A Sociologia é a ciência que se preocupa em estudar a sociedade e todos os fenômenos e aspectos relacionados à ela. A Sociologia no Brasil procura explicar os vários fatores que diferenciam o comportamento humano ou porque grupos sociais tendem a comportar-se de maneira semelhante.
Uma "crise" da Sociologia seria interpretada seja como um sinal de "imaturidade" das ciências sociais ou como uma disfunção entre os requisitos universais-normativos da ciência e os interesses e atitudes sociais, sendo concebida em ambos os casos como uma fase transitória que, uma vez superada implicaria no florescimento pleno da "Sociologia Científica".
Depois de 1930 ela penetra no ensino secundário e superior, começa a ser invocada como instrumento de análise social, dando lugar ao aparecimento de um número apreciável de cultores especializados, devendo-se notar que os primeiros brasileiros de formação universitária sociológica adquirida no próprio país formaram-se em 1936. O decênio de 1930, rico e decisivo, pode ser considerado fase transitória para o atual período que, iniciado mais ou menos em 1940, corresponde à consolidação e generalização da sociologia como disciplina universitária e atividade socialmente reconhecida, assinalada por uma produção regular no campo da teoria, da pesquisa e da aplicação.
Para ele, o erro de Spencer consistia em tomar o homem como unidade social, quando esta deveria ser buscada no grupo, segundo deixara implícito Comte ao estudar a família. No mundo físico, no biológico e no social, as unidades são sempre agregados complexos, aos quais se deve referir a aplicação das leis; o argumento de que o princípio de Haeckel vem abaixo se aferirmos o desenvolvimento individual ao da História insubsiste, se atentarmos que ele se aplica, em ciência social, a cada povo em confronto com outro ou com a humanidade total.
Isto, em primeiro lugar, porque um número importante de cientistas sociais cassados permaneceu no país, inclusive auto-organizados em centros como o CEBRAP, e em segundo lugar, nenhuma instituição chegou a ser fechada ou mesmo esvaziada, permanecendo nos seus cargos a maioria dos quadros docentes. (Sorj e Mitre, 1985, p. 46).
O impacto negativo da instauração do regime autoritário sobre a evolução sociológica brasileira está relacionado diretamente com o golpe de 64 e com o "golpe dentro do golpe" de 1968 que tem no AI-5 seu marco principal. O fechamento do ISEB, em 1964, os IPM e as cassações pareciam indicar que as ciências sociais brasileiras estavam entrando em um período recessivo. O fechamento do ISEB em 1964 pelo regime militar e as cassações de cientistas sociais em 1969, assim como o impacto negativo da repressão cultural-educacional aos níveis universitários e das condições de exercício profissional, correspondem plenamente às características gerais da quarta etapa de evolução da Sociologia na América Latina. Todavia, em contraste com a evolução adversa da Sociologia em outros países latino-americanos, particularmente do Cone Sul, sob as condições autoritárias, a Sociologia no Brasil experimentou uma razoável expansão institucional do ensino e da pesquisa.
Lívio de Castro, morto aos 27 anos com uma ponderável bagagem inédita, publicada depois em parte sob a direção de Silvio Romero, seu mestre, talvez nunca tenha escrito a palavra "sociologia". Era médico interessado em antropologia física e fisiologia nervosa, mas com pendor irresistível para os problemas sociais. A sua obra principal, A mulher e a sociogenia, escrita em 1887, quando tinha 23 anos, e editada no decênio seguinte, tem por objeto definir o papel da mulher na sociedade moderna, escopo sociológico que procura fundamentar com uma primeira parte biológica e uma última parte que se diria educacional. O livro tem de comum com os do tempo o dogmatismo naturalista mal disfarçado em objetividade científica, a inflexibilidade e facilidade das conclusões, o jargão técnico. Mas separa-se deles pelo rigor demonstrativo, a segurança do roteiro, o senso prático e uma eloqüência contida pela sobriedade e o senso de medida. Apesar do que há de obsoleto nos seus pontos de apoio e no superado cientificismo do tom, é um raro exemplar de mentalidade científica no Brasil de então, mormente se atentarmos para o campo dos estudos sociais, em que os melhores, como um Silvio Romero, pouco mais faziam que jogar um disfarce pseudo-sistemático sobre a gratuidade dos palpites, alçados a verdades objetivamente determinadas.
