Graduado em Biologia pela Universidade de Alcalá de Henares (2018). A sua formação foi completada com um mestrado em Zoologia pela Universidade Complutense de Madrid (2019).
Desse modo, as análises realizadas in loco por meio do roteiro de observação do espaço físico e recursos inclusivos do contexto escolar permitiram verificar e comparar a adequabilidade de cada categoria ao atendimento de alunos PAEE e contrapor ao ponto de vista dos gestores apresentado no roteiro de entrevista para os gestores escolares, com o objetivo de traçar metas e estratégias para a melhoria das condições de inclusão escolar. A análise in loco realizada pela avaliadora considerou as pontuações obtidas em cada categoria, ao passo que a avaliação dos gestores consistiu no seu ponto de vista em relação aos aspectos da escola, mas também categorizando-os como adequados, inadequados e adequados em partes.
Levando em conta que, quem normalmente procura caracterizar e conceituar o brincar infantil são adultos observando crianças, e que cada adulto tem uma história e uma vivência pessoal com a brincadeira, não buscaremos apenas uma teoria com tópicos fechados, criados para definir o que pode ou não ser considerado brincar. Consideramos, nesse estudo, a brincadeira como sendo: subjetiva, ou seja, o foco está na pessoa que brinca e não no resultado da ação; livre, não há obrigações quanto à participação; criada a partir de uma situação imaginária, mas contendo regras e supondo um contexto social e cultural, pois é um processo de relações interindividuais, de cultura. Para tal, nos baseamos principalmente nas ideias de Brougère (2001) e Vigotsky (2007).
Muitas vezes, pela importância de ser livre, o brincar na escola acaba não sendo planejado e não tendo uma atenção especial das professoras, como se bastasse deixar brincar, como se fosse uma atividade apenas natural, e não social e cultural, como defende Brougère (2001). Na terceira situação percebemos que é possível apresentar uma brincadeira específica para as crianças, sem tirar seu caráter de liberdade. É possível incluir o brincar planejado no cotidiano da escola, sem que seja posto e engessado pelo adulto, em que as crianças tenham o direito de escolher e opinar sobre a brincadeira, e possam modificá-la ou criar novas formas de brincá-la. A participação do mediador, mesmo que sutil, deve ser sempre construtiva e estimulante, inclusive em forma de planejamento. A professora não pode contar com um aprendizado certo, pois a brincadeira é incerta (BROUGÈRE, 2001), e não sabemos que rumos ela tomará ao planejarmos, mas não é por isso que é tida menos importante de ser incluída no planejamento do professor. Para a criança, importante é brincar, é o momento, e não que aprendizado ela trará.
Primeiro eles escolheram esse brinquedo, mostraram interesse, e a professora aproveitou a oportunidade para incentivar que escrevessem o nome, mas sem forçar, só quem queria. As crianças aparentaram brincar com mais vontade depois disso, talvez pela situação de desafio.
Dimensão e espaço de abordagem e de utilização - espaço e dimensão adequados para abordagem, manuseio e utilização, independentemente da estatura, mobilidade ou postura do utilizador.
A brincadeira é uma atividade fundamental para as crianças, e é preciso pensar, também, no brincar no contexto escolar, na relevância da mediação para que a criança brinque com qualidade. Para que a brincadeira na escola seja interessante para as crianças, o professor tem grande responsabilidade.
Após a aprovação pelo Comitê de Ética em pesquisa da Faculdade de Ciências, Unesp, campus de Bauru, e pela Secretaria de Educação do Município onde se realizou o estudo, a pesquisadora elaborou um cronograma de visita às escolas entre abril e julho de 2017 e encaminhou à Secretaria de Educação da cidade, para ciência prévia da direção da escola sobre o dia e o horário para a coleta de dados.
Nessa ocasião, a professora já se coloca na brincadeira de forma diferente da anterior. As crianças brincavam com os brinquedos e a professora deu uma ideia de brincadeira. As crianças reagiram com bastante receptividade à ideia da professora, que aproveitou o brinquedo que elas escolheram para lançar desafios.
Apesar da queixa da falta de materiais adaptados em algumas escolas, observou-se o empenho desses profissionais em atender e ofertar melhor atendimento a esse alunado. De acordo com o relato do G10, para conseguir trocar a fralda de um aluno cadeirante, a escola teve que contar com a doação de uma mesa de professor de outra escola e fazer adaptação com colchonete; além disso, não havia lenço umedecido, luva ou outro recurso para realizar as trocas e a higienização.
Os nervos, o tronco cerebral, a espinha dorsal e algumas partes do hipotálamo são as regiões mais implicadas no sistema nervoso autônomo. Por sua vez, dividimos o SNA em sistema nervoso simpático, sistema nervoso parassimpático e sistema nervoso entérico.
