O topiramato é um remédio anticonvulsivante indicado para o tratamento da epilepsia em adultos e crianças, crises associadas à Síndrome de Lennox-Gastaut e para prevenção da enxaqueca, pois age no cérebro estabilizando o humor e diminuindo a excitação das células nervosas que podem desencadear crises epilépticas ou de enxaqueca.
Em humanos, a principal via de eliminação do Topiramato inalterado e de seus metabólitos é a renal (no mínimo 81% da dose). Aproximadamente 66% de uma dose de Topiramato marcado com 14C foi excretada inalterada na urina, em quatro dias. Após a administração de doses de 50 mg e 100 mg de Topiramato, duas vezes ao dia, a depuração renal média foi de aproximadamente 18 mL/min e 17 mL/min, respectivamente. Há evidência de reabsorção tubular renal do Topiramato. Este achado é comprovado por estudos conduzidos em ratos, onde o Topiramato foi associado à probenecida, tendo sido observado um aumento significante da depuração renal do Topiramato. De modo geral, a depuração plasmática do Topiramato em humanos é de aproximadamente 20 a 30 mL/min, após a administração oral.
Quando fármacos indutores enzimáticos são retirados, os níveis plasmáticos de Topiramato irão aumentar. Uma diminuição da dose de Topiramato pode ser necessária, se for clinicamente indicado.
As cápsulas de Topiramato podem ser ingeridas inteiras ou podem ser abertas e seu conteúdo total ser administrado espalhado em uma pequena quantidade (colher de chá) de alimento pastoso. A mistura alimento/medicamento deve ser ingerida imediatamente, sem mastigar e não deve ser guardada para uso posterior.
No estudo EPMN-104, pacientes adultos e pediátricos (de idades 6-85 anos) com epilepsia recentemente diagnosticada (n=252) foram randomizados em grupos de baixas-doses (25 ou 50 mg/dia) ou altas doses (200 ou 500 mg/dia) baseado em seu peso corpóreo. No geral, 54% dos pacientes do grupo de alta dose e 39% dos pacientes de baixa dose relataram estar sem crise convulsiva durante a fase duplo-cego (p = 0,022). O grupo de alta dose também foi superior ao grupo de baixa dose com respeito à distribuição de frequência das crises convulsivas (p=0,008) e à diferença no tempo até a primeira crise convulsiva através de três concentrações plasmáticas estratificadas do Topiramato (p=0,015).
A efetividade do Topiramato como um tratamento adjuvante para pacientes pediátricos de 2-16 anos com crises convulsivas de início parcial foi estabelecida em um estudo multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, comparando Topiramato e o placebo nos pacientes com uma história de crises convulsivas de início parcial com ou sem generalização secundária dessas crises.
A dose mínima eficaz para adultos é de 200 mg ao dia, podendo-se até 1600 mg ao dia, que é considerada a dose máxima. O tratamento deve ser iniciado com 25 a 50 mg, administrados à noite, durante uma semana. Depois, em intervalos de 1 ou 2 semanas, a dose deve ser aumentada pelo médico de 25 a 50 mg por dia e dividida em duas tomadas.
A depuração plasmática do Topiramato diminuiu numa média de 26% em pacientes com insuficiência hepática moderada a severa. Portanto, o Topiramato deve ser administrado com cautela em pacientes com insuficiência hepática.
Mulheres em idade fértil devem usar formas eficazes de controle da natalidade enquanto estiverem fazendo uso do topiramato. Pergunte ao seu médico sobre outras opções farmacológicas. Este medicamento pode fazer com que as pílulas anticoncepcionais sejam menos eficazes.
Fatores de risco de nefrolitíase incluem antecedentes de cálculo renal, histórico familiar de nefrolitíase e hipercalciúria. Nenhum desses fatores de risco pode antecipar com certeza a formação de cálculo durante tratamento com Topiramato. Além disso, pacientes utilizando outros medicamentos associados à possibilidade de ocorrência de nefrolitíase podem ter um risco aumentado.
Hidratação adequada durante o uso de Topiramato é muito importante. A hidratação pode reduzir o risco de nefrolitíase. Hidratação apropriada antes e durante atividades como exercícios físicos ou exposição a temperaturas elevadas pode reduzir o risco de eventos adversos relacionados ao calor.
O topiramato pode aumentar o risco de uma condição médica chamada acidose metabólica. Isso pode ocorrer sem sintomas. Ou pode ocorrer com efeitos colaterais nos rins (pedras nos rins), ossos (osteoporose, aumento do risco de ossos quebrados) ou atrasos no crescimento.
A eficácia do Topiramato como um tratamento adjuvante para crise convulsiva tônico-clônica generalizada primária nos pacientes de 2 anos de idade ou mais velhos foi estabelecida em um estudo multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, comparando uma única dosagem do Topiramato e do placebo.
As reações adversas são apresentadas nesta seção. Reações adversas são eventos adversos que foram considerados razoavelmente associados ao uso de Topiramato, com base na avaliação abrangente das informações de eventos adversos disponíveis. Em casos individuais, uma relação causal com o Topiramato não pode ser estabelecida com confiança. Portanto, pelo fato de que os estudos clínicos são conduzidos em condições amplamente variadas, as taxas de reações adversas observadas nos estudos clínicos de um medicamento não podem ser diretamente comparadas com as taxas nos estudos clínicos de outros medicamentos e podem não refletir as taxas observadas na prática clínica.
Os tumores de músculo liso originados na bexiga urinária foram observados apenas em camundongos (doses orais até 300 mg/kg por 21 meses) e parecem ser exclusivos para a espécie. Uma vez que não existe contraprova em humanos, eles não foram considerados clinicamente relevantes.