No dia 6 de setembro de 1818, D. João VI fundou o Museu Real (atual Museu Nacional da UFRJ) a fim de estimular a pesquisa científica no Brasil. O Museu Real funcionava, então, no Campo de Santana. Ao longo dos primeiros anos, o Museu abrigou materiais de botânica, minerais, animais empalhados em uma grande variedade para a época.
Segundo o diretor do museu, Alexander Kellner, o investimento necessário para a recuperação é de R$ 445 milhões de reais, e desse total já foram captados em torno de 60%. Ele também ressalta que o prazo final para a entrega da obra é 2028, mas várias etapas já estão sendo concluídas ao longo deste período, com uma proposta diferenciada de instituição.
Após o dia de visitação de 2 de setembro de 2018, um domingo, um incêndio de imensas proporções atingiu todos os andares do prédio. Os bombeiros foram acionados às 19h30, porém, mesmo chegando rapidamente à Quinta da Boa Vista, pouco puderam fazer. Os materiais eram altamente inflamáveis: madeira, papel, penas, tecidos.
Em 19 de dezembro de 2018, o Congresso Nacional aprovou R$ 55 milhões do orçamento da União para o Museu e outros 30,4 milhões de reais foram destinados para uso nas obras de recuperação do acervo e infraestrutura. Essa verba foi recebida após a repercussão do incidente, que provocou manifestações denunciando o descaso do governo, e debates acalorados em redes sociais em torno da manutenção da instituição histórica. A verba foi indicada por deputados da bancada do Rio de Janeiro e apresentada como emenda impositiva, aprovada pela Comissão Mista de Orçamento.
Durante o governo de D. João VI, as atividades do museu se concentram na organização de suas instalações e de seu acervo, que cresce de maneira gradativa. O acesso do público às coleções só é liberado em 1821, mas seu caráter consultivo só se consolida no período imperial, depois da independência do Brasil. Nos reinados de D. Pedro I e sobretudo de D. Pedro II, o acervo é ampliado e recebe alguns de seus itens mais populares, como as múmias egípcias, os sarcófagos e outros itens doados pelos imperadores. Nesse período da monarquia, além de funcionar como uma instituição consultiva e de visitação, o museu passa a oferecer cursos públicos, desenvolve publicações (como o periódico Arquivos do Museu Nacional), ganha sua biblioteca e realiza intercâmbio de objetos e informações científicas com outras instituições.
Ainda entre as peças importantes, vale mencionar um dos tronos do imperador D. Pedro II. E esse quadro aí debaixo também tem uma história bem curiosa e engraçada. Há alguns anos, um dos seguranças que trabalhava no Museu nunca havia reparado que a pintura original era bastante danificada na região do rosto de D. Pedro. Um certo dia ele precisou se ausentar por 5 minutos de seu posto, e quando voltou, ele enfim “reparou” que o quadro estava danificado. Mas o coitado achou que alguém havia se aproveitado da sua saída para “vandalizar” o quadro, e ficou simplesmente desesperado com a situação! Quer dizer, pra ele a história não foi muito engraçada, né? Rsrsrs
O Museu Nacional abrigava um vasto acervo com mais de 20 milhões de itens e muita história, que foi perdido no incêndio do dia 2 de setembro de 2018. Um triste epsódio para a história do nosso país.
O Museu Nacional contava com um acervo de mais de 20 milhões de itens em diversas áreas: geologia, paleontologia, botânica, antropologia, arqueologia, linguística etc. Possui uma das maiores bibliotecas especializadas em ciências naturais do Brasil, com mais de 470 000 volumes e 2 400 obras raras.
O Museu Nacional era abrigado pelo antigo Palácio de São Cristóvão. Este, por sua vez, serviu por muitos anos como residência da antiga família real, entre os anos de 1808 até 1821.
O Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro fica localizado no conjunto arquitetônico que se desenvolveu a partir do Forte de Santiago, um ponto estratégico de defesa da cidade no século XVII, que fica em uma ponta de terra que avança sobre as águas da baía de Guanabara (no passado, entre as praias de Piaçaba e de Santa Luzia. Hoje é onde está localizado o Aeroporto Santos Dumont).
Um momento complementar a exposição de longa duração é a visita a mostra “Do Móvel ao Automóvel”, que reúne peças como cadeirinhas, carruagens, berlindas e os primeiros carros a circular no Rio de Janeiro, contando a evolução dos automóveis no decorrer da história.
Também como parte das comemorações, o Ibram realizará em parceria com o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, de 30 de julho a 3 de agosto, o “Seminário 200 Anos de Museu no Brasil: Desafios e Perspectivas”. A ideia é debater o percurso histórico de constituição e consolidação do museu no Brasil em toda sua diversidade e abrangência, analisando as contribuições trazidas para a cultura brasileira e os desafios e perspectivas neste campo.
A forma cronológica como todo o acervo é organizado e exposto é bem didática. Foi uma super aula de história e ainda fiquei com vontade de voltar outras vezes com amigos e familiares, para interagir e discutir sobre acontecimentos. Quem sabe até desenvolver um curta e reviver minha época de produtora de cinema. 😀
O crescimento do museu no período imperial contribui para a associação que se costuma fazer entre ele e a monarquia, mas a construção desse imaginário também é explicada pelo fato de, em 1892, sua sede ter sido transferida para o Paço de São Cristóvão, antiga residência da família real, na Quinta da Boa Vista. Em virtude da transferência, o prédio do palácio sofre diversas reformas, mas as obras artísticas que integram sua estrutura são preservadas. Segundo a historiadora Regina Dantas, as pinturas renascentistas feitas no edifício pelo artista italiano Mario Bragaldi (1809-1873) durante a monarquia – e preservadas até 2018 – mantêm nas salas históricas do palácio um simbolismo mitológico que referencia as tradições da nobreza, o poder do imperador e seu conhecimento. Algumas dessas pinturas revelam o uso da técnica trompe l’oeil e, segundo administradores do museu, são as que mais chamam a atenção dos visitantes, devido à impressão ilusionista de alto-relevo que produzem.