1 – Diagnóstico: delineamento da situação problema, identificando os aspectos sociais, psicológicos e orgânicos que influenciam no caso. É importante, nessa etapa, identificar os sujeitos envolvidos, as vulnerabilidades e a rede de apoio existente, e não apenas os aspectos clínicos do caso. A elaboração de um genograma e ecomapa mostra-se como uma boa ferramenta para registro gráfico da situação problema quando esta se tratar de um caso individual e não comunitário.
As falas retratam a flexibilização desse projeto e sua construção baseada nos aspectos e possibilidades de vida de cada usuário. Utilizam-se todas as possibilidades do cardápio terapêutico, desde consulta individual até atividades extramuros, na tentativa de reabilitar o indivíduo.
Com isso, o PTS proporciona uma atuação integrada e singular do cuidado em saúde e em saúde mental a partir de vários aspectos relevantes para a vida daquela pessoa que vão além do “diagnóstico psiquiátrico e das medicações em uso”. Permeia suas histórias, vivências e níveis de entendimento, consistindo em uma ferramenta de trabalho única, construída coletiva e exclusivamente para aquele indivíduo. (TAVARES et al, 2021)
Como parte do projeto terapêutico, e como etapa do conjunto do processo de trabalho que o serviço desencadeia na sua relação com o usuário, o acolhimento pode evidenciar as dinâmicas e os critérios de acessibilidades aos quais os usuários estão submetidos nas suas relações com o que os modelos de atenção pregam como verdadeiros campos de necessidades de saúde para si.15
Uma das formas de adaptar o Projeto Terapêutico é identificar as vulnerabilidades e peculiaridades de cada pessoa para desenvolver estratégias terapêuticas individualizadas. Isso permite que o tratamento seja direcionado às necessidades específicas de cada um, maximizando os resultados e promovendo uma recuperação mais efetiva.
Various studies describe the Singular Therapeutic Project (STP) as a powerful instrument of care for the users of specialized mental health services. It is also put forward as a tool to organize and support the activities of the Family Health Support Centers (FHSC), based on the concepts of co-responsibility and comprehensive care. The article seeks to analyze the development of STP by mental health teams of FHSC and its articulations with services of Primary Health Care (PHC), psychosocial services and other sectors of society. It involved qualitative research performed in Guarulhos in the state of São Paulo in 2012 by systematic observation and conducting semi-structured interviews with mental health professionals from support centers. The content analysis method was employed for interpretation of the findings. The STP in FHSC faces obstacles related to lack of definition of work object (attention or management?), precarious working conditions and overlapping functions. It is necessary to analyze the technological feasibility of the STP based on the peculiarities of PHC, avoiding straightforward transposition of technological tools among the different services that comprise the psychosocial care network.
Observaram-se momentos em que a reunião se limitou à passagem de guias de encaminhamento, sem questionamento ou informação sobre o usuário além da queixa manifesta e uma reunião de apoio matricial sem nenhum membro da equipe de saúde da UBS. Assim, as reuniões de apoio matricial, o locus principal de elaboração de PTS por sua característica de momento de encontro das equipes, mostrou-se um espaço silencioso de qualquer discussão técnico-pedagógica interdisciplinar, apesar da composição multiprofissional das equipes dos NASF e NAAB e da possibilidade de participação de diferentes profissionais das UBS.
Tradicionalmente, a terapêutica utilizada com o paciente psiquiátrico não o considerava como sujeito ativo do seu tratamento, não envolvia sua família e não valorizava sua história, sua cultura, sua vida cotidiana e sua qualidade de vida. O principal foco de atenção era a doença.1
O projeto terapêutico é elaborado com base nas necessidades de saúde de cada usuário, não excluindo suas opiniões, seus sonhos, seu projeto de vida. Esse projeto é algo singular, uma interação democrática e horizontal entre trabalhador/usuário/família. Por isso ele pode seguir vários caminhos, como o exposto: eu sempre dou opinião sobre o meu tratamento [...] ela não diz exatamente o que eu tenho que fazer, ela deixa que eu me expresse, dê as minhas opiniões (Grupo II). Realmente, qualquer acompanhamento e o projeto terapêutico nunca podem ser propostos de forma solitária pelo médico. A construção é com o cliente e com o familiar, porque eles têm que tá bem comprometidos (Grupo I).
