Neste fim de semana, estreou no Brasil (dia 5 nos EUA e parte do mundo) a quarta versão do filme Nasce Uma Estrela (A Star is Born), comandada, adaptada e estrelada por Bradley Cooper, ao lado da cantora Lady Gaga. Esta dupla de protagonistas, no entanto, já foi vivida por outros três icônicos casais Janet Gaynor e Fredric March (1937), seguidos por Judy Garland e James Mason (1954) e, por fim, a diva Barbra Streisand e o cantor Kris Kristofferson (1976).
Por outro lado, as preocupações com aparência desde 1937, passando por todos os outros filmes, ainda perdura nesta versão. O nariz sempre é pauta para o rosto das estrelas femininas. O que muda completamente são as motivações do declínio de Jack que já não cabem no século XXI.
Se antes os roteiristas não dedicam sequer uma linha sobre o passado do protagonista, Jack (Bradley Cooper) tem todo o seu background descortinado desta vez, desde o seu nascimento, dificuldades da infância até a superação de uma doença auditiva. É o primeiro filme mais focado na decadência de uma estrela do que o nascimento de uma. Além do maior tempo de tela, Jack possui muito mais complexidade em sua jornada.
Os números musicais tomam conta da tela nesta adaptação, a origem da mocinha protagonista desaparece do enredo e Esther (Judy Garland) se torna muito menos vulnerável que a da primeira versão. A contar que ela já cantava em eventos e tinha um banda, quando Norman Maine (James Mason) cruza seu caminho ao atrapalhar sua apresentação por estar bêbado.
Bill Gerber, um dos produtores do filme, conta que enviou um e-mail para o produtor de Willie Nelson e que rapidamente recebeu a resposta: “Ele me escreveu de volta em cinco minutos com as seguintes palavras: ‘Nosso palco é o seu palco”, contou Bill em entrevista a “Billboard“. Ele conta que, antes de começarem a gravar, Bradley se apresentou para a plateia explicando rapidamente o que iria acontecer. “Você iria dizer que a plateia foi dirigida (mas não foi), eles abraçaram a ideia e foram muito cooperativos e você pode perceber isso vendo o filme”.
A mudança de panorama funciona, no entanto, os outros elementos naufragam, tanto que é a única versão com uma baixíssima nota no Rotten Tomatoes, apenas 35%. Enquanto a original possui 100% de aceitação da crítica e o seu sucessor, 97%.
Na história, Esther é uma aspirante ao showbusiness, que luta à sua maneira para realizar seu desejo. A jovem conhece o famoso e bem sucedido artista Norman Maine, que a ajuda a perseguir sua carreira artística. Ele, no entanto, sofre de dependência alcoólica, a qual está arruinando seu trabalho.
Desde muito cedo Jack enfrentou, assim como o pai, problemas com a bebida, com a cocaína e com as pílulas. Ficamos sabendo, ao longo do filme, que já aos treze anos o cantor havia tentado se suicidar.
Os roteiristas foram bastante fiéis ao original, reproduzindo em vários momentos as mesmas falas do script anterior, como o aviso do casamento para o CEO do estúdio, ou quando Esther tira Norman da prisão, até o último diálogo entre o casal, assim como o seu suplício e decisão de acabar com a própria vida.
Desta vez, os atores trazem mais vida aos personagens e Judy Garland, já queridinha do público por conta de Dorothy em O Mágico de Oz (1939), brilha e engrandece a nova Vicki Lester. Apesar de ter perdido o Oscar para Grace Kelly (Amar é Sofrer), Judy levou o Globo de Ouro de Comédia e Musical. Já a postura de Norman é mais debochada do que raivosa nesta adaptação, além de mais galanteador, no entanto, seu orgulho é mais ferido.
No filme vemos um protagonista masculino relativamente frágil, demonstrando possuir sentimentos como a vaidade, o ciúme e a competição. Jack é influenciado pelo seu meio e muitas vezes recai no hábito do vício por um ambiente pernicioso onde imerge.
Quem já assistiu a “Nasce Uma Estrela” ou está sofrendo de desidratação até agora, ou não consegue parar de ouvir a trilha sonora. Ou, quem sabe, as duas opções juntas. Estrelado por Lady Gaga e Bradley Cooper — que casal, senhoras e senhores — o filme já arrecadou quase US$ 100 milhões de bilheteria apenas nos EUA e vem se encaminhando rapidamente para se transformar num sucesso mundial. Enquanto o álbum de músicas do filme ocupa a primeira posição na lista da “Billboard” — e “Shallow” abocanha o quinto lugar do Hot 100 — decidimos listar algumas curiosidades musicais sobre o longa, que já desponta como concorrente ao Oscar.
Independente desde o início, Esther (Barbra Streisand) é quem pede John em casamento, enquanto ele tenta demovê-la da ideia, mas eles se casam. Outro ponto é que ao anunciar o seu nome na apresentação final de homenagem, a frase usada era: meu nome é Mrs. Norman Maine. Já Barbra apenas acrescenta o último nome do marido ao seu.
A versão de Nasce um Estrela que chega aos cinemas nesta quinta-feira (11) é a quarta da história. A trama é basicamente a mesma desde sua estreia na década de 1930.
Ally sempre havia cantado e escrito as suas próprias canções. Fascinada pelo universo da música, ela nunca tinha tido a oportunidade de viver da sua própria voz e, para se sustentar, trabalhava como garçonete. A jovem vivia com o pai, um motorista.