Moreno informa que o machismo pode ser definido como um “preconceito, que pode ser expresso em comportamentos, ações e opiniões, negando a igualdade entre mulheres e homens e reforçando as desigualdades de gênero”. Ela detalha que “tal preconceito é baseado na ideia de que mulheres e homens são naturalmente diferentes, na qual o gênero masculino é valorizado em detrimento do feminino”.
Uma consequência desse tipo de aprendizado é que os homens crescem entendendo que se cuidar deve ser uma preocupação feminina. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a expectativa de vida dos homens é inferior à das mulheres – a média é de 73,8 anos para elas, contra 69,1 para eles. No Brasil, a discrepância é ainda maior: as mulheres vivem em média 79,1 anos, enquanto os homens vivem 71,9 anos. Marcia Regina Cominetti, do Laboratório de Biologia do Envelhecimento da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), atribui a esses números algumas razões, sendo uma delas – mas não a única – o fato das mulheres cuidarem mais da própria saúde: “elas fumam menos, bebem menos, trabalham em serviços menos pesados e se tratam mais do que os homens”.
Muita gente vai dizer que isso é exagero, que é uma reclamação sem muito fundamento e que uma piadinha não faz mal a ninguém. Faz, sim. Piadas são reflexo da sociedade e, disfarçadas de humor, acabam perpetuando esse comportamento.
Essa foi a última edição realizada pela pesquisa realizada pelo IPEA, uma pesquisa domiciliar com objetivo de compreender a percepção das famílias brasileiras sobre as políticas públicas que são implementadas pelo Estado, independentemente de serem ou não beneficiários dos programas e ações governamentais.
Com isso, essa forma de preconceito “colabora para que as mulheres fiquem em desvantagens em diversos campos da vida social, tal como a participação na vida econômica e na vida política”.
O estudo ainda apontou a persistência da visão de uma família nuclear patriarcal, entre as famílias brasileiras, mostrando, mesmo que a situação possa ter melhorado nos últimos anos, que estereótipos parte de uma cultura machista continuam presentes na sociedade.
Um questionamento comum a respeito desse assunto é se mulheres podem ser machistas. A professora esclarece que é difícil afirmar que a parte oprimida tenha atitudes machistas, pois as mulheres não são beneficiadas por esses estereótipos.
Ser machista, isto é, compartilhar do pressuposto de que homens devem possuir privilégios em relação às mulheres, não é um pensamento exclusivamente masculino. Por se tratar de uma crença enraizada na cultura da sociedade, crianças são ensinadas desde cedo os diferentes papéis que homens e mulheres podem desempenhar, fazendo com que, ao crescerem, ambos os sexos perpetuem essa ideia. Dessa forma, as mulheres não estão imunes a reproduzir e perpetuar um machismo estrutural.
Vivemos em uma sociedade considerada machista. Isso se manifesta em diversos problemas como a desigualdade de direitos entre homens e mulheres, altos índices de violência, assédio e estupro, objetificação da mulher, diferença salarial e muitos outros efeitos. Mas, afinal, você sabe o que é machismo? O que caracteriza uma pessoa machista? Como esse conceito afeta mulheres e homens? Quais são os dados sobre o assunto? Confira a explicação a seguir!
Além disso, a divisão de tarefas domésticas é desigual: para além de cuidar da casa, as mães geralmente são as responsáveis por cuidar dos filhos e educá-los. Tais responsabilidades – conhecidas como a dupla jornada de trabalho feminina – dificultam que as mulheres tenham o mesmo progresso que os homens dentro do ambiente profissional, pois não possuem a mesma disponibilidade de tempo para se dedicar à carreira.
A professora destaca estereótipos que são criados pelo machismo sobre as mulheres, colocando-as como “naturalmente sensíveis, fracas e destinadas às tarefas do cuidado. Ou seja, atribui-se às mulheres as atividades ligadas à chamada esfera privada e, ao contrário, diz-se que os homens seriam naturalmente racionais, fortes e aptos para participar da vida pública da sociedade”.
Apesar da estrutura da família ter evoluído desde então, prevalece na sociedade atual – dentro e fora do ambiente familiar – o patriarcado contemporâneo, em que a relação do homem e da mulher continua desigual, mas em menor evidência do que nos períodos históricos anteriores.
What, unfortunately, makes bravery toxic in this context is when it is mixed with the other trademarks of Machismo like sexism, dominance, and aggression. To be Machismo is to be a practitioner of that mix.