A análise do material empírico possibilitou uma aproximação com o objeto de estudo e revelou que o projeto terapêutico se dá com base nas necessidades de saúde de cada usuário, mediante um esforço mútuo entre trabalhador/usuário/família com o intuito de promover saúde mental. Desse modo, para melhor compreensão dessa relação e construção coletiva apresentamos a análise dos seus componentes, bem como conteúdos explícitos, contradições, divergências e convergências a partir de três categorias temáticas, entre elas: Projeto terapêutico e sua construção coletiva: trabalhador de saúde/usuário/família, Fluxos e itinerários terapêuticos no CAPS e Construção do projeto terapêutico compartilhado, integral e singular.
Essa interação induz a tomada de responsabilidade por esses sujeitos, isto é, propõe um direcionamento da atenção, levando em conta: a escuta, o acolhimento, a ética, a autonomia, o resgate da cidadania, a subjetivação, o respeito, a liberdade e a inclusão social, entre outros. É ao redor deste ideário e acordos comuns que profissionais com diferentes formações, com diferentes crenças e filiações teóricas, se reúnem e formam equipes multidisciplinares em conjunto com usuários/famílias, no trabalho cotidiano dos serviços de saúde mental e no campo da atenção psicossocial.21
IIDoutora em Enfermagem. Professora Titular da UECE. Docente dos Cursos de Mestrado Acadêmico Cuidados Clínicos em Saúde e Enfermagem e Mestrado Acadêmico em Saúde Pública da UECE. Pesquisadora CNPq. E-mail: [email protected]
Nessa lógica, a proposta do Projeto Terapêutico Singular é, portanto, problematizar os casos demandados, trocar informações e planejar conjuntamente as ações para dar conta do tratamento de forma integral e resolutivo, valorizando a escuta e o protagonismo dos sujeitos envolvidos, sobretudo do usuário.
Como podemos observar, os casos são discutidos por toda a equipe, num trabalho multidisciplinar. Isso pressupõe interação, parceria entre os trabalhadores envolvidos no processo de cuidar, conforme identificado nas falas a seguir: a gente, realmente, trabalha de forma interdisciplinar, multiprofissional de diversas categorias. A gente consegue, realmente, ter um entrosamento muito bom, com uma discussão bem leve e bem aberta dos casos [...] A equipe [...] tem uma abertura muito grande de tá discutindo os casos, de tá interagindo com os outros profissionais (Grupo II).
O atendimento pelo profissional de saúde que está no acolhimento é outra situação que a ser ressaltada. Tal possibilidade acontece geralmente nos casos de crise (surtos), remarcação de consulta e falta de medicação. O profissional do acolhimento realizará uma escuta acolhedora do usuário ou familiar que busca o serviço de saúde e identificará sua necessidade. Ele pode recomendar uma internação em leitos no hospital geral do município, a liberação de receitas com o psiquiatra do serviço, uma remarcação de consulta, ou modificar o projeto terapêutico desse usuário acrescentando outras possibilidades do cardápio terapêutico, por exemplo: grupos dos quais o usuário ainda não participava, atendimentos individualizados com outros profissionais, atividades extramuros, como a escola de música e a massoterapia, e outros. Esse profissional responsável pelo acolhimento é bem representado na fala a seguir: [...] são todos os profissionais de nível superior [...]. Cada dia fica um trabalhador de referência pra atender tanto esses casos como aqueles casos de pessoas que desestabilizaram, ou deixaram de tomar a medicação, ou tão apresentando alteração no quadro psicopatológico (Grupo I).
Existe grande diferença entre a clientela atendida pela APS e a atendida pelo CAPS: o CAPS cuida prioritariamente de pessoas com transtornos mentais graves de longa evolução, um público delimitado e que representa uma proporção pequena da população. A APS cuida de uma clientela maior e extremamente heterogênea quanto às demandas, à faixa etária, ao diagnóstico
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são serviços de saúde municipais, abertos e comunitários, que oferecem atendimentos diários; organizados em cinco modalidades conforme público, horário de funcionamento e tamanho do município.
