Por Que A Escola Um Aparelho Ideolgico De Estado?

Por que a escola um aparelho ideolgico de Estado

Althusser foi o primeiro critico-reprodutivista a discutir a relação da escola capitalista se posicionando contra o marxismo,pois para ele Marx é anti-humano ao apresentar sua teoria primeiro por que o humanismo é ideologia,por que fala do homem,colocando o como centro e não percebendo que ele desenvolve papel secundário na sociedade,para ele o individuo é apenas um suporte das relações de produção,ainda classifica os aparelhos de estado em repressivos e ideológicos apresentando as relações de produção/reprodução pois para que haja desenvolvimento é necessário haver a reprodução do que se produz.Mostra através da representação da ideologia como funcionam tais aparelhos afirmando ser a igreja o aparelho de estado dominante da antiguidade e hoje como predominante o aparelho ideológico escolar que engloba pessoas de diversas áreas inculcando lhes a ideologia dominante das classes sociais.

Qual a função da escola Segundo Althusser?

Essa espécie de versão contemporânea da máquina pascalina é uma contribuição singular às perspectivas sobre ideologia desenvolvidas anteriormente, mas deixa um ponto em aberto, já que não consegue esgotar em profundidade o vínculo entre o AIE e a interpelação ideológica. A discussão gira em torno de compreender então como o AIE, enquanto máquina pascaliana, se internaliza produzindo o efeito da crença ideológica, numa relação de causa e efeito conector a do processo de subjetivação. Nesse caso, como acontece o reconhecimento da posição colocada pela interpelação?

Tal compreensão traz implícita a dimensão de que a interpelação ideológica e a sua conexão com os AIE, em especial o escolar, não pode renunciar à fórmula lacaniana da fantasia. Ou seja, mais uma vez, esse curto-circuito, esta lacuna entre esses dois fenômenos, tão fundamentais à implementação da ideologia, tem como pedra de toque o espaço onde a fantasia se apresenta. Althusser (1970) apontou este espaço lateralmente quando desenvolveu a tese de que a “a ideologia é uma ‘representação’ da relação imaginária dos indivíduos com suas condições reais de existência”. Porém, isso por si só não é suficiente para explicar como tal fenômeno se manifesta materialmente, por se tratar de uma explicação baseada em idealismos, por isso ele aponta a interpelação como ponto de conexão, para a instrumentalização dos AIE que estão em relação dialética com a própria interpelação. O que Althusser não contava é que aí ainda restava um espaço não explicado onde a fantasia atua. Assim Žižek nos lembra que:

Como a escola transmite a ideologia?

Como a escola transmite a ideologia?

Como se trata de um aparelho que dispõe durante muito tempo de audiência obrigatória de parte considerável da sociedade, através das crianças, a ideologia dominante chega à família como um todo. A escola domina de forma magistral as crianças, pois tem de cinco a seis dias por semana de presença na vida delas. Um pouco maiores, adolescentes se jogam no mundo do trabalho, tornando-se mão de obra barata. Outra parte, mais reduzida, de juventude escolarizável, continua no sistema educativo para assumir postos da pequena burguesia. E, assim, uma parte consideravelmente pequena de jovens consegue empregos razoáveis, enquanto a maioria cai no semiemprego, ou ainda, como hoje, no desemprego. A propósito como destaca Althusser,

A escola não pode ser suprimida da sociedade, mas precisa exatamente persistir como ponto de viragem da compreensão alienada da sociedade. Ela precisa ser a condição de vida, que compreende a ideologia de forma para além da ingenuidade. A escola necessita ser um espaço garantidor da autonomia, inclusive em relação AIE que a família e a economia são, visto que estes aparatos podem coagir principalmente a infância e juventude. Compreender como a ideologia funciona e incide sobre a educação e a escola permite, inclusive, ao próprio estudante transformar a escola em direção a um ato de superação dos problemas sociais que enfrenta cotidianamente.

