Como um inseto de hábitos noturnos, atacam, na maioria das vezes, quando estamos dormindo e não conseguimos notar sua presença. Ainda assim, é possível que você os encontre durante o dia.
Pouco tempo depois resolvi sair da casa e me aventurar pelos arredores. Vi um monte de lenha no terreno e lá entrei. Era um lugar quente, escuro e malcheiroso. Fiquei apavorado ao ver chegar perto do lugar onde eu estava o gambá que me perseguira no dia anterior. Ele ficou farejando como se soubesse que lá havia comida. Permaneci imóvel, mas tinha a sensação de que minhas patas tremiam. Como não conseguiu nada, ele foi embora. Continuando minha exploração naquele refúgio de galhos secos, encontrei um velho barbeiro que mal conseguia caminhar e fui ter com ele. Quando me viu ficou contente, pois há muito não encontrava nenhum dos seus para conversar. Ele me perguntou de onde vinha e porque estava ali correndo perigo. Disse a ele que queria conhecer a região e que não estava entendendo o que se passava. Contei-lhe, então, o que ocorrera com meu irmão e ele me pediu para sentar ao seu lado que me explicaria.
A picada do barbeiro não doí, pois há um componente na saliva que anestesia, portanto a picada é indolor. Costuma sentir um coceira após um tempo por causa da irritação no local.
Por isso, tenha muito cuidado, não acumule entulhos e feche bem as portas antes de dormir colocando panos embaixo para impedir que eles entrem assim como os engongos (piolhos-de-cobra).
Percevejo predador – o rostro, que também surge da parte da anterior da cabeça é curto e curvo e não ultrapassa o primeiro par de pernas. Barbeiro – o rostro surge da parte anterior da cabeça, é reto, curto e também não ultrapassa o primeiro par de pernas.
Ao amanhecer, estranhei que ninguém se preparava para ir ao trabalho. Ouvi a mulher dizer aos seus filhos que era domingo e que iriam à igreja assistir à missa e conversar com o padre a respeito da saúde do marido. E assim foi feito. Eu já estivera no local em uma das minhas explorações territoriais e fui para lá também.
Numa outra manhã de calor intenso, notei que aquela criancinha que tanto me servia de alimento estava estranha. Não queria sair da cama, aparentava cansaço e notei que seu olho direito estava inchado. Logo me lembrei da velha senhora e de suas palavras… “É a doença do barbeiro.” Confesso que fiquei apavorado e senti culpa, sem saber ao certo como isto acontecera. Tantas outras vezes me alimentei de seu sangue após ter sugado aquele pobre cachorro moribundo e só agora causei doença nessa criança? Como era possível? O que teria acontecido? Seria eu o culpado?
É importante ressaltar que tomar picada de barbeiro não significa que se contraiu a doença de Chagas, porque para transmitir a doença o inseto precisa estar infectado. Se você foi picado por um barbeiro livre da doença deve sentir apenas uma leve coceira e vermelhidão no local afetado.
Certo dia, acordei antes de o sol nascer, preocupado com todo o cenário do dia anterior. Em seguida, a mulher levantou-se, juntamente com as crianças, mas o homem permanecia imóvel. A mulher tentou acordá-lo, sacudiu-o, mas ele não se movia. A cena seguinte foi muito dolorosa: ela gritava e chorava desesperadamente. As crianças também estavam aos prantos e gritos, e abraçavam o pai. Ele estava morto. Morrera dormindo como poucos merecem fazê-lo. O desespero era apavorante. Ninguém saía de perto do homem deitado na cama com os pés pendentes para o chão. O que seria agora daquela mulher e daquelas crianças?
I noticed several of my own kind between the rags that covered that pitiable bed, and they were all fat and satisfied. For the first time I had a strange feeling. I didn’t know what it was, but instinctively I understood that I was hungry. Since it was daytime, there were no human beings in the house, and, even if there were, it would not have been wise on my part to wander out because the stove was there, and it was frightening. So I went looking for food. When I got outside I noticed a great deal of commotion. When I got closer, I saw a skunk lying down next to a bush. It was very quiet. It was having difficulty breathing and its body seemed very swollen. Several of my own kind were taking advantage of the poor animal's lack of resistance and they were sucking its blood, even though they saw that it was getting weaker and weaker. Sometimes it moved slowly, but it wasn’t able to reach the animals that were causing it so much suffering. I thought it was very sad and even though I was hungry I couldn’t bring myself to take advantage of the situation.