O Guia Digital de Planejamento para Coordenadores de CAPS oferece suporte aos gestores na elaboração de projetos terapêuticos e no desenvolvimento de atividades que visam a reabilitação psicossocial. O guia apresenta etapas e ferramentas para o planejamento em saúde mental, auxiliando na resolução de dilemas cotidianos e privilegiando a atenção psicossocial especializada.
O Projeto Terapêutico deve ser adaptado às necessidades individuais de cada pessoa, promovendo um tratamento personalizado e estratégias terapêuticas específicas. Ao considerar as particularidades de cada indivíduo, é possível criar um ambiente terapêutico mais eficaz e fornecer um cuidado integral que aborde as demandas específicas de saúde mental.
A construção colaborativa do Projeto Terapêutico é essencial para garantir uma intervenção terapêutica mais efetiva e satisfatória. Ao envolver o usuário no processo de cuidado, respeitando sua autonomia e valorizando sua experiência, é possível promover uma saúde mental mais equilibrada e uma melhor qualidade de vida.
O Projeto Terapêutico é uma estratégia importante na atenção à saúde mental que visa atender indivíduos com sofrimento psíquico de forma personalizada e integral. É uma abordagem terapêutica fundamental para a saúde mental, oferecendo um tratamento eficaz e adaptado às necessidades de cada pessoa.
Para realizar a análise dos PTS optou-se por utilizar como referência conceitual as etapas (momentos) preconizadas pelo Ministério da Saúde (MS) para elaboração de um PTS: Etapa 1 - Diagnóstico e análise; Etapa 2 - Definição de ações e metas; Etapa 3 - Divisão de responsabilidades e Etapa 4 - Reavaliação.
O PTS envolve um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, direcionadas a um indivíduo, família ou coletividade. Tem como objetivo traçar uma estratégia de intervenção para o usuário, contando com os recursos da equipe, do território, da família e do próprio sujeito 5.
O Plano Terapêutico é cuidadosamente elaborado, de forma colaborativa com o paciente. As abordagens são baseadas em evidências cientificas, em literatura acadêmica consagrada e na expertise dos profissionais da clínica.
Logo, conclui-se que o plano terapêutico é uma ferramenta híbrida, com função tanto na comunicação entre profissionais e pacientes quanto na parte administrativa do gerenciamento de leitos. Ele deve ser revisitado toda vez que ocorre alguma alteração no quadro clínico ou não se consegue cumprir determinada meta.
Os objetivos do tratamento a curto prazo foram a diminuição do quadro álgico (dor), aumento da ADM e educação sobre posicionamento funcional adequado durante as atividades de vida diária; em médio prazo, fortalecimento da musculatura segmentar; e em longo prazo a promoção da marcha adequada, diminuição da ...
Formato. Seu principal trabalho como Fisioterapeuta é usar atividades físicas para manter ou melhorar a condição médica de um paciente afetado. Portanto, é recomendável que você inclua suas habilidades e hobbies relacionados a exercícios físicos, ginástica, esportes e outras atividades físicas em seu currículo.
Hoje em dia não faltam possibilidades para encontrar vagas de estágio, seja através dos bancos de vagas virtuais disponibilizados por portais de vagas, pelo famoso Linkedin, por meio dos centros de integração empresa-escola, grupos de Facebook e WhatsApp, além da própria instituição de ensino, que em sua maioria faz ...
1) Qual a carga horária permitida? A duração do estágio não deve ultrapassar 6 horas diárias e 30 horas semanais, de acordo com o inc. II, art. 10 da lei nº
O estágio só poderá ser iniciado mediante termo de compromisso, documento de interveniência assinado entre a concedente do estágio (estabelecimento público ou privado), acadêmico cursando, no mínimo, o penúltimo ano de Fisioterapia e a IES, com jornada definida de comum acordo entre as partes, devendo constar no ...