O homem cordial é aquele sujeito que move-se pelo coração, age mais pelo afeto e pelas tradições da sua cultura da sua sociedade então ele ama, ele ajuda, ele abraça, ele é carinhoso e se ele não gosta, ele não vai ter a resistência, o mesmo cuidado.
O homem cordial, segundo Sérgio Buarque, precisa expandir o seu ser na vida social, precisa estender-se na coletividade – não suporta o peso da individualidade, precisa "viver nos outros". Essa necessidade de apropriação afetiva do outro pode ser notada, a título de exemplo, até em expressões linguísticas.
Em linhas gerais, o homem cordial seria o retrato mais fiel do brasileiro. Ele seria de origem patriarcal (o pai como detentor de direito de vida e morte sobre todos), de herança rural; um homem dominado pelo coração, ou seja, muito afável por um lado, mas, por outro, também muito impulsivo e por vezes até violento.
Dentro de sua principal obra, "Raízes do Brasil" (1936), Sérgio Buarque de Holanda, em um capítulo denominado "Homem Cordial", defende a tese de que este seria o brasileiro: um ser que prioriza a cordialidade.
O homem cordial seria a contribuição brasileira para a humanidade, na perspectiva de Sérgio Buarque. Tinha como virtudes a hospitalidade, a generosidade e a expansividade emocional, características e legado da vida rural e colonial brasileira.
Sérgio Buarque de Holanda dedicou-se, desde o fim da década de 1920, a entender a formação plural do povo brasileiro. ... A teoria histórica proposta por Sérgio Buarque tornou-se uma teoria sociológica da formação do povo brasileiro, com apontamentos sobre como a sociedade brasileira estabeleceu-se.
Sérgio Buarque de Holanda Muitos se recordaram da clássica definição imortalizada pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) em seu livro "Raízes do Brasil" para dizer que o nosso povo é assim doce, lindão e do bem porque é um "homem cordial".
A expressão "jeitinho brasileiro" se refere à abordagem improvisada e muitas vezes informal com a qual o brasileiro resolve situações problemáticas. Esse jeitinho brasileiro de ser é visto tanto como negativo quanto positivo, consoante a situação na qual ele é aplicado.
Influenciado por esse método de análise, Sérgio Buarque de Holanda desenvolveu o conceito do homem cordial, um modelo de análise do brasileiro em suas relações sociais e políticas. Sua interpretação histórica do Brasil foi e ainda é a narrativa hegemônica sobre o que é o Brasil nas ciências humanas.
Influenciado pela Teoria da Ação Social, de Max Weber, que em sua tipologia das ações humanas conceitua as ações sociais afetivas, ou seja, aquelas baseadas em sentimento, Sérgio Buarque desenvolveu o conceito de homem cordial: o típico brasileiro que age movido pelo sentimento, e não pela racionalidade.