Na noite do dia 31 de outubro de 2002, Manfred e Marísia von Richthofen foram assassinados a pauladas pelos irmãos Cravinhos, Daniel e Cristian, a mando da filha do casal, Suzane von Richthofen. O crime chocou o país tanto pela participação de Suzane quanto pela forma como foi premeditado.
O benefício, concedido pela 2ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté, ocorreu por causa do bom comportamento e pela redução de pena obtida com dias de trabalho. Uma das funções que ele exerceu dentro do presídio, por exemplo, foi a confecção de cadeiras e mesas utilizadas em escolas públicas.
Dias após o crime, a compra de uma moto com parte do valor paga em dólares levou a polícia a desconfiar dos irmãos. Em 8 de novembro de 2002, Suzane, Daniel e Cristian foram presos e confessaram ter planejado e matado o casal.
Frequentadores do estabelecimento chamaram a polícia e, ali mesmo, Cristian teria oferecido R$ 1.000 aos policiais para não ser preso, além de outros R$ 2.000 que conseguiria com o irmão, Daniel.
Na época, o detento cumpria pena em regime aberto, permissão concedida pela Justiça de São Paulo em 2017. Na ocasião, ele teria agredido a mulher com a qual mantinha um relacionamento.
Em dezembro de 2014, Daniel Cravinhos se casou com a filha de uma agente penitenciária. Ele teria conhecido a mulher em novembro de 2012, quando ela foi ao presídio visitar o irmão, detido sob a suspeita de ter participado de um roubo.
Em 2021, ela foi autorizada pela Justiça a iniciar a graduação em farmácia em uma faculdade em Taubaté (a 140 km de SP). Essa não foi a primeira vez que Suzane tentou frequentar um curso superior. Ela também obteve aval para estudar em 16 de junho de 2016. O curso que seria frequentado, porém, não é mencionado pela Justiça.
A história do crime ganhou dois filmes lançados na mesma data em 2020. Os longas são baseados nos autos do processo do assassinato do casal Von Richthofen e abordam as versões apresentadas por Suzane e Daniel ao tribunal.
Em 2006, ela teve a domiciliar provisória permitida pelo então ministro Nilson Naves, do STJ, mas a decisão foi cassada no mês seguinte.
Em seguida, ela e o namorado, Daniel Cravinhos, à época com 21, encontraram o irmão dele Cristian, 26, e seguiram para a casa da família no Brooklin, na zona sul de São Paulo. Suzane entrou e foi ao quarto dos pais para constatar que eles dormiam. Depois, acendeu a luz do corredor, e os irmãos golpearam o casal.
Às vésperas da estreia, Suzane entrou com uma ação contra a produtora Santa Rita Filmes por causa dos longas "A Menina que Matou os Pais" e o "Menino que Matou Meus Pais". A produtora, no entanto, ganhou todas as etapas em primeira instância do processo, que já foi transitado em julgado.
Em 2006, Cristian Cravinhos, irmão de Daniel, foi condenado a 38 anos e seis meses de prisão pela participação na morte dos pais de Suzane, e em 2013 foi para regime semiaberto.
Na época, ela tinha quase 19 anos e era estudante de direito da PUC-SP. Segundo depoimento dos acusados à polícia, antes do assassinato, o irmão de Suzane —então com 15 anos— foi levado por ela até um cybercafé.
No ano seguinte, ela foi para o semiaberto. Em 2016, saiu pela primeira vez da prisão durante o feriado de Páscoa. Dois anos depois, em 2018, no mesmo dia em que foi beneficiada com a saída temporária de fim de ano, Suzane foi levada de volta à prisão após ser flagrada em uma festa de casamento em Taubaté.
Em 2018, ele foi sentenciado a mais quatro anos e oito meses pelo crime de corrupção ativa, após tentar subornar policiais em um bar em Sorocaba (SP) para evitar ser preso após se envolver em uma confusão num bar de Sorocaba (99 km de São Paulo) em abril daquele ano.
Depois de 20 anos, incluindo períodos de regime domiciliar, Suzane ficou presa até esta quarta-feira (11). Ela passou para o regime aberto pela 2ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté. Ela deixou a prisão em Tremembé por volta das 17h35 de quarta. O Ministério Público informou que vai recorrer da decisão.
Suzane, hoje com 39 anos, obteve liberdade provisória em junho de 2005 por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ela voltou a ser presa meses depois após a exibição de uma entrevista concedida ao "Fantástico", da Rede Globo, durante a qual ela foi orientada pelos advogados a chorar e demonstrar fragilidade diante das câmeras.