O Teste de Fragilidade Osmótica (F.O.) ou Curva de Fragilidade Osmótica ainda hoje é um método de triagem laboratorial muito utilizado para avaliar a resistência ou fragilidade (lise) dos eritrócitos quando submetidos a variações de concentrações osmóticas em cloreto de sódio.(1-9) Principalmente quando outros métodos mais modernos, como o de citometria de fluxo,(10-13) não estão disponíveis de forma ampla em todo o território nacional. Assim, a utilização do teste de F.O., ainda hoje, baseia-se no fato de se tratar de um método simples e de baixo custo, porém que também apresenta pouca precisão em função das muitas variáveis em sua execução, que vão desde erros operacionais na diluição das soluções de cloreto de sódio até a transferência de amostras trocadas no momento da leitura em espectrofotômetro. Além do tempo de execução da técnica, que é exclusivamente manual e exige operador dedicado.(1-4)
Corpúsculos de Howell–Jolly são pequenos restos nucleares não removidos, presentes nos eritrócitos. Normalmente, eles seriam removidos pelos macrófagos do baço, mas pela ausência do órgão, eles permanecem. Hemácias em alvo também são encontradas.
As amostras que apresentavam solicitação médica de teste de F.O. e hemograma (n=14) foram submetidas a análise no equipamento de automação em hematologia BC6000® da marca Mindray, com posterior confecção de esfregaços sanguíneos, coloração das lâminas com corante de May Grunwald®, da empresa Merck, e análise morfológica por microscopia de luz comum com objetiva de imersão por profissional especializado do referido laboratório.
O teste de fragilidade osmótica dos eritrócitos (FOE) foi definido como sendo uma das formas de medir a variação da resistência dos glóbulos vermelhos à hemólise, quando essas células eram expostas à ação de soluções salinas hipotônicas.
Os Corpúsculos de Heinz são estruturas redondas na membrana interna do eritrócito por consequência da desnaturação oxidativa da hemoglobina sendo que em felinos é normal até 5%, e em cães é incomum exceto em casos de animais esplenectomizados e sob uso de glicocorticóides (PRADO, 2016).
Quais são as causas da anemia hemolítica ? A causa da anemia hemolítica autoimune nem sempre é identificada, mas ela pode ser secundária à presença de outras doenças autoimunes como câncer (linfomas e leucemias), lúpus, artrite reumatoide ou à reação a medicamentos e antibióticos.
O teste de fragilidade osmótica dos eritrócitos foi definido como um dos métodos para se avaliar a variação da resistência dos glóbulos vermelhos, quando estas células são expostas a soluções salinas de concentrações decrescentes.
Em nosso estudo também observamos que a análise das amostras após incubação a 37oC por 24 horas foi mais assertiva que a análise das amostras a fresco para o teste de fragilidade osmótica. Contudo, como já apresentado, não houve diferença estatística para as amostras processadas a fresco ou após incubação a 37°C.
A esferocitose hereditária é uma anormalidade hereditária dos eritrócitos, causada por defeitos nas proteínas estruturais da membrana. É a forma mais comum de anemia hemolítica hereditária nos EUA e norte da Europa. A gravidade da hemólise resultante está relacionada ao tipo e tamanho do distúrbio da membrana.
– A prova de resistência globular avalia a habilidade dos glóbulos vermelhos em incorporar água em seu interior sem que ocorra lise da célula. Essa resistência está na dependência da relação entre superfície e volume do glóbulo.
Para o teste de fragilidade osmótica, as soluções de uso de cloreto de sódio (NaCl) foram confeccionadas a partir de uma solução estoque de NaCl, concentrada a 10% e tamponada em tampão fostato à pH 7,4, da qual foram feitas diluições, em água deionizada, para a confecção dos 13 frascos de 100mL de soluções de NaCl nas concentrações de 0,90%; 0,80%; 0,75%; 0,65%; 0,60%; 0,55%; 0,50%; 0,45%; 0,40%; 0,35%; 0,30%, 0,20%; e 0,10%.