Na escola, percebe-se a importância da atuação do professor como mediador, como um elemento intermediário, externo: uma "ferramenta auxiliar da atividade humana" (OLIVEIRA, 1993, p. 27). A mediação, para Vigotsky, consiste em fazer de um processo simples de estímulo-resposta, um ato complexo por ser mediado, em que a relação deixa de ser direta e passa a ter a intervenção de um elemento externo. O autor vai relacionar a ideia de mediação com a sua função pedagógica, o professor se coloca no papel de mediador na relação existente entre a criança e seu desenvolvimento:
O papel em que a professora se coloca nas três situações acima descritas é bastante diferente. Na primeira, as crianças brincam livres, a mediação da professora se restringe a observação. Na segunda, as crianças também brincam livremente, mas a professora participa, dando dicas e incentivando as brincadeiras. Na última, a professora organiza uma dinâmica e participa de toda a atividade. São três formas de mediação, realizadas pela mesma professora e no mesmo ambiente, que provocam mudanças no brincar das crianças.
p. 67) explica muito bem a subjetividade da atividade e a dificuldade das pessoas que observam, de identificar a brincadeira: "Tudo no jogo aponta para o mundo interior do sujeito, invisível aos nossos olhos, e a tradução dessa atividade, no plano da nossa razão, confunde-se com expressões de qualquer outra atividade".
Os resultados obtidos com a soma das pontuações de cada escola refutam o ponto de vista dos gestores sobre as condições da infraestrutura escolar, visto que, dos 16 gestores, 43,7% (n = 7) declararam a infraestrutura física como satisfatória (G2, G4, G6, G8, G11, G12, G13), 43,7% (n = 7) informaram a infraestrutura física como inadequada (G1, G3, G5, G7, G10, G14, G15) e 12,5% (n = 2) consideraram-na adequada aos alunos PAEE já atendidos (G9, G16).
Na década de 1990, com a assinatura de documentos internacionais e a expansão da legislação sobre o direito à escolarização dos alunos com deficiência, sobretudo a Conferência Mundial sobre Educação para Todos (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura [Unesco], 1990), a Declaração de Salamanca (Unesco, 1994), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996) e a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), respaldadas por políticas públicas educacionais, estendeu-se o paradigma de educação especial para o princípio da educação inclusiva.
Informação perceptível - fornece de forma eficaz, ao utilizador, a informação necessária, independentemente das condições ambientais/físicas existentes ou as capacidades sensoriais do utilizador.
A perspectiva histórico-cultural tem a mediação como grande contribuição para o aprendizado, apesar de ser difícil encontrar um conceito para o termo. De acordo com Molon (2000), esse fato acontece por não se tratar de um conceito, mas de um pressuposto norteador de todo seu arcabouço teórico-metodológico. "A mediação é processo, não é o ato em que alguma coisa se interpõe; mediação não está entre dois termos que estabelece uma relação. É a própria relação" (MOLON, 2000, p.10). Na ideia de Vigotsky (2007), a utilização de signos e a mediação são funções que distinguem o homem dos outros animais.
O presente artigo tem a intenção de refletir sobre a questão da mediação do brincar na escola, e como as diferentes formas de mediação do professor têm influência na qualidade do brincar das crianças, enfocando especificamente o ambiente da sala de aula. Este artigo foi elaborado a partir de pesquisa realizada para dissertação de mestrado (NAVARRO, 2009).
[...] não é suficiente disponibilizar às crianças brinquedos e jogos; é fundamental organizar o cenário ludo-educativo e estabelecer modalidades interativas que extraiam os melhores proveitos da brincadeira para o desenvolvimento cognitivo.
Um contexto bem organizado pela professora é capaz de estimular muito a criança. Brougère (2001) afirma que é justamente essa a função dos professores, durante a brincadeira no contexto escolar. Muitas vezes, só são vistas como atividades que ajudam no desenvolvimento da criança, e realmente importantes no contexto da escola, as atividades que são dirigidas pela professora. A preparação do ambiente, a forma como são colocados os brinquedos e os móveis na sala ou no parque, são ações da professora, também muito importantes, principalmente quando se fala de brincar no ensino infantil. Não percebemos, em nenhuma das situações descritas, a professora se colocando como organizadora do ambiente, preocupada com o estímulo proporcionado por essa organização no brincar das crianças. A sala estava organizada da mesma forma durante todo o período de observação.
Para Vigotsky, o brinquedo também tem papel importante na mudança da relação entre o campo da percepção visual (o que ela vê) e o campo do significado (o que ela pensa). É no brinquedo, de acordo com Vigotsky (2007), que o comportamento infantil passa a ser dirigido pelo que determinada ação significa para a criança, e não apenas pela percepção imediata dos objetos. "A criança vê um objeto, mas age de maneira diferente em relação àquilo que vê. Assim, é alcançada uma condição em que a criança começa a agir independente daquilo que vê" (VIGOTSKY, 2007, p.114). Pimentel (2007), ao discorrer sobre o jogo e a imaginação dentro da teoria de Vigotsky, esclarece que é pela subordinação das ações aos significados que a brincadeira é tão importante para que a criança desenvolva seu pensamento abstrato.