O filósofo enumera de maneira pedagógica: Todos os Aparelhos Ideológicos de Estado competem pelo mesmo objetivo: a reprodução das relações de produção, ou seja, na reprodução das relações de exploração capitalistas. Cada aparelho o faz à sua maneira.

IDEOLOGÍA Y EDUCACIÓN DESDE LA PERSPECTIVA DE LOUIS ALTHUSSER

A noção de ideologia pode ser compreendida como um corpus de representações e de normas que fixam e prescrevem de antemão o que se deve e como se deve pensar, agir e sentir. Com o objetivo de impor os interesses particulares da classe dominante, esse corpus produz uma universalidade imaginária.

O filósofo francês Louis Althusser (1918-90) encabeçou no marxismo a corrente estruturalista. O estruturalismo não definia isoladamente os elementos de um processo -histórico, econômico-, mas apenas privilegiava a relação heterogênea e conflitiva que existiria entre eles.

Outra limitação em Althusser, para além da falta de um vínculo profundo da ideologia com a materialidade, é questionar, no caso da crítica contundente aos aparelhos de Estado, aos aparelhos repressivos e ideológicos, e todos os aparelhos em geral, e sua derrocada: como organizar a sociedade? A perspectiva que o autor fornece coloca em xeque todas as formas de organização institucional e a formatação das relações econômicas sem trazer nenhuma perspectiva ou apontamento do que fazer caso acabemos com os aparelhos. Permanece em sua leitura uma atitude niilista ultrapassada. No cenário apresentado por Althusser, como fica a organização do corpo social e político da sociedade? Sem instituições, que são todas repressivas e ideológicas, como nos organizarmos? Não há superação do aparelho, criticamos ele, a escola e todas as instituições de maneira muito justa e profícua, mas como nos organizaremos? Precisamos de organização? Educação? Todo esse aparato só está a serviço da escola burguesa? Todas essas questões ficam em aberto nas leituras de Althusser. Alguns anos depois autores vão respondê-las, como Bourdieu no caso da educação e outros pensadores sobre a ideologia em geral, mas propriamente em Althusser não encontramos respostas.

CAPÍTULO 3 – A EDUCAÇÃO E A CIDADANIA COMO FORMAÇÃO

<b>CAPÍTULO 3 – A EDUCAÇÃO E A CIDADANIA COMO FORMAÇÃO</b>

Diante dessas questões, diversos filósofos contribuíram para uma investigação possível da ideologia: Marx, ao traçar apontamentos importantes para uma crítica da ideologia contemporânea que se afaste de um projeto ingênuo; A perspectiva de Althusser (Argélia, 1918 - La Verrière, 1990) e os seus Aparelhos Ideológicos de Estado e alguns outros dispositivos semelhantes; Lacan ao tensionar o conceito da ideologia com seu cerne na fantasia. Esses pensadores aparecem para Žižek de forma interconectada e vamos nos remeter a eles, mas como tratar de ideologia de forma tão ampla não cabe nessa exposição, vamos nos remeter à ideologia em sua alteridade-externalização, momento dialetizado de forma inovadora pela noção althusseriana de Aparelhos Ideológicos de Estado (AIE). Essa compreensão prática da ideologia também encontra sua realização nos dispositivos e noutras formas de articulação mecânica da ideologia no que tange à realidade em sua forma eficiente enquanto agencia práticas cotidianas que podem culminar em exercícios totalitários.

O filósofo procura ultrapassar a mera descrição do Estado e do aparelho de Estado para poder adentrar uma discussão que pressupõe essas categorias, mas procurando diferenciá-las em “poder de Estado” de “aparelho de Estado”. O Estado define, de fato, a função fundamental do aparelho de Estado como a força de execução e de intervenção repressiva, a serviço da classe dominante. Define, assim, que o Estado é aparelho de Estado, não só aparelho especializado cuja existência e necessidade são reconhecidas a partir das exigências da prática jurídica, como da polícia e do exército, mas também como o governo e a administração.

