“A teoria funcional”. In Uma teoria crítica da cultura. ... 169 a 188, de Bronislaw Malinowski, traz sua contribuição a teoria funcionalista, método tão antigo quanto às primeiras demonstrações de interesse pelas culturas estranhas, consideradas selvagens e bárbaras.
O trabalho de campo se apresenta para a antropologia enquanto uma proposta de transformação da disciplina. Transformação no sentido da prática metodológica, o que levou inevitavelmente à ressignificação de suas correntes teóricas.
A etnografia pode ser definida como um método de pesquisa qualitativa que visa a descrição e o entendimento integrativo de fenômenos socioculturais presentes em grupos ou comunidades particulares de acordo com os próprios termos e atitudes daqueles que os vivenciam cotidianamente. Ao se voltar especificamente para esta dimensão ao mesmo tempo metodológica e ética da etnografia, o presente artigo adota como objetivo principal a realização de uma reconstituição histórica direcionada à reapropriação desta modalidade de estudos de campo por parte da Psicologia Social norte-americana e brasileira. Para tanto, focaliza um momento e uma instituição específicos: a primeira metade do século XX e a Escola Sociológica de Chicago, a qual aparece pensada aqui a partir de aspectos da vida e da obra de três dos seus principais representantes: Robert Park, George Mead e Donald Pierson. De maneira conclusiva, o artigo debate algumas das especificidades da prática etnográfica e, unindo passado e presente, defende a pertinência da sua utilização na contemporaneidade da pesquisa psicossociológica.
O grande representante do estruturalismo francês é Lévi-Strauss. Para o autor, existe uma estrutura mental universal da humanidade que organiza as nossas experiências em formas simbólicas. Em outras palavras, não existe diferença na mente ou na intelectualidade entre seres humanos, seja qual for a sua sociedade.
Qual a importância do trabalho de campo para o relativismo? O trabalho de campo busca mostrar que há homens sem cultura. O trabalho de campo baseia-se na visão etnocêntrica que os antropólogos de gabinete têm da realidade social, contrapondo-se ao relativismo cultural.
Complementando esse quadro - pintado, como vimos, com as cores da relação (e não da separação) entre sujeito e objeto, mente e matéria -, o processo interpretativo humano passa a ser tomado pela Psicologia Social de George Mead e Herbert Blumer como válido não apenas em relação ao meio-ambiente, mas também no que se refere ao sujeito que interpreta, o qual, a partir da reflexão, pode vir a atuar também sobre si mesmo de maneira transformadora. Uma consequência direta desta ideia aparece na inclusão do próprio pesquisador como parte integrante do contexto mais amplo onde se desenrolam os pensamentos e as ações costumeiramente adotados como focos de estudo pelo interacionismo simbólico. Temos aí, portanto, outra nada desprezível ligação entre este último e a etnografia, ligação esta que faculta a nossa compreensão do privilégio conferido por ele a este método de estudos intensivos de campo. Nestes termos, torna-se importante lembrar aqui que também na etnografia a subjetividade do pesquisador, ao invés de rechaçada como espécie de resíduo indesejável, é costumeiramente valorizada como preciosa - e mesmo inestimável - fonte de informações.
Primeiro momento da antropologia como etnografia: O método etnográfico é um estudo e registro descritivo das características culturais de um determinado grupo social. O trabalho do etnógrafo era distinto da do antropólogo, no início do século XX elas se juntam em um único personagem.
Seu objetivo principal é estudar a cultura e o comportamento de alguns grupos sociais. Embora seja um estudo acadêmico, essa área vem ganhando espaço no mundo corporativo, principalmente em empresas com foco no marketing por meio de mídias sociais.
Ethnography can be defined as a method of qualitative research that aims to gain an integrative description and understanding of sociocultural phenomena presented in particular groups or communities, according to the terms and attitudes of the group's members. Specifically following this simultaneously technical and ethical dimension of ethnography, this article mainly intends to promote a historical reconstitution of the reappropriation of this modality of field studies by both American and Brazilian social psychologists. Therefore, it focuses on a specific time and institution: the first half of the twentieth century and the Chicago School of Sociology, which is considered here through aspects of the lives and works of three of its principal contributors: Robert Park, George Mead, and Donald Pierson. In conclusion, the article debates some of the specificities of ethnographic practice, and bringing together past and present, defends the relevance of its use in present psychosociological research.
Uma ponderação como essa evidentemente não significa desmerecer o fato de que o reconhecimento de jogos de poder, os quais, assim como em outras tantas atividades, também se fazem presentes na etnografia, apresenta-se como algo de suma importância para a pesquisa acadêmica. Contudo, este reconhecimento também não precisa significar um congelamento da etnografia. Ele pode e deve ser tomado como possibilidade ou, em uma palavra, como mais uma preciosa fonte de informações acerca não somente do outro, mas do próprio pesquisador.
A pesquisa etnográfica é uma pesquisa que estuda pessoas a partir de uma análise profunda sobre os comportamentos, as crenças, os costumes e outras características da comunidade. Ou seja: a pesquisa etnográfica estuda os padrões mais previsíveis das percepções e dos comportamento na sua rotina diária das pessoas.
Etnografia é um método de pesquisa em ciências sociais que se baseia em experiências pessoais dentro de uma cultura ou um grupo de assuntos. Várias instituições têm suas próprias diretrizes sobre como escrever uma etnografia, mas geralmente seguem um formato padrão que requer análise e avaliação adequadas.