A year had already gone by since I had left that egg. I feel very weak. It is hard to walk, and I don’t have the strength to go out and find food. My vision is blurry and everything is very dark. I feel very sleepy and I am going to fall asleep.
Leaving my nest, I started to explore the house and I went out the window, afraid of what I might find there. The sun was blazing and there was not even a little breeze to cool us off. The earth was covered with red clay, and we rarely saw patches of brush with yellow leaves that were twisted by the heat. I thought that the inhabitants must not feel thirst, because I couldn’t see any traces of water. A little later I heard a noise and I saw an emaciated dog with its tongue hanging out lazily slinking along the burning ground. I noticed that it scarcely had the strength to walk and bark at the same time. It came close and, in fear, I hid in a crack that I found on the outside of that little hut. I stayed still there while the dog sniffed incessantly, as though it were hunting something to eat. A little while later it left, went into the house, and lay down on the ground next to the door, sleeping heavily, perhaps to take its mind off of how hungry it felt. Continuing my exploration, I saw another animal. It was very strange, and I later learned that it was called a skunk. When it saw me, it immediately ran toward me with a horrifying expression, demonstrating the intent to, at my expense, sate its hunger. Once again, I hid in the strategic haven in the crack in the wall, which also provided an opening that went inside the house. As it was already nighttime, I decided to go back to the nest where I would be safe. I admit that I fell asleep. I don’t know how long. I woke startled by a loud noise inside the house. It was very dark, and I couldn’t see anything. Then, a faint light came on and I saw that the lamp had been lit. Imagine how frightened I was when I saw a man, a woman, and four children speaking loudly inside the house. The man was short and very lean, and the skin of his face was wrinkled, showing signs of suffering from constant exposure to the sun. He wore busted up sandals on his feet. His pants hardly covered his ankles, and they were all patched up, with several tears that couldn’t take another stitch. His hands, which were calloused from the daily toil on the small farm, were incapable of finer movements, and they handled everything with brutality. He was smoking a straw cigarette that spread a foul-smelling smoke, but still seemed comforting to him.
“If you look around, you’ll see that, in this field, there are a lot of nests that belong to birds, skunks, and rats, all very well hidden. We live there. We’re always warm and at night we have all the blood we want. We just need to pay close attention, because we can end up on their menu. In those nests, especially the ones that belong to the skunks and the rats, there are usually babies and they are delicious. We can eat all we want, and they hardly react; when it comes to the parents, we hide between the straw and that's where we stay.”
Nezara viridula (Linnaeus, 1758), conhecida pelo nome comum de maria-fedida ou percevejo-da-soja ou fede-fede, ou em Portugal como percevejo-fedorento, é um percevejo da família dos pentatomídeos, de ampla distribuição no Brasil. Tais insetos possuem coloração verde, clareando na parte ventral.
Segundo os pesquisadores, “no Estado de Rondônia, não há registro de casos autóctones de Chagas nos últimos anos. Entretanto, há registro de seis espécies de triatomíneos (barbeiros), uma grande variedade de reservatórios silvestres do T. cruzi e intenso processo de desmatamento que pode, ao longo do tempo, induzir à invasão e colonização de triatomíneos em áreas domiciliares e peridomiciliares”.
É comum acontecer a confusão de qualquer percevejo com o barbeiro, pois existem alguns insetos parecidos com o barbeiro. Em alguns casos eles até são apelidados de inseto barbeiro falso. Não se desespere ao ver um inseto parecido com o barbeiro.
One day, two men came to the house wearing strange clothes, with masks on their faces that made them look scary. They asked the woman and the children to leave the house and come back a few hours later. I was curious when they started mixing liquids in a tin container. The smell was unbearable.