O controle biológico natural vem sendo a milênios o principal aliado do agricultor contra pragas agrícolas. Posteriormente, a humanidade também descobriu que podemos multiplicar esses agentes de controle biológico e libera-los nas lavouras, no que chamamos de controle biológico aplicado (ou aumentativo), muitas vezes até aumentando organismos benéficos já existentes em menor número no campo. Essa ferramenta de manejo está se tornando cada vez mais popular entre os produtores agrícolas, mundo afora. Apenas no mercado brasileiro espera-se ultrapassar os 200 milhões de dólares comercializados no ano de 2021.
Neste espaço você encontra semanalmente artigos e notas sobre diversos aspectos ligados aos sistemas de produção de soja e outros temas vinculados ao agronegócio. Os textos são produzidos por pesquisadores da Embrapa Soja, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária localizada em Londrina, Paraná. Você pode acompanhar o conteúdo técnico das últimas pesquisas desenvolvidas, novidades da área e até outros temas que direta ou indiretamente podem afetar os diferentes elos da cadeia produtiva. Os pesquisadores da Embrapa Soja atuam em linhas de pesquisa básicas e aplicadas, onde procuram enfatizar o desenvolvimento de tecnologias de produção de soja, aprofundando o conhecimento sobre a cultura e suas interações no sistema produtivo. Conheça mais sobre o trabalho da Embrapa Soja em: www.embrapa.br/soja
Débora Britto falou que o controle biológico na lavoura depende muito da observação diária do produtor. "Além de preparar o solo para o plantio e fazer a adubação correta, é importante o olho observador do produtor, para aplicar a vespinha Trichogramma no momento certo".
"O sucesso do dia de campo deve ser também buscado em outras propriedades rurais, onde a meta principal é propiciar ao produtor rural a utilização de tecnologias simples, porém, de grande eficiência e dentro dos princípios de boas praticas agrícolas", salientou o pesquisador.
Já Eduardo Póvoa mostrou algumas vantagens dos custos financeiros de aplicação do controle biológico de pragas, destacando a produção de alimentos mais saudáveis, sem resíduos químicos. "Os benefícios são muito maiores que o custo financeiro. Além de evitar a intoxicação humana com produtos químicos", afirmou.
Como vimos anteriormente, essas pequenas vespas benéficas vão procurar onde os insetos do jardim põem seus ovos e, uma vez localizados, farão a postura dentro desses ovos . As larvas desenvolverão Trichogramma dentro desses ovos , matando os embriões de dentro.
Antes de começar a falar com você sobre essas vespas benéficas para nosso jardim, gostaria de lembrá-lo da diferença entre insetos parasitas e predadores, já que às vezes temos problemas. Além disso, pode ser resumido em que se os insetos tivessem que fazer um filme de terror, eles os usariam como atores principais …
Embora minúscula, uma única vespinha consegue parasitar entre 40 a 50 ovos de a. gemmatalis ou c. includens constituindo-se num dos mais importantes agentes de controle biológico na agricultura. Esses agentes de controle biológico são produzidos em laboratório e liberados na lavoura na fase de pupa, quando o agricultor detectar a presença de mariposas (fase adulta das lagartas) a caminho da oviposição. Nessa fase, são realizadas até três liberações de trichogramma intercaladas entre 3 a 7 dias utilizando-se de pupas do parasitoide que podem estar em capsulas ou serem distribuídas avulsas no campo. A distribuição dessas pupas pode ser realizada manualmente em áreas pequenas ou com o auxílio de motocicletas ou drones em grandes áreas.
Importante lembrar que sendo um organismo vivo, a logística de armazenagem, distribuição e transporte do parasitoide é dificultada, o que constitui um desafio que deve ser sempre avaliado. Outro alerta importante no uso desse produto está relacionado com fato de o mesmo ser um agente biológico vivo; sendo assim, o uso de agrotóxicos não seletivos ao parasitoide devem ser evitados pelo menos 10 dias antes e uma semana depois de sua liberação em campo.
Considerando que trichogramma só ataca os ovos das mariposas, as microvespas precisam parasitar esses ovos antes que eles eclodam. Uma vez parasitado pela vespinha, o ovo da mariposa serve de alimento para o desenvolvimento das larvas do parasitoide, resultando no nascimento de novas vespas benéficas, no lugar de lagartas-praga. Essas vespas já nascem prontas para parasitar novos ovos e assim dando continuidade à propagação do parasitoide, ao invés da praga.