169 a 188, de Bronislaw Malinowski, traz sua contribuição a teoria funcionalista, método tão antigo quanto às primeiras demonstrações de interesse pelas culturas estranhas, consideradas selvagens e bárbaras.
Ainda que tangenciado de maneira breve nos parágrafos acima, um importante aspecto da etnografia certamente merece se tornar objeto de comentários mais pormenorizados, inclusive pela lacuna de textos mais especificamente voltados ao tema. Trata-se do processo da sua reapropriação por parte da Psicologia Social norte-americana e, por derivação, pelos trabalhos produzidos por esta área de estudos no Brasil. Tal reconstituição, de natureza eminentemente histórica, aparecerá, portanto, como nosso principal objetivo aqui. Uma vez cumprida esta etapa, debateremos então, de maneira complementar e ao longo das nossas considerações finais, algumas das especificidades da prática etnográfica, bem como a pertinência da sua utilização na contemporaneidade dos estudos psicossociológicos.
Nascido em South Hadley, Massachusetts, George Herbert Mead primeiramente cursou filosofia na Universidade de Harvard, tendo sido, inclusive, aluno de William James em 1887. Contudo, desde cedo o seu interesse pela Psicologia não tardaria a se revelar, o que o levou a tomar a decisão de se mudar para a Alemanha. Com efeito, entre 1888 e 1889, Mead passa a frequentar a Universidade de Leipzig, onde deteve contato direto com o pioneiro laboratório de Psicologia Experimental dirigido por Wilhelm Wundt e, não menos importante, com a Völkerpsychologieproposta por este último.
O primeiro deles foi Robert Ezra Park, o qual, uma vez terminada a sua graduação em sociologia na Universidade de Michigan, ainda em 1887, exerceu a atividade de jornalista por aproximadamente dez anos, tendo tido a oportunidade de fazer diversas viagens e trabalhar em importantes cidades norte-americanas, como Detroit, Nova York e Minneapolis. Depois disto, fixou-se em Massachusetts, onde, na qualidade de aluno de Harvard, realizou estudos nas áreas de Psicologia e filosofia - em particular o pragmatismo de William James -, tendo obtido o grau de mestre em 1899. Logo em seguida, mudou-se novamente. Desta feita, para a Alemanha, onde, além de entrar em contato direto com o pensamento de Georg Simmel, elaborou uma tese de doutorado acerca da sociologia das massas.
O Funcionalismo desenvolvido em sua pesquisa deveu-se a organização dos dados coletados em quadro sinopse que ele mesmo inventou, tal quadro registrava e correlacionava acontecimentos da vida cotidiana entre os nativos ao longo do tempo em que passou em campo.
Assim, dada a sua importância ao mesmo tempo científica e institucional, privilegiaremos aqui três dos mais ilustres representantes da Escola de Chicago: Robert Park, George Mead e Donald Pierson. Conforme veremos a seguir, a partir do intercâmbio que fizeram na Alemanha nas décadas de 1890 e 1900, os dois primeiros levariam de volta para os Estados Unidos tanto elementos importantes da perspectiva funcionalista quanto, diretamente atrelada a eles, a etnografia como metodologia privilegiada de trabalho a ser aplicada pela sociologia e pela Psicologia Social norte-americanas não mais em comunidades "exóticas", mas sim nas ruas da Chicago da época (primeira metade do século XX), uma cidade em franca expansão e que não tardaria a adquirir ares de grande metrópole. Já Donald Pierson, após trabalhar sob a orientação direta de Robert Park, acabaria por se tornar diretamente responsável pela implantação desta mesma metodologia de trabalho no Brasil a partir de meados da década de 1930, onde também ministrou um dos pioneiros cursos de Psicologia Social em nosso país.
Resposta. Resposta: “A teoria funcional”. ... 169 a 188, de Bronislaw Malinowski, traz sua contribuição a teoria funcionalista, método tão antigo quanto às primeiras demonstrações de interesse pelas culturas estranhas, consideradas selvagens e bárbaras.
A etnografia (do grego έθνος, ethno - nação, povo e γράφειν, graphein - escrever) é o método utilizado pela antropologia na coleta de dados. Baseia-se no contato inter-subjetivo entre o antropólogo e o seu objeto, seja ele uma aldeia indígena ou qualquer outro grupo social sob o qual o recorte analítico será feito.
Entenda como funciona uma pesquisa etnográfica e qual a sua importância. Quando falamos de etnografia, estamos nos referimos a uma metodologia das ciências sociais que tem como base a antropologia. Seu objetivo principal é estudar a cultura e o comportamento de alguns grupos sociais.
O uso da imagem na pesquisa antropológica, aqui considerada como etnofotografia, atualmente tem a credibilidade, enquanto linguagem, no estatuto dos pesquisadores de campo, como um dos instrumentos de escrita científica.
A cultura era conceituada como resultado do pensamento racional do homem, manifesto em diferentes graus, dentro de uma escala evolucionista. Encarava-se a história cultural como processo unilinear e universal, cujas expressões peculiares a cada sociedade, em dado momento, refletiam o seu estado de desenvolvimento.
enquanto o multiculturalismo propugna a convivência num mesmo espaço social de culturas diferentes sob o princípio da tolerância e do respeito à diferença, a interculturalidade, ao pressupor como inevitável a interação entre essas culturas, propõe um projeto político que permita estabelecer um diálogo entre elas, como ...
Resumo: O diálogo intercultural é a designação utilizada para nomear propostas teóricas normativas de direitos humanos que na década de 1990 buscavam fundamentar uma nova universalidade para estes. Para esta abordagem teórica o embate entre universalismo e relativismo cultural deve ser superado.