A revolucionária Maria Quitéria de Jesus foi a primeira mulher a fazer parte do Exército brasileiro. Disfarçada de homem, a jovem adotou o nome Medeiros, contudo, mais tarde, acabou comandando um batalhão feminino, marcando a história do país.
“Maria Quitéria acabou se tornando um dos nomes femininos mais reconhecidos da história brasileira”, pontua a historiadora Giovanna Trevelin, que pesquisa história e gênero em grupo da Universidade Estadual de Feira de Santana.
Maria Quitéria contou com a cumplicidade e a ajuda da irmã, Josefa, para conseguir se alistar. Ela se vestiu como homem, utilizando o fardamento do cunhado e assumindo a identidade dele, José Medeiros. Josefa ainda cortou os cabelos da irmã. E foi assim que ela se apresentou, como soldado Medeiros, ao batalhão instalado na região.
Maria Quitéria nasceu por volta de 1792, em Feira de Santana, Bahia. Quando tinha em torno de 30 anos, decidiu entrar para o Exército brasileiro, tornando-se a primeira combatente mulher do país.
Já a relação com o seu pai permaneceu estremecida. Após a morte do patriarca, ela optou em não brigar pelo direito a uma pensão. Mas não era o único desafio que encontraria em seus momentos finais.
“Foi a primeira mulher militar conhecida a se alistar para lutar numa guerra. Ocupou um espaço público que era então destinado a homens, um espaço onde mulheres não podiam estar.”
Após a Bahia se tornar definitivamente parte do Brasil, em 2 de julho de 1823, ela foi condecorada com o título de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro, que lhe foi entregue por Dom Pedro I.
Maria Quitéria integrou o Batalhão de Voluntários do Príncipe, conhecido como Batalhão dos Periquitos (por causa da cor verde nos uniformes), de setembro de 1822 a julho de 1823. Seu batismo de fogo foi em uma batalha na foz do Rio Paraguaçu. Por causa do aspecto físico mais frágil, porém ágil, foi designada a combater na infantaria.
Após o 7 de setembro, instalou-se um Conselho Interino do Governo da Bahia, que começou a procurar voluntários para defender o movimento de independência e expulsar os portugueses. Com 19 anos na época, Quitéria demonstrou interesse em se alistar e pediu autorização do pai, que prontamente negou.
Quando a guerra de independência tomava corpo na Bahia, em setembro de 1822, emissários da junta do governo provisório ali instalados passaram a percorrer fazendas em busca de voluntários para as batalhas de expulsão dos portugueses. Chegaram à propriedade da família de Maria Quitéria, cujo pai era produtor de algodão e gado, no atual município de Feira de Santana, interior do estado. Era uma fazenda de porte médio, que contava com 27 trabalhadores escravizados.
Por causa das obrigações no lar, Maria Quitéria deixou de ir à escola. Aprendeu sozinha a caçar e a pescar, demonstrando habilidade em manejar armas. Esse temperamento, que contrariava os padrões sociais da época, desagradava a terceira esposa do pai.
Embora o Rio de Janeiro, capital do novo país, tenha celebrado o ocorrido, em diversas outras cidades os portugueses reagiram para manter enclaves lusitanos. Em seguida, Salvador foi controlada pelos colonos, mas Feira de Santana resistiu até o último segundo.
No centenário de sua morte, em 1953, Salvador ganhou uma estátua em sua memória. E em 1996, tornou-se patrona do quadro complementar de oficiais do Exército Brasileiro. Teve seu nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria em 2018.
Naquele Brasil do início do século 19, havia um impedimento para que Maria Quitéria de Jesus (1792-1853), uma mulher que sabia atirar muito bem, cavalgar, caçar e pescar, engrossasse as fileiras do Exército. Antes mesmo da avaliação das habilidades dela, o veto vinha por uma questão de gênero: Maria Quitéria poderia até ser uma excelente guerreira, mas era mulher.
Maria Quitéria integrou o Batalhão de Voluntários do Príncipe, conhecido como Batalhão dos Periquitos, de setembro de 1822 a julho de 1823. (Foto: Óleo de Domenico Failutti)
Assim que se deparou com a notícia de que a sua vila recebeu a proposta de enviar homens para lutar, Maria Quitéria ficou entusiasmada e quis aderir ao movimento. No entanto, ao contar para o seu pai, o patriarca a proibiu de pegar em armas. Por outro lado, a jovem já sabia como resolver este problema: se disfarçando de homem.
O desejo de ingressar uma guerra surgiu quando Dom Pedro Ideclarou a Independência do Brasil, no dia 7 de setembro de 1822.
