O resultado final é a inflamação intestinal que, na doença celíaca, é caracterizada pela infiltração intraepitelial e da lâmina própria por diversas células inflamatórias, hipertrofia das criptas e atrofia das vilosidades, com consequente redução da superfície de absorção intestinal [11].
Os linfócitos intraepiteliais (IEL) são linfócitos T que apresentam a função de manter e proteger a barreira mucosa, além de regular e manter a home- ostase intestinal. A presença de numerosas células linfoides inatas (ILC) também tem sido implicada no mecanismo imunológico de regulação intestinal.
Fisiopatologia. A patogênese da doença celíaca envolve um gatilho externo (glúten), alterações na permeabilidade intestinal, e as respostas imunes nativas ao glúten peptídeos que envolvem autoantígenos (por exemplo, anticorpos antitransglutamidase).
A classificação de Marsh-Oberhuber24 agrupa as lesões em cinco tipos: 0: mucosa normal; 1: apenas aumento do número de LIE; 2: aumento do número de LIE e hiperplasia de criptas; 3: divisão em três subtipos: 3a: aumento do número de LIE, hipertrofia de criptas e leve hipotrofia vilositária; 3b: aumento do número de LIE, ...
A doença celíaca (sprue celíaco, sprue não tropical, enteropatia sensível ao glúten) é uma afecção que atinge o tubo digestivo, mais precisamente o intestino delgado, interferindo na absorção dos nutrientes.
As gliadinas α, β e ω e seus fragmentos formados por digestão péptica podem levar ao surgimento da Doença Celíaca ou enteropatia sensível ao glúten, uma enteropatia crônica do intestino delgado de caráter autoimune, desencadeada pela ingestão de cereais que contêm glúten em indivíduos geneticamente predispostos.
Células M (microfold) são importantes para transferir antígenos (sem processá-los) para linfócitos da lâmina própria e linfócitos intraepiteliais (não representadas). Macrófagos e células dentríticas,apresentadoras de antígenos, também estão na lâmina própria.
O diagnóstico inclui exame de sangue, que verifica a presença de anticorpos específicos do problema. Mas, sozinho, esse teste não é suficiente. Para confirmar a detecção, o gastroenterologista prescreve a biópsia do intestino delgado. Essa é a única maneira de flagrar com certeza a doença celíaca.
CONCLUSÃO: A doença celíaca até há pouco tempo era considerada uma doença rara. Resulta da interação de fatores ambientais (glúten), predisposição genética (HLA DQ2/DQ8) e fatores imunológicos (auto-anticorpos).