Como saber identificar gordura nas fezes
A gordura fecal é composta por uma mistura de gordura ingerida, de gordura da bile, de secreção intestinal, de células descamadas e de bactérias. Indivíduos normais com dieta isenta de gordura ainda assim excretam, pelo menos, 0,5 a 1g de gordura por dia (3,4).
A esteatorreia acontece principalmente devido a alterações no processo digestivo ou na absorção de gordura no intestino, o que faz com que a gordura seja eliminada nas fezes.
A dosagem de gordura nas fezes é um teste de triagem para a investigação das síndromes de má absorção de origem pancreática, como fibrose cística, pancreatite crônica e doença de Whipple, ou de origem duodenal, a exemplo de doença celíaca e doença de Crohn com envolvimento de intestino delgado.
Segundo o artigo de Brown e Meerman, a gordura eliminada se converte, principalmente, em dióxido de carbono e em água. O CO2 é exalado pelas vias aéreas e a água passa pelo sistema circulatório até ser eliminada na forma de urina e suor. Mas, de acordo com os especialistas, quase tudo o que comemos "sai" pelos pulmões.
Os rins não eliminam substâncias essenciais para o funcionamento do organismo, a não ser que exista falência desses órgãos. Além disso, o intestino não descarta a gordura, pois sua função é absorver os nutrientes e disponibiliza-los novamente para o corpo. Ou seja, não existe a eliminação pelas fezes.
A pesquisa da gordura fecal é realizada por meio de exame microscópico com corante Sudam III. Trata-se de um teste de triagem mais simples, com boa correlação com a dosagem na investigação da esteatorréia.
O muco branco nas fezes, se combinado com dor abdominal, diarreia e intestino preso, pode ser um indicativo de que o paciente possui intolerância alimentar, como a intolerância à lactose, além de outras condições como a síndrome do intestino irritável, a gastroenterite e a doença de crohn, por exemplo.
A esteatorreia ocorre da desconjugação pelas bactérias dos sais biliares, lesão e inflamação da mucosa intestinal e hidroxilação das gorduras. A síndrome do intestino curto ocorre quando há ressecção extensa do intestino delgado, deixando menos de 200 cm.
Entre as parasitoses, foi observado na giardíase a maior associação entre a doença e a excreção de gordura fecal em valores acima da normalidade, com 26,66% dos pacientes apresentando esteatorréia, seguido de 20% e 16,66% para pacientes com ancilostomíase e ascaridíase, respectivamente.