são descendentes dos povos que habitavam o continente antes da chegada dos europeus; apresentam modos de vida que são transformações das antigas formas de viver das populações originárias das Américas.
E a gente costuma reproduzir essas ideias, de quando aprendem português, os indígenas usam "mim" como pronome reto e falam de si em terceira pessoa, como naquela música da Xuxa, "índio quer apito, mas também sabe gritar"... No Brasil, não há evidências de que nossos indígenas falem assim.
E que, portanto, ser indígena tem muito mais a ver com reconhecer e reivindicar sua identidade indígena do que cumprir uma série de critérios pré-estabelecidos como viver isolado na mata, sobreviver por meio da caça, coleta e pesca, preservar tradições oriundas da época pré-colonial etc.
"Um apelido traz sempre um aspecto negativo e reforça algo ruim", reforça. Daniel Munduruku explica que a palavra índio também tem uma conotação ideológica muito forte, e faz com que as pessoas liguem a aspectos ruins, como achar que índio é preguiçoso, selvagem, canibal ou atrasado.
Entre as línguas indígenas do Brasil, os troncos linguísticos com maior número de línguas são o tupi e o macro-jê. Existem também povos que falam o português; no entanto, estes casos são considerados como perdas linguísticas ou identidades emergentes. ... Há também uma língua de sinais indígena, a língua de sinais kaapor.
De acordo com o Censo, que leva em consideração pessoas com mais de 5 anos de idade que usam o idioma em seu próprio domicílio, as línguas mais usadas no Brasil são o tikuna (com 34 mil falantes), o guarani kaiowá (com 26,5 mil), o kaingang (22 mil), o xavante (13,3 mil) e o yanomami (12,7 mil).
Já o Estatuto do Índio (Lei 6.001/73) define, em seu artigo 3º, indígena como: "...todo indivíduo de origem e ascendência pré-colombiana que se identifica e é identificado como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem da sociedade nacional."