Maria Quitéria de Jesus foi a primogênita de Gonçalo Alves de Almeida e Quitéria Maria de Jesus. Nasceu em 27 de julho de 1792 na freguesia de São José de Itapororocas, onde hoje é Feira de Santana, na Bahia. Depois de perder a mãe aos 10 anos de idade, passou a cuidar sozinha dos irmãos, Josefa e Luiz.
O processo de Independência do Brasil foi um conjunto de campanhas militares regionalizadas que levaram à expulsão das tropas portuguesas do território brasileiro. Seu ponto central foi a proclamação em 7 de setembro de 1822. Mas o marco inicial do processo foi a separação da província de Pernambuco do Reino de Portugal em 29 de agosto de 1821.
Nesse contexto, um dos conflitos mais relevantes e duradouros foi a guerra de Independência da Bahia. Ao longo de 1822, políticos locais começaram a clamar Dom Pedro I como defensor do Brasil, contrariando os interesses de Portugal.
Entre as heroínas estão Maria Felipa, Joana Angélica e Maria Quitéria. Mulheres lutaram e usaram táticas criativas para ajudar tropa brasileira. As batalhas pela independência do Brasil na Bahia duraram um ano e sete dias, entre 25 de junho de 1822 e 2 de julho de 1823.
Maria Quitéria, Maria Felipa e Joana Angélica se destacaram no século XIX nas lutas para vencer as tropas portuguesas. ... Por seu ato de bravura e ousadia, ficou conhecida como “soldado Medeiros” e se tornou um dos ícones da Independência do Brasil na Bahia.
A Pomba Gira Dona Maria Quitéria é uma entidade muito forte e poderosa que você deve respeitar muito, pois Ela sempre virá em ajuda, a quem possa estar necessitando, sempre com muita atenção aos seus filhos que à invocam para os objetivos corretos.
Maria Felipa de Oliveira (Ilha de Itaparica, data incerta — 4 de julho de 1873) foi uma mulher marisqueira, pescadora e trabalhadora braçal. Teria participado da luta da Independência da Bahia. Sobre a personagem, há uma narrativa ficcional por vezes vista como fato histórico.
A Independência da Bahia foi um movimento que, iniciado em 19 de fevereiro de 1822 e com desfecho em 2 de julho de 1823, motivado pelo sentimento federalista emancipador de seu povo, terminou pela inserção da então província na unidade nacional brasileira, durante a Guerra da Independência do Brasil.
A cidade de Salvador era um destaque na resistência contra a dominação das tropas portuguesas comandadas pelo brigadeiro Madeira de Mello que no final do ano de 1822 invadiram a cidade. Os baianos perderam a batalha e em seguida foram para o Recôncavo Baiano, lugar onde os moradores também eram adeptos à independência.
Ocorreram as batalhas de Cabrito, Pirajá e o bloqueio marítimo de Salvador. Finalmente em 2 de julho de 1823, Madeira de Melo derrotado, mas sem se render formalmente, embarcou com o que restava de suas tropas de volta a Portugal. Por isso essa data é considerada como a da independência da Bahia.
O que aconteceu na Bahia no dia 2 de Julho de 1823 foi decisivo para todos os brasileiros. Foi quando o Exército Libertador, tendo à frente o Batalhão do Imperador entrou finalmente na cidade que havia sido sitiada durante meses, sendo recebido com flores e homenagens pela população.
Na Bahia, os escravos foram recrutados para lutar a favor da Independência. Mas esses soldados buscavam mais do que livrar o Brasil do domínio de Portugal. Empunharam armas na esperança de usar seus serviços de guerra como moeda de troca para obterem a alforria. espero ter ti ajudado!!
b) Quais os significados dos confrontos armados que culminaram no 2 de julho de 1823, na Bahia? Resposta: a) Pressionada pela ameaça francesa de invasão, a corte portuguesa foi transferida para o Brasil em 1808 escoltada pela marinha britânica.
A letra do hino faz referência à guerra de independência e enfatiza o caráter “brasileiro” do processo, como afirma sua primeira estrofe: “Nasce o sol a 2 de Julho/Brilha mais que no primeiro/É sinal que neste dia/Até o sol é brasileiro.” Cita as campinas do Cabrito e Pirajá, locais de batalhas da guerra, além de ...
A partir desta sexta-feira (30) até a próxima segunda (3), o CORREIO publica uma série de reportagens lembrando os Caminhos da Independência do Brasil na Bahia e os cenários das lutas que culminaram na saída das tropas portuguesas de Salvador no dia 2 de Julho de 1823.