símbolos foram desenvolvidos com base na escrita egípcia utilizada por cerca de 3 mil anos – os hieróglifos.
Os resumos descritivos são úteis para sumarizar o conteúdo de livros, capítulos de livros e artigos de revisão da literatura, pois nestes casos as contribuições mais relevantes podem não ser originais ou mesmo estar contidas em trabalhos de outros autores, discutidos no texto. O resumo tem o papel de descrever como o tópico em questão será abordado. Para os resumos descritivos, a estrutura é menos fixa do que nos informativos, mas o leitor precisa ser informado de que se trata de revisão da literatura ou dissertação sobre determinado assunto.
“Deve estar sempre nas normas, porém com uma linguagem direta sem muitas delongas sobre o assunto.” “Acho que a linguagem acadêmica não pode fugir muito da técnica, mas deve, na medida do possível, ser o mais clara possível, para que todos possam entender o que estão lendo.”
Quando alguém quer publicar um artigo científico e não segue regras e convenções pré-estabelecidas, corre riscos: ter a publicação recusada em várias revistas ou conseguir publicar, mas em revistas muito ruins. E essas não oferecem visibilidade ao estudo.
A participação em eventos científicos internacionais (seja no Brasil ou no exterior) também auxilia no desenvolvimento da capacidade de escrever. Você vai experimentar o desafio de escrever o abstract (resumo) e o material a ser apresentado.
Essas normatizações são as normas da ABNT – Associação Brasileira das Normas Técnicas, usadas no Brasil ou as normas APA - American Psychology Association, usadas internacionalmente.
Um ato de grande importância para a aprendizagem do ser humano, a leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a escrita. O contato com os livros ajuda ainda a formular e organizar uma linha de pensamento.
Um dos principais contribuidores para a decifragem da escrita maia foi sem dúvida Iuri Knorozov.
Chamado de “Halach Uinic”, esse líder também ocupava funções militares que o incumbiam de fazer prisioneiros de guerra e oferecer os mesmos como sacrifício para os deuses.