Bandeira remete as imagens da infância e da adolescência pré-tísica que vivenciou. O poema fala da boêmia e da saúde. Pasárgada não é apenas espaço físico, mas espaço-tempo em que aparece o Recife da infância do poeta, "andar de bicicleta, montar em burro brabo, subir no pau-de-sebo, tomar banhos de mar".
Pasárgada existe, é uma antiga capital do Império Aquemênida e, hoje, está situada dentro da República Islâmica do Irã. Lá, não há chance de reproduzir "os banhos de mar" idealizados pelo poeta: o sítio arqueológico fica no meio de uma região árida, sem acesso ao oceano.
Apoiando-se no verso branco, temos em "Pasárgada" uma voz lírica que canta a liberdade, num sentido bastante paroxístico. A liberdade que está em jogo neste poema tem a ver com a livre associação entre os universos do adulto e da criança, entre a demanda escamoteada da ternura e a demanda insubordinada do desejo.
15 Que verso do poema sintetiza o motivo da evasão da realidade? Resposta: Aqui eu não sou feliz.
Manuel Bandeira Vou-me embora pra Pasárgada [Manuel Bandeira]
A pronúncia correta de Pasárgada, como só poderia ser, é Pazárgada, com som de "z". O nome não foi inventado por Bandeira. Pasárgada era o nome em português de uma cidade da antiga Pérsia, hoje um sítio arqueológico próximo a Xiraz, no Irã.