Ela explica como essa formação social, ainda muito presente na sociedade “baseia-se na ideia de um único modelo familiar (composto por homem, mulher e prole) e divisão das tarefas entre homens e mulheres que colaboram para a criar e reforçar estereótipos de gênero. Isso significa que as expectativas sociais sobre os atributos e comportamentos que mulheres e homens devem expressar anulam todas as possibilidades de expressão das feminilidades e masculinidades que não estejam de acordo com o modelo”.
Quanto às consequências do machismo para as mulheres, Moreno lista uma série de formas como ele afeta o cotidiano, que incluem a desvalorização da mulher no âmbito social, por causa da “ideia errônea de que somos incapazes, a percepção de que as tarefas domésticas e do cuidado devem ser executadas somente pelas mulheres e não divididas”.
Esse patriarcalismo, caracterizado pela supremacia masculina, desvalorização da identidade feminina e atribuição da procriação como a principal função da mulher, tem raízes na Grécia Antiga, passando pela Idade Média e se perpetuando em diversas comunidades ao longo da história. Um exemplo é a cultura dos Vikings, da região da atual Escandinávia, em que o valor das mulheres era dado baseando-se na quantidade de filhos do sexo masculino. Isso mostra que, além do enaltecimento da figura masculina, o papel materno era central na vidas das mulheres.
O machismo tem como raiz uma palavra latina (macho) e trata-se, principalmente, do enaltecimento do sexo masculino sobre o feminino, expresso por comportamentos, opiniões e sentimentos que declaram a desigualdade de direitos entre os dois. Sendo assim, machista é toda pessoa que julga a mulher como inferior ao homem em aspectos físicos, culturais e intelectuais. Sabe aquelas piadinhas que dizem "lugar de mulher é na cozinha" ou "mulher só sabe pilotar fogão"? Pois é. O machismo desqualifica a mulher perante o homem e é a principal causa do feminicídio por perpetuar a crença de que, numa relação, o parceiro é o "dono" da parceira.
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Enquanto o termo sexo está ligado à composição cromossômica do indivíduo e ao tipo de aparelho reprodutor do indivíduo, o gênero abrange aspectos psicológicos e comportamentais, isto é, características psicossociais relativas a cada sexo. Isso significa que a identidade de gênero é a expectativa social que se tem do que o sexo masculino e feminino devem ser, por isso é uma distinção social e não biológica, como o sexo.
A filósofa e escritora Simone de Beauvoir concluiu que essas ideias são criadas socialmente e utilizadas para subjugar a mulher. Assim, via-se as mulheres como mais frágeis e propensas a tarefas domésticas pois isso era ensinado a elas, como forma de manter os homens em seu papel dominante.
Machismo (do espanhol e do português "macho") é a sensação de ser ' viril' e autossuficiente, o conceito associado a "um forte senso de orgulho masculino: uma masculinidade exagerada". Está associado à "responsabilidade de um homem de prover, proteger e defender sua família".
Na prática uma pessoa machista é aquela que acredita que o homem é superior à mulher ou que tem papel distinto só pelo fato de ser homem, subjulgando a mulher como sendo inferior. O machismo estrutural é cultural e inerente a diversos aspectos de uma sociedade, tendo sido normalizado por muitas décadas.
Por exemplo, uma ideia considerada machista em relação ao funcionamento de uma família é a de que a função inerente ao homem é consertar os problemas físicos de uma casa, já a da mulher é limpá-la e mantê-la organizada.
(1) O machismo é entendido neste artigo baseado, principalmente, nas autoras Saffioti (1987), Auad (2012) e Louro (2001) como a supremacia masculina que causa a inferiorização do gênero feminino provocando várias formas de violência: verbal, psicológica, física etc.
O feminismo é um movimento que começou a partir do século XIX e atualmente virou um movimento social, político e filosófico, que tem como finalidade propor direitos iguais entre as mulheres através do empoderamento feminino, sem a existência de padrões patriarcais ou impostos pela sociedade.
O antifeminismo é amplamente definido como a oposição a algumas ou todas as formas de feminismo. ... Por exemplo, os antifeministas do final dos anos 1800 e início dos anos 1900 resistiram ao sufrágio feminino, enquanto antifeministas no final do século XX se opuseram à Emenda aos Direitos da Igualdade dos Estados Unidos.
No Dicionário Online de Português, a palavra “Feminismo” está descrita como: “movimento que combate a desigualdade de direitos entre mulheres e homens”. Já a palavra “Femismo” é que descreve o pensamento de muitos sobre o contraponto do machismo, como “doutrina que prega a supremacia da mulher em relação ao homem”.
Femismo: Esse neologismo é usado em português para definir o “machismo ao contrário”, ou seja, a noção de que as mulheres são superiores aos homens. Costuma ser equiparado à misandria (ódio aos homens).