A ideologia não se apresenta na realidade de modo teórico, mas em sua materialidade, sua existência é concreta e se manifesta através de um aparelho. Ela afeta os indivíduos, sujeitos que vivem em uma ideologia, isto é, que têm uma representação do mundo, seja ela religiosa, moral, jurídica etc. É nesse sentido que a deformação imaginária depende da relação imaginária com as condições materiais de sua existência. Podemos afirmar que a relação imaginária do indivíduo com sua condição de classe é, em si, calcada em uma existência material. Para Althusser,

ou como espaço de transformação social

Se Marx não trata a ideologia em seu sentido mais amplo, coadunada à relação entre as forças produtivas – bases materiais da sociedade - e suas relações sociais de produção, Althusser a considera somente como resultado das condições materiais de existência.

A escola como aparelho ideológico do Estado, vem a serviço da dominação de uma classe sobre a outra, através de um processo de hegemonia ideológica, mediante a uma conscientização alienante. Perpetuando uma relação de produção e distribuição social do poder de Estado.

Como funciona os aparelhos ideológicos do Estado?

A diferença básica entre os aparelhos repressivos de estado (ARE) e os aparelhos ideológicos de estado (AIE) é que os ARE se utilizam predominantemente de argumentos repressivos e coercitivos para atingirem seus objetivos. Já os AIE utilizam predominantemente a ideologia para manter sua dominação.

Como Louis Althusser denominou a escola?

Por sua vez, de modo recíproco, o aparelho de Estado como meio para consolidação do poder do Estado, compreende: o governo, a administração, o exército, a polícia, os tribunais, as prisões e tudo aquilo que funciona pela repressão e pela violência, incluindo a violência que se manifesta para além da forma física. O aparelho de Estado é repressivo e unificado, é um todo organizado cujas diferentes formas estão subordinadas a uma unidade de comando: o poder de Estado. Sua organização centralizada sob a direção dos representantes da classe dominante executa as políticas que amparam as dicotomias da luta de classe, que são em última análise relações de exploração.

O aparelho que Althusser apresenta é de grande originalidade e importância para a filosofia política e estudos sobre a ideologia. Ele opera materialmente, evidenciando como a ideologia se instaura na sociedade em mecanismos muito bem articulados que se colam à realidade de tal forma que se aparentam em perfeita naturalidade - ou se não, como necessidade premente que não pode ser substituída por outro mecanismo de controle.

Se a ideologia, em geral, não tem história, podemos entender que ela atua na base estrutural da sociedade de modo infinito e universal em sua essência. Ao pensarmos que os objetos representados pela ideologia são uma ilusão, somos obrigados a admitir que de alguma forma eles fazem alusão à realidade. Portanto, bastaria interpretar essa ilusão para encontrar, sob a sua representação, a realidade do mundo material. O problema é que na realidade prática as coisas não se desenrolam dessa maneira. A percepção elementar, a de que uma simples ilusão da realidade é criada pelos sujeitos para representar as ideias, cai por terra, porque a ideologia que opera a deformação imaginária das relações que existem é a representação das relações que dela derivam.

O que é ideologia Segundo o marxismo?

Ideologia no pensamento Marxista (materialismo dialético) é um conjunto de proposições elaborado, na sociedade burguesa, com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, construindo uma hegemonia daquela classe.

O que significa ter consciência de classe?

Consciência de classe é um termo usado nas ciências sociais e na teoria política, especialmente no âmbito do marxismo, para designar as crenças e atitudes de uma pessoa a respeito de sua classe social ou condição econômica, inclusive quanto aos interesses e à estrutura de sua classe social.

Qual a diferença entre Durkheim Marx e Weber sobre o tema?

Durkheim - Tem por base também uma visão crítica da sociedade, foi ele quem fez os fundamentos da sociologia baseadas na coesão, divisão do trabalho e fato social. Weber - Difere de Durkheim no que diz respeito a sociedade ser algo exterior aos indivíduos.