Quais Os Temas Abordados No Filme O Rei Do Show?

Quais os temas abordados no filme O Rei do show

Demorou, mas chegou. O Rei do Show, um dos filmes mais pedidos pelos fãs, finalmente está disponível no Disney+ para os assinantes brasileiros. A biografia musical foi inspirada pela imaginação e inovação de Phineas Taylor Barnum, o homem que “ajudou a inventar o show business”, nas palavras de Hugh Jackman, que dá vida ao inventor do circo. O filme mostra como P. T. Barnum, um showman com tendência natural de enganar seu público, criou um mundo de magia que se tornaria o “Maior Espetáculo da Terra”.

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3) Hugh Jackman declarou que foi mais difícil se preparar pra esse filme do que para Logan. O ator leu cerca de 30 livros sobre P. T. Barnum na preparação para interpretar o papel principal.

E ver esse retrato grandioso desse homem faz com que o filme abra precedentes para estratégias tão questionáveis quanto as da vida daquele homem. A transformação da existência daquele freak show em algo como resistência de oprimidos ou algo do gênero demonstra uma tentativa de surfar nas ondas dos blockbuster com questões de representatividade, algo que nunca parece orgânico ao filme, ou uma verdadeira necessidade daqueles personagens. Pode até haver algo um pouco mais parecido com isso na trama romântica entre o galão sócio de Barnun (Zac Efron) e a trapezista Anne (Zendaya), mas essa força da representação sempre vem da boa vontade desses homem como se fosse mais uma de suas virtudes, proporcionando um grande discurso demagógico.

Sinopse

Sinopse

O Rei do Show é cheio de discursos grandiosos com grandes morais e ensinamentos. Mas tudo isso sempre colocado em palavras, sempre seguindo esse jeito fácil de chegar ao seu público. É perceptível como essas ideias não conseguem ser colocadas no roteiro, apenas em seus diálogos, o que se vê na tela é sempre a figura de um homem vencendo, sempre grandioso, onde o longa salta de suas conquistas para suas conquistas, sem que nada que ele faça tenha peso, menos ainda suas derrocadas sejam pesadas, colocando os problemas com pouquíssimo tempo de tela. Tudo é sempre resolvido com facilidade, sempre surge do nada uma resposta para reconquistar sua família, reconstruir seu circo, ou qualquer coisa assim. O que gera sempre esse sentimento de vitória, de uma exaltação que agrada o espectador, mas não gera nada além de uma animação superficial, destituída de crítica ou de uma verdadeira força dramática. Há apenas a perpetuação de uma figura que fez por merecer, mesmo que claramente não haja razões para este sucesso ser celebrado.

10) O musical Barnum foi apresentado no St. James Theatre na Broadway de 30 de abril de 1980 a 16 de maio de 1982. Dois membros do elenco original da Broadway são atores secundários no filme. Marianne Tatum interpretou Jenny Lind e Leonard Crofoot interpretou Tom Thumb.

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As músicas de O Rei do Show são claramente baseadas em outras, há samples (partes licenciadamente transcritas de outras canções) evidentes de grandes hits do momento, para que o espectador já entre no clima, não tendo que se acostumar com aquelas canções, utilizando claros padrões da música pop. É capaz de serem reconhecidos trechos de Despacito, de músicas da Sia, ou até mesmo títulos do Imagine Dragons, buscando sempre uma fácil assimilação de seu público. Algo que não vem de um trabalho exclusivo do filme, mas sim de características em voga na indústria da música, desconectando-se até mesmo do padrão de musicais modernizantes como Moulin Rouge, por exemplo, sem falar na tradição clássica. A sensação é simplesmente estar diante de uma playlist de pop que a letra realmente pouco importa, pois o hit, com todas as suas fórmulas, já está impregnado na cabeça do público.

6) A certa altura, quando o museu está passando por dificuldades, as meninas de Barnum sugerem que ele consiga algo “sensacional”, como um unicórnio ou uma sereia. Na realidade, P. T. Barnum comprou e exibiu a famosa “Sereia de Fiji”, uma carcaça de macaco costurada ao corpo de um peixe.

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Fato é que a junção de clipes não forma um filme, que as canções, tão parecidas com outras, podem ser esquecidas com os hits da próxima semana, e a demagogia sempre perderá lugar à verdadeira relevância social. O showbusiness provavelmente continuará a vencer e a ser celebrado, todavia, olhando de perto, percebe-se o quanto é vazio e sem significado esse reinado.

9) Hugh Jackman, Michelle Williams e Zendaya interpretaram personagens de filmes adaptados dos quadrinhos da Marvel. Jackman interpretou Wolverine na franquia de filmes X-Men, Williams interpretou Anne em Venom (2018) e Zendaya interpretou Michelle nos filmes do Homem-Aranha.

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O título original de O Rei do Show, The Greatest Showman, seria traduzido como o maior showman, como o maior nome do entretenimento, rei do showbusiness que na época em que o filme se passa ainda nem era consolidado. Mas esse pequeno título revela muito deste meio que estava sendo fundado ali, revelando o sucesso atrelado ao individual, o título hiperbólico e principalmente o anúncio chamativo. Algo que mostra como O Rei do Show é um filme sobre a vitória do Showbusiness.

5) O Museu de Barnum era tão popular que as multidões dentro dele demorariam muito tempo, reduzindo assim os lucros. Para abrir caminho para mais clientes pagantes, ele colocou placas indicando “Este é o caminho para o Egresso”. Sem saber que “Egresso” era outra palavra para “Saída”, as pessoas seguiam as placas pensando que se tratava de alguma coisa fascinante, mas acabavam saindo sem querer.

