O Manifesto Antropófago ou Antropofágico foi um manifesto literário escrito por Oswald de Andrade, publicado em maio de 1928, que tinha por objetivo repensar a dependência cultural brasileira. ... Oswald caracteriza como "idade de ouro" a época do Brasil não colonizado, com sua própria língua e cultura.
A proposta do movimento era a de assimilar outras culturas, mas não copiar. A marca símbolo do Movimento Antropofágico é o quadro Abaporu (1928) de Tarsila do Amaral, o qual foi dado de presente ao marido, Oswald de Andrade. A divulgação do movimento era realizado na Revista de Antropofagia, publicada em São Paulo.
O Manifesto Antropofágico propunha basicamente 'devorar' a cultura e as técnicas importadas e provocar sua reelaboração com autonomia, transformando o produto importado em exportável.
O que é Antropofagia: Antropofagia é a ação de comer carne humana, o que entre humanos é também conhecido como canibalismo. A antropofagia era praticada em rituais esotéricos como forma de quem come incorporar as qualidades do indivíduo que é comido, como a bravura e a coragem de um guerreiro derrotado.
Antropofagia é um ato ritual de comer uma ou várias partes de um ser humano. Os povos que praticavam esse ritual faziam pensando que, assim iriam ter a vingança do seu povo morto pelo bando do prisioneiro.
Na obra de Tarsila, a antropofagia se expressa na busca por uma "brasilidade" após conhecer as vanguardas europeias e, em especial, a pintura do francês Fernand Léger (1881-1955), de quem foi próxima. Tarsila foi buscar essa "brasilidade" na paisagem nacional: nos cactos, nos bichos, nas cores, na luz.
Como antropófagos somos capazes de deglutir as formas importadas para produzir algo genuinamente nacional, sem cair na antiga relação modelo/cópia, que dominou uma parcela da arte do período colonial e a arte brasileira acadêmica do século XIX e XX.
Diante disso, o objetivo do movimento foi promover pensamentos para "engolir" as influências estrangeiras, de forma que os modernistas enxergassem a realidade brasileira dentro delas e pudessem desenvolver uma nova cultura com a cara do país, excluindo, o eurocentrismo da arte.
Redigido em prosa poética à moda de Uma Estação no Inferno de Rimbaud, o Manifesto Antropófago possui um teor mais político que o anterior manifesto de Oswald, o da Poesia Pau-Brasil, que pregava a criação de uma poesia brasileira de exportação.
A antropofagia oswaldiana é o pensamento da devoração crítica do legado cultural universal, elaborado não a partir da perspectiva submissa e reconciliada do bom selvagem, mas segundo o ponto de vista desabusado do mau selvagem, devorador de brancos.