“O objetivo da “arte pela arte” é o Belo, a criação da beleza pelo uso perfeito dos recursos artísticos; nesse sentido, levaram ao exagero o culto do ritmo, da rima e do vocabulário”;
O Parnasianismo no Brasil surgiu na década de 80 do século XIX, representado principalmente pelos poetas Olavo Bilac (escritor que ficou conhecido como o “Príncipe dos Poetas”), Raimundo Correia, Alberto de Oliveira, Vicente de Carvalho e Francisca Júlia. Entretanto, considera-se como marco inicial do Parnasianismo no país o livro de poesias Fanfarras, de Teófilo Dias, publicado em 1882.
Os autores do Parnasianismo no Brasil foram marcados pela preferência em retratar a realidade com impessoalidade, perfeição e objetividade, tomando os temas da cultura clássica como base nas suas produções. Vamos ver quais foram seus principais representantes e alguns exemplos de suas obras:
Parnaso é um monte localizado na Grécia central, onde, segundo a mitologia, residiam o deus Apolo e as Musas, divindades inspiradoras das artes. Já no nome da escola se revela, por conseguinte, seu tributo à Antigüidade Clássica, que influenciou os temas e a concepção de arte dos adeptos do Parnasianismo. Incidentes da história ou da mitologia greco-latina foram grande fonte de termas para os parnasianos, como se pode observar no poema "Afrodite", de Alberto de Oliveira. Formas poéticas antigas ou em desuso, como o soneto, principalmente, voltaram a ser cultivadas. Aliás o soneto, que havia quase desaparecido com os românticos, tornou-se marca distintiva dos parnasianos, assim como a famosa "chave de ouro" - o acabamento feliz, de belo efeito, de um poema.
A obra Fanfarras (1882), de Teófilo Dias, costuma ser identificada como o marco inicial do Parnasianismo no Brasil, onde o movimento perdurou até os primeiros decênios do século XX, coexistindo com o Simbolismo e mesmo com o início do Modernismo. O prolongamento da estética, por poetas conhecidos como Neoparnasianos, "é fenômeno particular da literatura brasileira", segundo Otto Maria Carpeaux. Para o crítico, "aqui e só aqui fracassou o Simbolismo; e, por isso, o movimento poético precedente sobreviveu, quando já estava extinto em toda parte no mundo". Já para Alfredo Bosi, "o Parnasianismo é o estilo das camadas dirigentes, da burocracia culta e semiculta, das profissões liberais habituadas a conceber a poesia como "linguagem ornada", segundo padrões já consagrados que garantam o bom gosto da imitação". O fato de a Academia Brasileira de Letras (1897) apresentar adeptos do Parnasianismo entre a maioria de seus fundadores pode também ter colaborado, segundo vários críticos, para a "oficialização" e para a extensão cronológica da escola, cujo prestígio enfraqueceu apenas depois dos duros ataques desferidos pelos poetas modernistas. Hoje, porém, as críticas de autores e pensadores ligados ao Modernismo estão sendo revistas, e o maior distanciamento permite avaliar, talvez com mais imparcialidade, as qualidades e os problemas do Parnasianismo.
O resultado disso ficou conhecido como a “Batalha do Parnaso”, movimento formado por escritores do Rio de Janeiro e São Paulo, que reagiram contra o Romantismo. Isso gerou uma difusão das ideias e das características do Parnasianismo nos meios artísticos e intelectuais.
A estética parnasiana diferia em muito da estética romântica e da estética realista: da primeira porque acreditava que o Romantismo havia, por meio da simplicidade da linguagem, valorização da paisagem nacional, emprego de sintaxe e vocabulário mais brasileiros, sentimentalismo, entre outras características, afastado-se do trabalho com a linguagem e com os elementos formais da poesia (como a métrica, rimas, imagens, vocabulário seleto, etc.). Da segunda porque essa prezava pela análise e pela compreensão da realidade social e humana, o que distanciava os escritores realistas da poesia clássica, cuja preocupação residia principalmente no apego à forma, ainda que o conteúdo ficasse em segundo plano.
Os autores mais significativos do Parnasianismo foram Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia, considerados a "tríade oficial" do movimento, além de Vicente de Carvalho e Francisca Júlia. A poesia de Alberto de Oliveira é considerada a mais fiel aos valores do Parnasianismo; nela, a impessoalidade, o descritivismo, a tematização de objetos são elementos bastante presentes - ainda que em poemas como Alma em Flor revele sentimentalidade que desmente sua fama de impassível. Olavo Bilac, um dos mais populares poetas brasileiros, buscou e alcançou o rigor da forma, mas o lirismo e o sensualismo de seus versos muitas vezes o afastaram dos princípios mais rígidos do Parnasianismo. Raimundo Correia estreou como romântico, mas tornou-se parnasiano, intensamente influenciado por autores franceses e criador de uma poesia filosófica, reflexiva, distinta pelo pessimismo. Vicente de Carvalho, poeta também bastante popular, de obra impregnada de matizes românticas, foi o parnasiano que melhor tematizou a natureza, principalmente o mar de sua terra natal, Santos SP. Finalmente, Francisca Júlia é autora de sonetos que figuram entre os mais bem realizados do Parnasianismo e, ainda que alguns de seus últimos poemas apresentem traços simbolistas, segue sendo considerada poeta das mais leais aos fundamentos parnasianos.
Tal interesse relacionado à cultura clássica tinha por objetivo se opor à estética vigente do Romantismo.
O Parnasianismo, apresenta o gênero lírico como sua principal manifestação, porém com a postura anti-romântica, uma vez que ele se baseava no culto da forma, na impassibilidade e impessoalidade, na poesia universalista e também no racionalismo.
De fato, o Parnasianismo brasileiro começou a ser difundido a partir de 1870. Foi no final dessa década, que o jornal Diário do Rio de Janeiro gerou grande polêmica reunindo os adeptos do romantismo, do realismo e do parnasianismo.
O sucessor de Machado na Gazeta de Notícias, Olavo Bilac, como bom parnasiano, permaneceu distante, no âmbito da poesia, dos acontecimentos sociais e políticos de seu tempo - ainda que tenha escrito eventuais poemas satíricos, alguns deles dedicados a Floriano Peixoto; produziu também poemas infantis e é o autor do Hino à Bandeira. Como cronista, desceu da "torre de marfim" e abordou alguns dos grandes temas de seu tempo, como a libertação dos escravos, em A Escravidão, e a reurbanização da capital nacional, em O Rio Convalesce.
O Parnasianismo é um movimento literário de origem francesa surgido na mesma época do Realismo e do Naturalismo, ao final do século XIX.
O termo parnasianismo surgiu na França, para nomear os poetas reunidos nas antologias de poesia intituladas Le Parnasse Contemporain, publicadas a partir de 1866. Entre os poetas mais importantes do movimento francês estava Théophile Gautier, principal divulgador do princípio da "arte pela arte" - a arte voltada para si mesma, sem intenções políticas, morais, didáticas ou de qualquer outro tipo, princípio que sintetizava os objetivos do movimento. A nova escola rapidamente penetrou no Brasil e, nos decênios de 1880 e 1890, conquistou número progressivo de adeptos. Poetas parnasianos portugueses, como Gongalves Crespo (brasileiro de nascimento), Antero de Quental e Teófilo Braga também exerceram influência, ainda que em menor escala, sobre os autores brasileiros.