Nos anos 1800, P.T. Barnum (Hugh Jackman) perde o emprego. Ele então tem a ideia de criar um museu de curiosidades, tendo como artistas pessoas nada comuns. Barnum inaugura o universo do show business, transformando a magia em um grande espetáculo circense.

Com essa evidente dificuldade do roteiro de Jenny Bicks e Bill Condon em colocar suas ideias nas ações de seu roteiro, o filme vira toda sua conquista popular para sua forma. O Rei do Show, comandado pelo estreante Michael Gracey, tenta constituir seu musical através de algo que ficou popularizado pelo trabalho de Baz Luhrmann, ao utilizar a música pop atual para aproximar-se de uma narrativa de outra época. Se lá havia a apropriação de músicas já conhecidas, aqui o espectador tem que acompanhar esses discursos narrados em forma de letra, enquanto as músicas remetem a grandes sucessos pops do momento. O que se vê nesse musical é uma forma de atrelar seu público apenas pelos ritmos, fazer com que o envolvimento se dê a partir de ritmo e melodias já conhecidas, sem que seja necessário o rebuscamento das letras ou de uma clareza narrativa.

Isso não é uma condição apenas passada pela temática do filme, a história de um homem que sonhava em fazer magníficos shows, mas na forma como o longa é realizado, feito sob medida, utilizando cada ponto e característica para ser aceito e abraçado pelo público, armado para fazer parte de uma cultura popular, quando na verdade entrega muito pouco. Hugh Jackman interpreta P. T. Barnun, o filho de um alfaiate, que casa com a filha do patrão, promete ganhar o mundo para ela, e num golpe do destino, vê a imaginação como a sua única saída, abrindo um grande museu de variedades, que logo se torna um circo atraindo os mais diversos artistas e curiosidades, entre elas a mulher barbada, o homem mais gordo do mundo, o anão general, os irmãos trapezistas, que são negros num momento racista e assim por diante.

7) A voz de Rebecca Ferguson foi dublada por Loren Allred. Ferguson estudou música e admitiu que sabe cantar, mas como Jenny Lind, sua personagem, era considerada a melhor cantora do mundo, optaram pela dublagem. No entanto, para entrar no personagem, Ferguson insistiu em cantar a música na frente dos figurantes durante as filmagens.

4) Foram necessários meses de prática, mas Zendaya fez todas as suas próprias acrobacias no trapézio para o filme, sem o uso de dublês. Em uma das cenas com Zac Efron, os atores deveriam segurar um no braço do outro para evitar que batessem de frente, mas as coisas não saíram exatamente como planejado. O incidente foi compartilhado posteriormente, veja a partir dos 3 minutos e 50 segundos:

Essa mesma prática é utilizada na concepção visual do longa, que faz de todo número musical um clipe que poderia estar sendo visto na internet. A montagem rápida, que se torna mais importante que a coreografia (algo essencial na tradição musical), os planos focados em seus atores cantando – algo que justifica a utilização de Efron – e os cenários que são explorados como simples adereços musicais, todos estes são fatores que o público já têm registrado em seu repertório audiovisual cotidiano. Há sempre um comodismo em O Rei do Show, apenas unificando coisas que já são aceitas, mais do que conforto é encontrado uma fórmula fácil. Apenas mais uma de suas práticas questionáveis.

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1) O Rei do Show estreou em 2017, mas foi um projeto dos sonhos de Hugh Jackman desde 2009. De acordo com Hugh Jackman, o processo de desenvolvimento do filme de nove anos, desde a concepção até a conclusão, foi, em parte, devido à falta de vontade dos estúdios de arriscar em um musical original. O que finalmente vendeu o negócio na 20th Century Fox foi a canção indicada ao Oscar This is Me, que havia sido escrita por Benj Pasek e Justin Paul literalmente durante o voo de duas horas para a reunião do estúdio onde o filme recebeu sinal verde.

"O Rei do Show" é um potente e original musical que celebra o nascimento do show business e o sentimento maravilhoso de quando sonhos se realizam. Inspirado pelo ambicioso e imaginativo P. T. Barnum, o filme conta a história do visionário que criou o hipnotizante espetáculo que se tornou uma sensação mundial. "O Rei do Show" é dirigido pelo apaixonado diretor Michael Gracey, que uniu músicas de Benj Pasek e Justin Paul (vencedores do Oscar por "La La Land"), e estrelado por Hugh Jackman no papel principal (indicado ao Oscar). Ainda no elenco: Michelle Williams (indicada ao Oscar), Zendaya, Zac Efron e Rebecca Ferguson.

Não é nenhuma surpresa como o filme aborda essa figura com tanto louvor, pois é o mesmo sentimento que consolidou a carreira daquele protagonista que agora tenta colocar o longa nas grandes bilheterias do ano. No showbusiness vale tudo, vale encenar uma exploração do circo de horrores – algo comum no final do século XIX e começo do século XX – como algo benéfico, como uma benfeitoria ao colocar aquelas pessoas nos holofotes. Uma inverdade tão grande que nem pode passar como inocência, há uma clara tentativa de transformar esses atos eticamente e moralmente questionáveis em algo que não se julga, sendo que uma pequena reflexão durante o filme leva ao pensamento de como aquele retratado era na verdade um oportunista.