Homem-Aranha: Através do Aranhaverso está em exibição nos cinemas, tendo conquistado um ótimo começo na bilheteria. Quem já viu o filme pode ter ficado com dúvidas acerca de seu desfecho. Vamos mergulhar nele agora.
Justamente por causa disso, e mesmo sendo uma versão alternativa do personagem, quando foi anunciado que o Homem-Aranha morreria, a notícia foi recebida com bastante alarde e até grandes veículos de mídia sem tradição na cobertura do que acontece nas HQs repercutiram o acontecimento.
Um desses eventos é um ente querido – como o tio de Miles, Aaron (Mahershala Ali), também conhecido como Prowler – morrendo de uma forma que os empurra para se tornarem um herói. Outro é um capitão da polícia que está perto deles sacrificando sua vida para salvar uma criança durante uma grande luta entre o Homem-Aranha e um supervilão.
Este é, desde o início da pandemia, o primeiro filme com uma comunidade de fãs tão grande a estrear nos cinemas, que ainda recebe grande atenção do público em geral devido a mesma demanda reprimida por entretenimento que estaria fazendo esgotar ingressos para shows, festivais e baladas Brasil afora.
Tudo está finalmente bem na vida de Peter Parker nos últimos tempos. Ele reatou o namoro com Mary Jane, J.J. Jameson (que descobriu sua identidade secreta) lhe ofereceu um emprego com horários flexíveis para se ajeitar à sua rotina super-heróica e, para completar, o amigão da vizinhança está sendo treinado pelos Supremos para aprender a ser um herói mais responsável e eficiente. Mas se você já leu ao menos uma HQ aracnídea na vida, sabe que a felicidade do cabeça de teia nunca dura muito.
Diferentemente do que acontece no universo tradicional Marvel (o chamado 616) ou mesmo na rival DC Comics, personagens que morrem no universo Ultimate tendem a permanecer dessa forma. O que deveria ser a regra, e não a exceção.
Prova disso é o calendário de lançamentos. O último filme protagonizado por Maguire foi lançado em 2007, o primeiro de Garfield saiu em 2012, e a estreia de Holland num filme solo foi em 2017.
Enquanto isso, na Terra-1610, Miles Morales (Shameik Moore) está lutando contra o crime como o Homem-Aranha do Brooklyn quando se vê enfrentando um novo inimigo aparentemente bobo, mas na verdade formidável, o Mancha (Jason Schwartzman).
“Ele pode ser uma criança negra, pode ser uma criança asiática, qualquer pessoa de qualquer cor. Eles podiam imaginar que eles mesmos eram o Homem-Aranha por ele ter todo o seu corpo coberto. Não fizemos isso de propósito, mas claramente serviu desta forma.”
Incapaz de aceitar o destino de seu pai, Miles escapa das garras da Sociedade Aranha e uma perseguição em alta velocidade se segue, durante a qual Miguel informa a Miles que, como a aranha que o mordeu não era de seu universo, ele é a “anomalia original” que colocou em movimento toda a loucura do multiverso.
Mas não me entenda mal, apesar dos problemas, a história é divertida, boa e encerra de forma coerente e satisfatória a jornada de Peter Parker como o Homem-Aranha. E há até espaço para algumas boas surpresas. A redenção de Otto Octavius é uma delas. E essa versão da Tia May, bem diferente da velhinha frágil da cronologia normal, é bem melhor, e nesse arco protagoniza seu melhor momento, esse sim conseguindo emocionar bastante.
Quando uma versão anacrônica do Abutre (Jorma Taccone) é subitamente transportada para a Terra-65 de uma dimensão alternativa, a misteriosa aparição do vilão é rapidamente seguida pela chegada do Homem-Aranha 2099, Miguel O’Hara (Oscar Isaac), e da Mulher-Aranha, Jessica Drew (Issa Rae).
No cinema, os pais de Peter só apareceram nos filmes da série O Espetacular Homem-Aranha, sendo interpretados por Campbell Scott e Embeth Davidtz. Lá, Richard também era um biólogo, assim como em sua versão Ultimate, e também deixou mensagens para Peter encontrar sobre seu trabalho.
A mais nova edição da atual HQ do Homem-Aranha contou com um final pra lá de chocante e inesperado: o amigo da vizinhança foi morto enquanto lutava contra um novo vilão.
Brian Michael Bendis fez um bom final para Peter Parker. Mas bem distante da qualidade, sobretudo, das primeiras histórias do Aranha Ultimate. Ao menos é bem melhor do que as tramas que andava fazendo ultimamente. E dessa forma, o personagem não é diluído com uma sucessão de sagas desnecessárias e de qualidade cada vez mais duvidosa. Desta maneira, nos restam as boas lembranças dos anos de boas tramas desfrutadas.
Além de lidar com as novas responsabilidades de herói, Peter também tinha que assumir responsabilidades em casa. Com a morte do tio, ele e tia May passaram a enfrentar problemas financeiros. Ele, então, foi obrigado a procurar emprego.
O motivo de tamanho sucesso é, perdoe o trocadilho, uma teia complexa de fatores. Embora não seja o super-herói da Marvel que mais faz dinheiro nos cinemas, o Aranha foi um dos primeiros personagens de Stan Lee a saltar das páginas e também um dos que mais reencarnaram, tendo sido interpretado por Tobey Maguire, Andrew Garfield e Tom Holland.
No segundo filme, Peter descobre que seu pai estava trabalhando em um projeto envolvendo aranhas geneticamente modificadas para a OsCorp, que acabaram dando origem a seus poderes. E assim como nos quadrinhos, temeu que seu trabalho pudesse ser usado para o mal, o que resultou em uma sabotagem que levou o avião onde ele e a esposa estavam a cair.
Pois o arco A Morte do Homem-Aranha acaba de ter sua publicação concluída aqui no Brasil, o que torna o momento propício para uma análise dessa história e ver se ela de fato justifica tanto bafafá.