De acordo com a educadora e escritora Luana Tolentino, as ações iniciais que devem ser tomadas por uma instituição de ensino para a prática de uma educação antirracista é reconhecer que a escola, como parte da sociedade, também é um espaço em que o racismo está presente. "Sem isso, é impossível combatê-lo.
A escola tem a função instrucional, que é a função de preparar os indivíduos para o mundo do trabalho. Tem ainda a função socializadora, que mesmo sem muita ênfase no preparo dos profissionais da educação para desenvolvê-la, esta função acaba acontecendo pelo próprio convívio espontâneo.
Com a educação antirracista, a escola consegue ampliar o debate sobre as questões raciais, mapear e atuar nas atitudes e comportamentos racistas e disseminar um discurso de igualdade, respeito, diversidade, cidadania e reparação histórica.
A escola como espaço para a inserção social. 8), "o âmbito familiar é o primeiro socializador de todo indivíduo". ... Entende-se que a escola é um espaço onde os indivíduos começam a ter as relações para além da família, ou seja, passa a conviver com pessoas de diferentes raças, cor, etnia, religião, cultura.
Combater o racismo é lei. Também depende de ciência, pesquisa, cumprimento da Legislação, e de uma atenção cotidiana construída dentro de cada escola. "A educação antirracista exige pensar nas manifestações racistas, e o que as sustentam, em todas as dimensões de uma escola", alerta Ednéia.
Qual o papel da escola e de seus profissionais segundo as proposições legais e as demandas sociais? ... Vale dizer que aos profissio- nais da educação, sob a liderança do diretor escolar, cabe desenvolver competên- cias conceituais sobre educação em geral e todas as dimensões de seu trabalho.
O papel da escola é justamente esse: fazer compreensível o significado dos conceitos das normas e valores, se esforçar para torna-los visíveis, assimilar os valores no seu comportamento ao conscientizá-los na sua relação com os outros alunos afirmando sua autonomia, estabelecer limites ao exercícios da liberdade, ...
O ensino antirracista, pautado na Lei 10.639/03 que torna obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira, é um dos mecanismo importantes para corrigir esse cenário e mudar a forma de educar. "Ensinar sobre a história africana e afro-brasileira é falar para esses jovens sobre uma existência.
A escola precisa estudar muito sobre o tema e, preferencialmente, ter uma comissão de trabalho focada na questão racial. Esse grupo deve ser apresentado às famílias, tendo fácil acesso para dialogar com os pais e alunos, além de assegurar aos responsáveis as posturas que serão tomadas em casos de racismo.