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As suas notórias influências são o darwinismo social de Gumplowicz, sublinhando o conflito dos grupos na disputa da supremacia, e a teoria de Buckle, hipertrofiando o papel dos fatores geográficos na formação e desenvolvimento dos grupos humanos, já amplamente divulgada e aplicada no Brasil na História da literatura brasileira, de Silvio Romero. Há, portanto, como que o reconhecimento de uma dívida no fato de Euclides da Cunha o haver escolhido para saudá-lo na Academia Brasileira o que Silvio fez num discurso onde boa parte é consagrada aos problemas sociais do Brasil, encarados segundo o ponto de vista da escola de Le Play, que então divulgava com ardor.
A sociologia brasileira tem sido influenciada por diversas teorias sociológicas, como o positivismo, o marxismo, o funcionalismo e a teoria crítica. Cada uma dessas teorias oferece uma perspectiva diferente sobre a sociedade brasileira e suas relações.
Podemos apontar, da publicação de Os sertões (1902) a esse outro grande marco que foi Casa-grande & senzala (1933), três autores característicos da orientação definida: Manoel Bonfim, Alberto Tôrres e Oliveira Viana.
Jacques Lambert, de estada curta entre nós, orientou os seus trabalhos no rumo da demografia (Problèmes demographiques contemporains, 1. Les faits [1944], em colaboração com L. A. Costa Pinto), publicando mais tarde, na linha das "teorias do Brasil", que hoje parece ser preferida sobretudo pelos estrangeiros, uma síntese excelente, Le Brésil: structures sociales et institutions politiques (1953), a que se podem juntar outras, da mesma natureza, de mais dois professores franceses que ensinaram aqui: Les trois âges du Brésil, de Charles Morazé (1954), e Le Brésil, de Pierre Monbeig (1954). Numa linha algo diversa, de documentação e pesquisa mais acurada, temos Brazil, its people and institutions (1947), de T. Lynn-Smith, também residente alguns anos entre nós.
A sociologia é uma ciência que estuda a sociedade e suas relações, e teve seu surgimento no Brasil no final do século XIX. Na época, o país passava por grandes transformações sociais, como a abolição da escravatura e a chegada de imigrantes europeus.
A vida associativa é muito fraca e o intercâmbio se dá em base pessoal. A Sociedade Brasileira de Sociologia, em que se transformou a antiga Sociedade Paulista de Sociologia, realizou um Congresso em 1954 na cidade de São Paulo e publicou em seguida os respectivos anais. A própria troca de publicações é limitada e, a não ser no Rio e São Paulo, os estudiosos dependem do acaso das relações para se porem a par do movimento sociológico no país. É mais fácil conhecer a marcha das pesquisas e publicações nos Estados Unidos e na Europa do que no Brasil e o presente artigo, escrito por um sociólogo de São Paulo, certamente apresenta lacunas neste sentido.
Em The negro in Northern Brazil (1948), diz Otávio da Costa Eduardo que o negro das comunidades maranhenses, rurais e urbanas, ajustou-se bem à situação aculturativa. Conservando traços da cultura de origem, adotando outros do meio em que vive, alcança uma síntese que garante o equilíbrio da sua personalidade, visto como tem nítida consciência dos aspectos conflituais da cultura que desenvolveu. Não se registra, assim, ambivalência ou tensão psíquica, embora os negros da cidade revelem maior índice de insegurança. Para atingir o objetivo, o autor estudou os meios de vida, organização da família, religião, ritual da morte.
A noção de 'subdesenvolvimento' caracteriza um estado ou grau de diferenciação do sistema produtivo, apesar de que isso implique algumas conseqüências sociais sem acentuar os pontos de controle das decisões de produção e consumo, seja internamente (socialismo, capitalismo, etc.) ou externamente (colonialismo, periferia de mercado mundial, etc.).
A partir de 1959, buscando contribuir para a compreensão do Brasil contemporâneo, a "Escola da USP" passa a pesquisar o desenvolvimento brasileiro, enfocando temas como o Estado e o desenvolvimento econômico, a qualificação da mão de obra, a mobilização do operariado, as disparidades regionais do desenvolvimento e a estrutura da indústria paulista. Dentro deste esforço coletivo, Fernando Henrique Cardoso passa a dedicar-se à reflexão sobre o desenvolvimentismo brasileiro, tema central do segundo momento de sua obra.
