A frustração do retirante diante da morte, visto que pensava encontrar vida, lhe desperta o desejo de interromper a viagem, assim como acontecera com o rio. Na sequência do texto, Severino não se depara diretamente com a morte, faz apenas referência a ela, na fala de sua interlocutora.
Morte e Vida Severina retrata a trajetória de Severino, que deixa o sertão nordestino em direção ao litoral em busca de melhores condições de vida. Severino encontra no caminho outros nordestinos que, como ele, passam pelas privações impostas ao sertão.
A temática central do poema não é a seca, mas, sim, a morte e a vida. Tanto que esse tema continua perseguindo Severino no mangue. A) O fato em Morte e Vida Severina que comprova o subtítulo "auto de Natal" do poema-peça é o nascimento de um menino.
O poema é narrativo com seu gênero predominantemente lírico, mas com presença dramática.
São frequentes as metáforas, que surgem já na construção do próprio Severino, alegoria dos marginalizados. Sua viagem, que por sua vez é metáfora da vida dos retirantes na sua luta por sobrevivência, ganha novas roupagens metafóricas, por exemplo, na imagem do rosário com suas contas – a estrada com suas vilas.
O diálogo travado entre os coveiros funciona como sua sentença de rendição à morte, ato máximo de seu desespero. Por outro lado, o nascimento de uma criança instala a contradição entre a opção de saltar fora da vida, desistindo dela e a alternativa de agarrar-se à existência e resistir à morte opressora.
O entendimento da expressão "Vida e Morte Severina" se dá principalmente após a construção da obra, que evidencia a luta de sertanejos para sobreviver mesmo diante de tamanha fome, miséria e pobrezaque encontravam no caminho no decorrer da vida. ... Compreendemos assim que se trata de uma vida doída, mas repleta de lutas.
seca A obra. O poema "Morte e vida Severina" de João Cabral de Melo foi publicado em 1955. A obra é um auto de Natal constituída de versos curtos dividido em 18 quadros, que apresentam rima e sonoridade e trata do tema "seca" de forma clara, objetiva e linguagem regionalista.
No trecho selecionado, que abre a peça Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, o personagem- -narrador sente dificuldade de apresentar-se ao público, pois os traços que marcariam sua individualidade são partilhados por outras pessoas da mesma condição social.
Elenco