Camila: Tenho uma startup na área de biotecnologia e controle biológico. E vim para conversar sobre o que estamos acompanhando de ataque de tuta e como entendemos isso hoje, como são feitos os controles e também precisamos falar um pouco sobre a questão de monitoramento, que é tão importante e essencial quando se fala de tuta. O seu ataque tem sido muito rápido e prejudicado muitos produtores.
No dia de campo foi apresentado também o tema Sistema de Plantio Direto (SPD), na estação 4, pelo técnico do setor de transferência de tecnologia da Embrapa, João Batista Sobrinho. Ele falou sobre a distribuição espacial de plantas no plantio direto, com Integração Lavoura-Pecuária. Nesta estação houve, também, apresentação de tratores pela empresa LS Tractor Triama.
Como esse parasitoide é um dos agentes de controle biológico mais estudados no mundo, ele é hoje utilizado globalmente em diferentes culturas e países. Apenas no Brasil, cerca de 2,2 milhões de hectares de cana-de-açúcar são tratados com trichogramma galloi para controle da broca da cana. Além disso, o parasitoide é usado em outras culturas como a soja, o milho e o tomate, entre outras. O uso dessa ferramenta de manejo, dentro do conceito de manejo integrado de pragas, tem trazido excelentes resultados ao agricultor.
Na Fazenda Lagoa, foi instalada uma URT de milho e sorgo, com a finalidade de avaliar a eficiência do controle biológico no manejo integrado de pragas e também avaliar os materiais de milho e sorgo para a produção de silagem. "Houve eficiência do controle biológico com o uso da vespinha Trichogramma. Observamos que visivelmente a lavoura teve um bom desenvolvimento, sem ataques de pragas, sendo a principal ameaça as lagartas, notadamente a lagarta-do-cartucho e a broca-da-cana, que atacam tanto o milho quanto o sorgo", disse o analista do setor de transferência de tecnologia da Embrapa, Fredson Ferreira Chaves.
Ivan ressaltou também que o controle biológico deve cada vez mais ser componente prioritário em programas de manejo integrado de insetos-pragas. Por princípio, o MIP busca sempre preservar e incrementar os fatores de mortalidade natural, por meio do uso harmonioso de todas as técnicas de combate possíveis, selecionadas com base em parâmetros econômicos, ecológicos e sociais. Mas para o MIP ser eficaz, o agricultor precisa ter uma visão da paisagem agrícola de sua região e não apenas o controle de uma só praga e em uma única cultura.
Terminada a fase larval e a fase ninfótica, a pequena vespa sairá do ovo fazendo um pequeno buraco . Podemos diferenciar os ovos que foram parasitados por essas vespas à medida que ficam pretos.
Considerando que trichogramma só ataca os ovos das mariposas, as microvespas precisam parasitar esses ovos antes que eles eclodam. Uma vez parasitado pela vespinha, o ovo da mariposa serve de alimento para o desenvolvimento das larvas do parasitoide, resultando no nascimento de novas vespas benéficas, no lugar de lagartas-praga. Essas vespas já nascem prontas para parasitar novos ovos e assim dando continuidade à propagação do parasitoide, ao invés da praga.
Como esse parasitoide é um dos agentes de controle biológico mais estudados no mundo, ele é hoje utilizado globalmente em diferentes culturas e países. Apenas no Brasil, cerca de 2,2 milhões de hectares de cana-de-açúcar são tratados com trichogramma galloi para controle da broca da cana. Além disso, o parasitoide é usado em outras culturas como a soja, o milho e o tomate, entre outras. O uso dessa ferramenta de manejo, dentro do conceito de manejo integrado de pragas, tem trazido excelentes resultados ao agricultor.
Estas vespinhas parasitam os ovos da mariposa da lagarta do cartucho antes da eclosão. Com isso, controlam a praga antes que sejam causados danos à cultura. As amostras da vespinha apresentam eficiência no controle da lagarta-do-cartucho, que ataca as lavouras de milho e outras culturas de grande importância econômica. Tem-se o domínio do método de reprodução do parasitóide.
Porém, quando falamos de insetos parasitóides , como no caso do Trichogramma, nos referimos a um grupo de insetos que depositam seus ovos dentro ( endoparasitóides ) ou fora ( ectoparasitóides ) de um organismo. Esses ovos se desenvolverão em um estado larval dentro do corpo, consumindo suas reservas e causando a morte. Muitas espécies de himenópteros são parasitóides de pulgões ou lagartas de jardim. Eles também podem parasitar os ovos postos por insetos, como no caso do Trichogramma .