A volta à TV na novela Bom Sucesso marca um capítulo de superação na vida de Romeu Evaristo, aos 63 anos de idade. Em conversa com Quem, o ator revelou que há dois anos foi diagnosticado com depressão. De lá para cá, foram 12 meses sem sair de casa, um desânimo profundo, tratamento psicológico e apoio dos filhos, o físico Noah, 27, e a atriz Dandara Mariana, 31, e da mulher, Beth Nahas, com quem está casado há 34 anos. “Tive tanta alegria criando o Angolano para o Zorra e quando sai do programa, em 2016, foi difícil. Me questionava se tinha acabado a profissão para mim”, lembrou o intérprete de Fabrício Vieira, aos 46 anos de carreira. Romeu marcou a geração dos anos 70 e 80 com o personagem folclórico Saci Pererê do Sítio do Picapau Amarelo.
Católico, mas aberto a todas as religiões, Romeu recebe a grande família e alguns amigos no dúplex em que mora com Dandara, a mulher, Elizabeth Nahas, e o filho mais novo, Noah, de 27, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. "A árvore reúne para falar em nome de Deus, em nome de Jesus. Todo ano vem a família da minha esposa, a minha família e alguns amigos. Quando morava em casa era melhor, porque as pessoas entram direto. Em prédio é mais difícil, elas têm que tocar", afirma o intérprete de Fabrício em Bom Sucesso.
Como tristeza não dura para sempre, assim como gosta de repetir, ele conseguiu virar o jogo. No período da reclusão, Romeu foi chamado para ser técnico de futebol do time do Barra e, aos poucos, os convites para a atuação reapareceram - fez filmes como Noite de Alface, de Zeca Ferreira, e Prisioneiros da Liberdade, de Jeferson De. “Tinha ido no aniversário do Martinho da Vila e o dono do Barra me chamou. Fiz um tratamento, minha mulher falava 'reage Romeu'. Fiquei um ano sem sair de casa. Não ia nem à praia. (A depressão) foi um momento triste, mas de aprendizado”, acrescentou o ator, que na juventude foi jogador de futebol de times como o América Futebol Clube.
“Ela ouviu que precisava de um garoto na TVE para ser office boy”, disse ele, que acabou se tornando o Saci. Apesar do sucesso do personagem, Romeu Evaristo contou que foi um período sensível na carreira.
O ator contou que antes de se casar era muito namorador. Porém, ao completar 30 anos, percebeu que tinha que se aquietar e achar uma companheira. "Custei a me casar. Curti muito. Via o exemplo dos meus pais casados há tantos anos e percebi que a família é um diamente. E assim construí a minha base", filosofou ele, confessando já ter sido um marido mais romântico. "Mandava mais flores para a minha esposa. Somos muito companheiros. Independentemente do amor que temos, estamos sempre juntos. Vamos ao teatro, ao museu... estamos fazendo uma casa em Lumiar, na serra. A ideia é ficar lá na velhice. Só temos que encontrar um médico por lá para qualquer problema socorrer a gente (risos)", brincou.
Enquanto Dandara não vai para fora do país, ela brilha no quadro Dança dos Famosos, do Domingão do Faustão. Mais um motivo de alegria para Romeu, já que a família tem uma base de dança muito forte. Sua avó Eugênia, já falecida, foi uma das fundadoras da escola de samba do Salgueiro e quando mudou-se para a Baixada Fluminense ajudou a criar a Grande Rio. "Eu e minha mulher colocamos Danda desde criança na dança afro. Ela é estudiosa, dedicada", elogiou ele, sem se arriscar a "riscar o salão" com ela. "É o momento do trabalho dela".
Com a vida profissional caminhando, Romeu foi se reergendo e a rotina retomou os eixos. Os passeios de bicicleta na orla do Recreio dos Bandeirantes, bairro onde mora no Rio de Janeiro, a ioga, a ginástica e contemplação do nascer e do pôr do sol na cobertura do seu duplex começaram a ser mais frequentes de novo. "Levando às 5h e pouco da manhã e fico lá em cima nu, igual índio. Natureza é energia", vibrou ele, que fez duas entradas independentes no imóvel. O ator mora na parte superior com a mulher e no primeiro andar residem os filhos. E, próximo ao endereço, o restante da família. "Fiz o meu quilombo no Recreio", brincou o ex-técnico de futebol, ainda alvo de preconceito por causa da cor da pele. "Sou maionese com azeitona preta. É um bairro de brancos...eles têm na cabeça que tenho que estar na periferia. Mas isso não me atinge. Fui morador da Baixada Fluminense, mas agora estou aqui."
Nascido na Penha e criado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ele sente saudade da época em que o Natal era na casa da avó materna. "Era uma mesa no quintal grandona. Fui criado em um sítio e todo mundo ia chegando e entrando, era um Natal lindo", recorda, que passou para Dandara o gosto pelos encontros de família. "Amo casa cheia. Minhas primas são minhas melhores amigas. Elas moram aqui perto. Minha família está sempre aqui, não só no Natal", entrega a atriz, que alcançou o segundo lugar na Dança dos Famosos no domingo passado, dia 22.
Paolla Oliveira, 39, se destacou e foi a campeã do Super Dança dos Famosos, programa que começou apresentado por Fausto Silva, 71, e foi assumido por Tiago Leifert, 41, após a saída do apresentador da Globo. A campeã leva pra casa, além do troféu de grande campeã do programa, um carro novo.
Todo ano, Romeu Evaristo, de 63 anos, e Dandara Mariana, de 31, se reúnem para montar a árvore de Natal da família. E o momento da montagem é sempre muito especial. Isso porque a árvore foi construída por Sebastião Francisco Cabral, pai de Romeu e avô de Danda, como a atriz é chamada pelos amigos e familiares.
Com a vida profissional caminhando, Romeu foi se reergendo e a rotina retomou os eixos. Os passeios de bicicleta na orla do Recreio dos Bandeirantes, bairro onde mora no Rio de Janeiro, a ioga, a ginástica e contemplação do nascer e do pôr do sol na cobertura do seu duplex começaram a ser mais frequentes de novo.
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Entre os projetos dele, além da casa em Lumiar, estão mais trabalhos na atuação e participação em um Campeonato Brasileiro na primeira divisão. "Não tem como escolher o futebol ou os palcos. Amo as duas profissões. Não estou realizado. Tenho muita coisa para fazer ainda. Sem planos para aposentadoria."
"É a árvore da nossa família. Meu pai era escultor, marceneiro e lidou com diversos tipos de madeira. A desta árvore é uma Gonçalo Alves, que é uma madeira que não existe mais. É nobre como jacarandá", explica Romeu, lembrando do pai, que morreu há quatro anos. "Todo ano ele comentava que a árvore não ia morrer porque ia virar árvore de Natal. E virou a árvore de Natal da minha família e dos meus amigos, que vêm todo ano para cá. Essa árvore é mais velha que a Danda".