São os chamados eventos extremos. Ainda que a chegada de massas de ar frio seja comum nesta época do ano, elas estão ainda mais frequentes. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), essa é a terceira massa polar que atinge o país somente em 2021.
O aquecimento do Ártico, por exemplo, pode fazer com que as correntes de vento polar gelado se desloquem para o sul, causando ondas de frios em lugares onde elas não costumavam ocorrer. Esse aquecimento, dizem, leva o oceano, livre de gelo, a liberar mais calor.
Situações como estas obviamente despertam dúvidas sobre o aquecimento global, mas o frio em nada afasta o fato que o planeta está aquecendo e seguirá esquentando no longo prazo sem medidas de mitigação de emissões de gases do efeito estufa.
Roseghini ressalta ainda que, apesar do que muitos podem pensar, o aumento da temperatura global também provoca eventos curtos e pontuais de frio, como a massa de ar polar que atingiu as regiões Sul e Sudeste do país na última semana.
30 de junho Junho terminou com um duplo recorde de frio na cidade de São Paulo. O dia 30 de junho é agora o dia mais frio de 2021, até agora, quando a capital paulista teve a madrugada e a tarde mais fria do ano.
Devido ao avanço dessas novas massas de ar frio, agosto vai ser mais frio do que o normal em toda a região Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, metade sul de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, leste de Mato Grosso, Rondônia, Acre e parte do Amazonas.
De acordo com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o principal e mais alarmante efeito possível do aquecimento global no Brasil é a redução da Floresta Amazônica, que poderá perder entre 30% e 50% de seu território durante o século XXI.
Um aumento brusco poderia ser a causa do aquecimento atual — no passado, uma diminuição súbita causou a chamada Pequena Era Glacial. Contudo, desde 1970, o que se verifica é uma tendência de diminuição na irradiação, ou seja, o aquecimento global não pode ser explicado por esse fator.
"Isso está associado à alta variabilidade climática e aquecimento global, que causam esses extremos. Da mesma forma que o frio extremo aqui, vemos o forte calor no Hemisfério Norte", afirma. Questionado, porém, Assis diz que essa deve ser a última grande onda de frio deste ano.
O mais comum, diz ele, é apenas uma ou duas massas de ar polar significativas por ano. "Isso está associado à alta variabilidade climática e aquecimento global, que causam esses extremos. Da mesma forma que o frio extremo aqui, vemos o forte calor no Hemisfério Norte", afirma.