Espaço e tempo são assim tratados como representações puras porque não podem ser derivados da experiência, são a priori porque têm de anteceder qualquer experiencia, e são formas, pois dão ordem à diversidade da aparência, contudo, não são conceitos, na medida em que não subsumem uma tal diversidade, apenas ordenam a ...
Em Filosofia, a locução a priori faz referência ao conhecimento adquirido sem contar com a experiência, que se adquire mediante a dedução.
Em Kant, o espaço não pode ser percebido empiricamente porque o simples ato de situarmos alguma coisa "fora" de nós já pressupõe a representação do espaço. Nesse sentido o espaço é pensando numa condição exterior, numa condição substratum.
Kant, portanto, solucionou o debate entre racionalistas e empiristas mostrando que os dados da experiência (empirismo) são "encaixados" em categorias e intuições a priori (racionalistas). Os elementos a priori e a posteriori do conhecimento são devidamente conciliados.
Kant diz que o espaço não pode ser percebido empiricamente porque o simples ato de situarmos alguma coisa "fora" de nós já pressupõe a representação do espaço. ... Só que o "dentro", para Kant, é o puramente temporal e inespacial: o espaço é a forma a priori da exterioridade como o tempo é a da interioridade.
Além disso, espaço e tempo preexistem como faculdades do sujeito - e, portanto, são a priori e universais - quando eliminamos os objetos da experiência. Por isso, segundo Kant, espaço e tempo são atributos do sujeito e condições de possibilidade de qualquer experiência.
A priori é o contrário de a posteriori. Quer dizer antes da experiência, sem apoio nos fatos.
As intuições puras se encontram como uma pré-disposição do espírito do sujeito, como formas de ser afetado pelos objetos dados na experiência, por via da sensibilidade, essa relação sujeito e objeto, Kant a denomina por fenômeno.
Chegamos, portanto, a uma síntese que Kant faz entre racionalismo e empirismo. Sem o conteúdo da experiência, dados na intuição, os pensamentos são vazios de mundo (racionalismo); por outro lado, sem os conceitos, eles não têm nenhum sentido para nós (empirismo).