O Césio 137, por ser radioativo, elimina radiação para atingir estabilidade, sendo a radiação beta a eliminada por ele. Ao eliminar a radiação beta ele se transforma no radioisótopo do elemento químico Bário, de massa 137 e número atômico 56, que emite radiação gama, transformando-se em um isótopo estável.
Na sua forma pura e a 25 °C, o isótopo se apresenta como um metal e derrete poucos graus acima da temperatura ambiente. É macio, dúctil e possui uma coloração que pode variar de uma prata esbranquiçada a dourado levemente prateado.
Devair recebe a visita de parentes, vizinhos e amigos interessados em ver a misteriosa luz azul. Todos começam a apresentar tonturas, náuseas, vômitos e diarreia — os primeiros sintomas da contaminação radioativa. No dia 19, seu irmão Ivo leva a substância para casa e logo ela se transforma em um brinquedo nas mãos de sua filha de 6 anos, Leide das Neves.
Já em 1941, Margaret Melhase (1919-2006), então estudante de química na Universidade da Califórnia, passou 7 meses analisando uma amostra de 100 gramas de urânio irradiado com nêutrons, separando outros componentes presentes até obter um precipitado que identificou como o elemento césio.
No caso do material ser ingerido, podem ocorrer danos internos, pois a radiação gama resultante dos produtos do decaimento do césio-137 tem alto poder ionizante. Logo, poderá ocorrer destruição dos tecidos que compõem os órgãos. Porém, esse efeito ocorrerá apenas quando quantidades significativas do material se infiltrar no corpo humano.
Considerado sobrenatural, o elemento radioativo criado em laboratório passou de mão em mão, contaminando o solo, o ar e centenas de moradores da capital goiana. Foram necessários 16 dias para perceberem que a substância estava adoecendo as pessoas.
Além disso, a situação foi levada para o chefe do Departamento de Instalações Nucleares, que reforçou a equipe com um médico da Nuclebrás (atualmente, Indústrias Nucleares do Brasil) e também um médico do CNEN. Foi a partir desse momento, que a Secretaria de Saúde do estado iniciou a triagem dos contaminados em um estádio de futebol de Goiânia.
Resumo: Traçadores são substâncias que permitem caracterizar a hidrodinâmica de um sistema, através da marcação física de uma determinada porção do fluido presente neste, e a sua identificação após percorrer um determinado percurso.
Nessa reação de fissão o que acontece é o bombardeamento do núcleo do urânio-235 com um nêutron que proporciona a formação de um isótopo instável de urânio-236. Esse átomo instável sofre o processo de fissão e assim, gera um radionuclídeo de massa 137 que pode ser tanto de bário ou de césio.
A meia-vida é o tempo que um material leva para reduzir metade da sua massa radioativa. ... Assim, se temos 20 gramas dele e, a cada 30 anos, a massa reduz-se pela metade, logo: No esquema, podemos perceber que demorará 210 anos para que 20 gramas de césio reduzam-se a 0,15625 gramas.
Em relação às vítimas, a primeira medida tomada foi a separação das roupas das pessoas expostas ao material radioativo para descontaminação externa e a administração de um tratamento medicamentoso com um quelante chamado de “azul da Prússia”. O azul da Prússia corresponde ao ferrocianeto de potássio K4[Fe(CN)6] que atua para eliminar o césio do organismo pelas fezes e urina impedindo a sua absorção.
O césio-137, representado como 137Cs, consiste em um isótopo artificial do césio-133. Esse último, de ocorrência natural, é um isótopo mais abundante, estável e não é radioativo. Mas por que um isótopo é radioativo e o outro não? Na sequência seguem alguns fatores a respeito desse elemento químico.
Os sais de césio-137 são altamente nocivos para a saúde humana e em hipótese alguma deve ser manuseado sem os devidos cuidados. Dessa forma, é necessário que esse tipo de material seja estocado em embalagens que evitem a propagação da radiação emitida.
Estudos realizados com radiação ionizante e baseados em epidemiologia humana apontam que os efeitos do césio-137 no corpo humano podem levar ao aparecimento de tumores malignos que potencialmente evoluem para câncer. Relacionado a isso há uma diminuição da expectativa de vida das pessoas expostas, pois outras complicações podem aparecer.
O césio-137 difere do césio encontrado na natureza pelo fato de ser sintetizado em um reator nuclear ou produzido durante a detonação de um artefato nuclear. O isótopo césio-137 também pode ocorrer naturalmente, em decorrência do processo de decaimento do urânio, mas logo convertido em outro elemento mais estável. A seguir veja algumas propriedades desse isótopo:
O processo de desintegração do césio-137 provoca a liberação de raios gama que são capazes de interagir com os componentes do corpo e assim, ionizam as moléculas presentes no organismo. Essa absorção de raios gama depende da quantidade em que o corpo humano é exposto a fonte radioativa e também do nível de proteção desse radioisótopo.
Infelizmente, quatro pessoas faleceram diretamente pela contaminação, sendo elas: Devair, sua esposa, Maria Gabriela, a sobrinha de Devair que tinha seis anos, Leide das Neves e seu pai, Ivo.
Durante esse tempo, a contaminação só se espalhava — e, depois, os trabalhos de descontaminação produziram 13,4 toneladas de lixo radioativo entre roupas, utensílios, plantas, animais, restos de solo e materiais de construção.
O contato com o césio-137 ou com quaisquer um de seus compostos pode resultar em diferentes efeitos no organismo. Isso se deve ao tempo de exposição ao material radioativo e ao tipo de radiação que o indivíduo foi exposto. Se a pele for submetida a níveis elevados de radiação, podem ocorrer queimaduras graves.
O césio-137 é adotado em tratamento radiológico e em diagnósticos. Também é utilizado em hospitais para a esterilização de instrumentos cirúrgicos e calibração de equipamentos. A vantagem desse isótopo é que seu tempo de meia-vida é relativamente longo, até que sua atividade seja reduzida à metade, tornando-o uma fonte economicamente viável. Na indústria de alimentos utiliza-se césio-137 para atividades de esterilização.
Odesson Ferreira, outro irmão de Devair, entra em contato com a substância. Motorista de ônibus, contamina centenas de passageiros. Considerado uma alta fonte de contaminação, seu veículo foi destruído como lixo radioativo. Enquanto isso, os hospitais entram em alerta com o número de doentes com os mesmos sintomas.