O comportamento automonitoramento é um conceito que se refere à capacidade de uma pessoa em monitorar e regular seu próprio comportamento, de forma consciente e intencional. É a habilidade de estar atento aos próprios pensamentos, emoções e ações, e ajustá-los de acordo com as demandas e objetivos pessoais. O indivíduo que possui um alto nível de automonitoramento é capaz de adaptar seu comportamento de acordo com diferentes situações e contextos, sendo mais flexível e eficaz em suas interações sociais.
Embora o automonitoramento possa ser uma ferramenta poderosa, também apresenta alguns desafios. Para algumas pessoas, pode ser difícil manter a consistência e registrar regularmente as informações. Além disso, algumas pessoas podem se sentir sobrecarregadas ou ansiosas ao acompanhar de perto seus comportamentos e emoções.
O automonitoramento oferece uma série de benefícios para aqueles que o praticam regularmente. Ao acompanhar de perto seus comportamentos e pensamentos, as pessoas podem identificar padrões e tendências que podem ser úteis para melhorar sua saúde física e mental. Além disso, o automonitoramento pode ajudar a identificar gatilhos para comportamentos indesejados, permitindo que sejam evitados ou gerenciados de forma mais eficaz.
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Para que esse exercício tenha o efeito esperado psicoterapeuta e paciente precisam determinar de maneira clara qual o pensamento, emoção ou comportamento que será monitorado e por quanto tempo. Um exemplo disso é: monitorar todos os pensamentos negativos autodesqualificatórios no período de uma semana.
“Doutora, eu nunca havia percebido o quanto penso bobagens durante o dia, o quanto penso que as coisas vão dar errado, que eu não sou capaz de fazer as coisas corretamente, que não sou bom o suficiente, que ninguém gosta de mim”. Ou ainda: “Não havia me dado conta o quanto eu desperdiço meu tempo em atividades que não me são prazerosas ou que não me agregam nada e o quanto há de possibilidade de se modificar isso”.
O automonitoramento traz uma série de benefícios para a vida pessoal e profissional de um indivíduo. Ao estar consciente de seu próprio comportamento, a pessoa pode identificar padrões negativos e tomar medidas para corrigi-los. Isso inclui a capacidade de controlar impulsos, regular emoções e adotar estratégias mais eficazes para lidar com desafios e conflitos. Além disso, o automonitoramento também está relacionado ao desenvolvimento de habilidades de autorregulação, como a capacidade de adiar gratificações imediatas em prol de metas de longo prazo.
Na psicologia, o automonitoramento é frequentemente utilizado como uma ferramenta terapêutica. Os pacientes são incentivados a registrar seus pensamentos, emoções e comportamentos como parte de um processo de autoexploração e autoconhecimento. Isso pode ajudar a identificar padrões disfuncionais e promover mudanças positivas.
O automonitoramento também é importante nas escolas porque exige que o aluno observe seu comportamento e, em seguida, avalie-o em relação a um padrão ou objetivo externo. Isso pode resultar em mudanças duradouras de comportamento. Por exemplo, se Sarah tem tendência a responder a perguntas sem levantar a mão, seu professor pode ajudá-la a aprender a observar seu comportamento (ou seja, falar fora de hora) e compará-lo com seus colegas (ou seja, seus colegas levantam a mão para chamado a). Ao apontar a diferença entre como Sarah se comporta em comparação com seus colegas, Sarah pode começar a monitorar e então mudar seu comportamento para se adequar à norma estabelecida de levantar a mão para falar.
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O automonitoramento é uma habilidade que pode ser desenvolvida ao longo da vida. Existem diversas estratégias e técnicas que podem auxiliar nesse processo. Uma delas é a prática da atenção plena, que consiste em estar presente no momento presente, observando os pensamentos, emoções e sensações corporais sem julgamento. A atenção plena ajuda a desenvolver a consciência de si mesmo e a capacidade de monitorar o próprio comportamento de forma mais objetiva.
Há uma faixa de capacidade alta a baixa de automonitoramento. Auto-monitores elevados são capazes de ajustar seus comportamentos expressivos em diferentes contextos. Eles são capazes de 'ler' uma situação e responder apropriadamente. Auto-monitores baixos tendem a agir da mesma forma, independentemente do contexto. Embora os dois graus de monitoramento tenham benefícios, é importante ter algum grau de controle sobre nossos comportamentos expressivos.
O automonitoramento é uma habilidade essencial para o desenvolvimento pessoal e profissional. Ao estar consciente de seu próprio comportamento, a pessoa pode regular suas ações de forma mais eficaz, adaptando-se a diferentes situações e contextos. O automonitoramento contribui para o autoconhecimento, a tomada de decisão, a construção de relacionamentos interpessoais saudáveis e o crescimento pessoal. É uma habilidade que pode ser desenvolvida ao longo da vida, por meio de práticas como a atenção plena, a autorreflexão e o feedback.
Os pesquisadores têm feito tentativas para entender como os indivíduos monitoram os diferentes canais de expressão. Por exemplo, Ekman e Friesen (1969, 1972) descobriram que os pacientes psiquiátricos são mais capazes de automonitorar as expressões faciais, mas não as dicas corporais. Em seu estudo, eles descobriram que as enfermeiras eram mais capazes de avaliar a verdade dos pacientes, prestando muita atenção às dicas do corpo. Este é apenas um exemplo das diferenças em como as pessoas se automonitoram.
O automonitoramento também desempenha um papel importante na tomada de decisão. Ao estar consciente de suas próprias preferências, valores e objetivos, a pessoa é capaz de tomar decisões mais alinhadas com suas necessidades e desejos. Além disso, o automonitoramento permite avaliar as consequências de diferentes opções e escolher aquela que trará os melhores resultados a longo prazo. A habilidade de monitorar e regular o próprio comportamento também contribui para a tomada de decisões mais assertivas e menos impulsivas.
Com esse intuito há duas outras técnicas, baseadas nessa que podem ser prescritas, sendo as seguintes: programação de atividades ou programação de atividades com previsão de prazer e habilidade.
Automonitoramento – “Esse aumento de consciência pode ampliar o autocontrole do paciente, fazendo com que esse aumente os comportamentos positivos (ou funcionais) e diminua os negativos (ou disfuncionais)”
Uma vez monitorados os pensamentos, emoções ou comportamentos, pode-se programar atividades que permitam ao paciente vivenciar situações de bem-estar e prazer, visando aumentar sua autoeficácia e encorajá-lo a buscar outras atividades que lhe tragam recompensas e/ou que o auxiliem a modificar seus pensamentos/emoções/comportamentos disfuncionais.
Embora o automonitoramento seja importante para a adaptação e o ajuste de comportamentos, é essencial equilibrá-lo com a autenticidade. Ser autêntico significa agir de acordo com os próprios valores e crenças, sem se moldar excessivamente às expectativas dos outros. O automonitoramento não deve ser uma forma de mascarar a própria personalidade, mas sim uma ferramenta para aprimorar a forma como nos relacionamos com o mundo ao nosso redor.
Para começarmos é importante salientar que existem algumas definições de Automonitoramento. Para Lincoln e Gimenes (2008) automonitoramento (AM) é o comportamento de observar e registrar sistematicamente a ocorrência de algum comportamento (privado ou público) emitido pela própria pessoa e eventos ambientais associados.