Foi nesse contexto que surgiram os primeiros estudos sociológicos no Brasil, com destaque para os trabalhos de Joaquim Nabuco e Gilberto Freyre. A partir daí, a sociologia se consolidou como uma disciplina acadêmica, sendo ensinada em universidades e escolas de ensino médio.
A um organicismo atenuado pela influência de Tarde, filiou-se Paulo Egídio, cuja preocupação central foi desenvolver em São Paulo, desde os fins do decênio de 1880 até o primeiro deste século [XX], verdadeira propaganda sociológica pela imprensa, os cursos e o livro. A sua obra mais importante são os Estudos de sociologia criminal (1900), crítica às Regras do método sociológico, de Durkheim (1896), sobretudo ao capítulo III, relativo à "distinção do normal e do patológico", que feriu cruamente a consciência jurídica de Paulo Egídio, cujos ditames ele procura então conciliar com as exigências intelectuais. Como escrevi noutra oportunidade, "tudo se prende à conhecida afirmação do sociólogo francês de que os fatos verificados com intensidade e regularidade são normais a uma dada sociedade, e patológicos os que aberram da norma". Trata-se de substituir o juízo de valor pela verificação empírica, superando o subjetivismo. E, assim, afirma que o crime é normal, dada a regularidade com que ocorre, pois o patológico importa sempre em exceção, que contraria o ritmo ordinário dos fatos. Paulo Egídio reagiu vivamente, mas procurou dar à sua reação o mesmo rigor demonstrado nos argumentos de Durkheim. Podemos interpretar esta atitude como fruto de um conflito entre a consciência jurídica vezada a discernir o bem e o mal em termos de imperativo ético e a sua convicção determinista pronta a aceitar a relatividade das instituições e o caráter social dos valores.
Casa-Grande & Senzala é um livro do sociólogo brasileiro Gilberto Freyre publicado em 1933. Freyre apresenta a importância da casa-grande na formação sociocultural brasileira, assim como a da senzala na complementação da primeira. ... Com isso refuta a ideia de que a miscigenação teria levado à uma raça inferior no Brasil.
O objetivo da sociologia é estudar, entender e classificar as formações sociais, as comunidades e os agrupamentos humanos, para que outras ciências e técnicas possam apresentar propostas de intervenção social que resultem em melhorias na sociedade.
A sociologia sempre teve como um dos seus objetivos, estudar os conflitos entre as classes sociais. No Brasil, na década de 20 e 30, estudiosos debruçaram-se na busca do entendimento da formação da sociedade brasileira, analisando assim temas como abolição a escravatura, êxodos e estudos sobre os índios e negros.
A sociologia como um todo, estuda também temas ligados às relações e conflitos sociais, crises ligadas ao trabalho urbano e rural, à informação, às artes, à cultura de massa e todos os acontecimentos que, de alguma maneira, podem afetar a vida em sociedade e a construção de relações sociais.
A fase “A” da implantação da Sociologia no Brasil: A primeira geração da Sociologia brasileira seria composta por aqueles autores que se preocuparam em fazer estudos históricos sobre a nossa realidade, com um caráter mais voltado à Literatura do que para a Sociologia.
Azevedo em seu livro Princípios de Sociologia (Edições Melhoramentos: São Paulo, 9ª ed., 1958) apresenta uma síntese histórica da Sociologia no Brasil na qual distingue três fases: A primeira iria da segunda metade do século XIX, até 1928, e seria anterior ao ensino e a pesquisa; a segunda é marcada pela introdução da ...
Auguste Comte
Pensadores da sociologia - Durkheim, Marx, Weber, Comte - InfoEscola.
Com distintas visões sobre o método sociológico e sobre o curso da sociedade, os autores do chamado tripé da sociologia (Marx, Durkheim e Weber) contribuíram imensamente com o desenvolvimento basilar dessa ciência. Marx, Weber e Durkheim são considerados os teóricos basilares da sociologia.
Índice
Para o alemão Karl Marx (1818 — 1883), os indivíduos devem ser analisados de acordo com o contexto de suas condições e situações sociais, já que produzem sua existência em grupo. ... Caçando, defendendo-se e criando instrumentos, os indivíduos construíram sua história e sua existência de grupo social.