O Bradesco fechou 2019 com lucro líquido de R$ 25,9 bilhões, um avanço de 20% ante o ano anterior. O resultado divulgado nesta quarta-feira (4) vem em linha com as expectativas do mercado, que era de um ganho próximo a R$ 25,8 bilhões.
R$ 24,2 bilhões: esse é o total que os quatro maiores bancos do país com ações em Bolsa - Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander - já faturaram neste ano apenas com a cobrança de tarifas e taxas bancárias até setembro. Os números foram calculados a partir dos balanços que essas instituições financeiras enviam à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os dados públicos mais recentes são referentes ao terceiro trimestre, encerrado em 30 de setembro.
O Lucro Líquido Recorrente totalizou R$ 6,6 bilhões representando um ganho de 1,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior e um acumulado de 14% na comparação anual.
Como as tarifas cobradas pelos bancos dos clientes estão subindo mais que a inflação, essa despesa está comendo uma fatia maior da renda do consumidor que paga essas taxas. Segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as despesas dos brasileiros com serviços bancários, com tarifas e taxas, chegaram a 1% dos orçamentos familiares em 2017. Isso é 150% mais que os dados da pesquisa de 2008, quando essas despesas representavam 0,4% dos mesmos orçamentos.
O Bradesco registrou ainda uma alta de 19,3% nas despesas com PDD (provisões para devedores duvidosos) no quatro trimestre ante igual período de 2018. Segundo o banco, o aumento é reflexo do crescimento da carteira de crédito. No acumulado do ano, no entanto, houve queda de 2,4% nesses gastos.
De acordo com o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, a separação faz parte da estratégia do banco digital para tornar a experiência de seus clientes mais completa.
O retorno sobre patrimônio líquido (também conhecido como ROAE, a medida de retorno para o acionista) do Bradesco ficou em 20,6% em 2019, avanço de 1,6 ponto percentual.
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No quarto trimestre, tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas impulsionaram o maior volume de empréstimos. Enquanto a carteira de indivíduos cresceu 4,9% ante os três meses anteriores, a de empresas avançou 4,5%.
Nas receitas de Prestação de Serviços temos uma alta sustentada. O melhor desempenho foi percebido na maioria das linhas de produtos. Comparando ao trimestre anterior a variação foi de 4,8%.
Levando em conta o número total de clientes dessas quatro instituições (293 milhões), cada um pagou em média R$ 82,47 em tarifas entre janeiro e setembro. Projetando para o ano, dá R$ 110,00. Isso inclui pessoas físicas e empresas.
Os dados confirmam outro levantamento, feito pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) com 70 pacotes de serviços ofertados pelos maiores bancos do país, que mostrou reajuste médio de 14%, entre abril de 2017 e março de 2019, quase o dobro da inflação no mesmo período, de 7,45%.
O Bradesco foi o segundo grande banco a divulgar os resultados de 2019: na semana passada o Santander comunicou ganho de R$ 14,5 bilhões no ano passado, alta de 17% na mesma relação.
Os bancos não abrem detalhadamente quanto cobram de cada serviço, mas as principais modalidades de tarifas são: taxas de movimentação de conta bancária, anuidades de cartões, rendas de corretagens, cadastro para operações de crédito cadastro, transferências de recursos e ainda as contas depósitos.
O Índice de Inadimplência acima de 90 dias apresentou melhora de 0,3 p.p. no 4T19 e 0,2 p.p. no acumulado de janeiro a dezembro de 2019, refletindo uma melhor qualidade das novas safras e os ajustes nos processos de concessão e recuperação de crédito.
O resultado do quarto trimestre foi influenciado pelo desempenho operacional, com destaque para o crescimento das margens financeiras, da operação de seguros e receitas com prestação de serviços, conforme explica o Bradesco em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
Por fim, vale destacar o crescimento do volume financeiro transacionado, sendo 45% com cartão de débito, 26% com cartão de crédito e 70% em investimentos realizados pelos clientes, quando comparado ao trimestre anterior.
O business da companhia consiste em uma junção de empresas que se organizam entre as atividades Bancárias / Financeiras e Seguros, Planos de Previdência Complementar e Títulos de Capitalização.
Para conferir os resultados de outros trimestres, em texto ou áudio, acesse a Central de Resultados do Bradesco.
O Itaú disse que prefere considerar um levantamento mais amplo, que inclua outras fontes de receita, como seguros e gestão de recursos. Nessa conta, a receita de serviços do banco cresceu 3,8% este ano, atingindo R$ 31,8 bilhões.