Para a verificação da diferença qualitativa entre as amostras do teste de F.O. foram identificados 13 tubos secos de vidro (medindo 16×100), em duplicata, aos quais foram incluídos 5mL de solução de NaCl em diferentes concentrações seguido da adição de 20µL da amostra por tubo de cada paciente, tanto para as amostras a fresco como para as amostras processadas após incubação a 37°C em banho-maria por 24 horas. Posteriormente, esses tubos foram homogeneizados e postos em repouso por 30 minutos, em seguida centrifugados por 5 minutos a 3.000rpm. O sobrenadante de cada tubo foi transferido para cubetas para leitura em espectrofotômetro de luz com filtro de 540nm de comprimento de onda, para obtenção das concentrações do grau de hemólise de cada tubo e confecção das curvas de fragilidade osmótica.
A Curva de Fragilidade Osmótica avalia a capacidade dos glóbulos vermelhos de incorporar água em seu interior, sem que ocorra a lise da célula. Consequentemente, quanto maior o volume do glóbulo maior a quantidade de água intracelular e, com isso, uma menor fragilidade osmótica.
Nesse sentido, entre as anemias por deficiência de proteínas do complexo membrana celular/citoequeleto, a mais frequente é a esferocitose hereditária, que apresenta aumento da lise de eritrócitos no teste de F.O., reticulocitose, hemoglobina entre 8 e 13g/dL, VCM < 82fl, CHCM>25g/dL e esferócitos na hematoscopia.(11,12,17-19,21,22,25,26) Assim, nosso objetivo foi analisar de forma qualitativa para qual tipo de processamento de amostras, a fresco ou após incubação a 37oC por 24 horas, o teste de fragilidade osmótica é mais eficiente para uso na rotina de laboratórios de análises clínicas.
Foram incluídos nesse estudo 20 amostras de sangue periférico de pacientes com idades entre 3 meses e 75 anos que foram referenciados a um laboratório de análises clínicas particular de Belém-Pará, no período de agosto e setembro de 2018, para a realização de teste de Fragilidade Osmótica (F.O.) após consulta com seu médico hematologista que, diante das condições clínico-laboratoriais apresentadas em consulta, deliberou pela complementação diagnóstica com a solicitação do teste de F.O. isoladamente (n=6) ou em associação com o hemograma (n=14). Sem, contudo, quaisquer informações clínicas adicionais. Cada amostra era composta por dois tubos com 5,0mL cada de sangue periférico anticoagulados com heparina, para posterior procedimento operacional padrão (POP).
A anemia hemolítica autoimune adquirida é um tipo de anemia hemolítica, condição em que o corpo destrói os glóbulos vermelhos mais rapidamente do que a medula óssea consegue produzir novas dessas células. Adquirida significa que as pessoas não nascem com essa anemia: outra doença ou condição causou o problema.
Define-se hemólise como a destruição prematura e, consequentemente, um ciclo de vida mais curto dos eritrócitos (< 120 dias). A anemia acontece quando a produção da medula óssea não consegue mais compensar a diminuição da sobrevida dos eritrócitos; essa doença é chamada de anemia hemolítica.
El Gendy, Hassab, Ghanem, Lewis e Nawar,(12) em seus estudos com portadores de esferocitose hereditária (ES), e utilizando o teste de F.O. convencional e por citometria de fluxo como metodologias diagnósticas, mostraram que: quando o teste de F.O. foi o convencional, 20% dos pacientes com ES foram negativos para amostras processadas a fresco e depois todos foram positivos após incubação de 24 horas, comprovando a importância da realização da incubação para melhorar a sensibilidade do teste; e que quando a execução do teste de F.O. foi por citometria de fluxo, houve maior vantagem no diagnóstico dos casos leves de EH, menor tempo de execução e resultado final da técnica (2 a 3 horas), e menor interferência no resultado do teste mesmo quando os eritrócitos estavam diminuídos de tamanho, mas sem deficiência de proteínas do complexo membrana celular/citoesqueleto, como por exemplo na deficiência de ferro.