Morte. Adoniran Barbosa morreu em 23 de novembro de 1982, aos 70 anos de idade. Estava internado no Hospital São Luís tratando um enfisema pulmonar. Foi sepultado no Cemitério da Paz, conforme seu desejo.
Cerca de 100 mil pessoas são esperadas para acompanhar a cantata natalina que terá a entrada gratuita. Aqueles que quiserem colaborar com a campanha Natal Sem Fome pode levar 1kg de alimento não perecível.
O caminho pelo sucesso começa em 1934, quando, com a marcha Dona boa, conquista o primeiro lugar no concurso carnavalesco promovido pela prefeitura municipal de São Paulo. Sete anos depois, é convidado pela Rádio Record, onde trabalhou por mais de 30 anos como ator cômico, discotecário e locutor.
A Anatel percebeu que criminosos fazem contratos com as operadoras pra usar o 0800 em golpes. Para inibir essas fraudes, a agência fez uma série de recomendações às empresas de telefonia, como a suspensão imediata da venda de novos 0800 e o controle da oferta do serviço.
Dois anos depois, em 1982, Adoniran morre, em 23 de novembro. À época, já havia sido gravado por nomes de presença da MPB: Beth Carvalho, Clara Nunes, Djavan e Elis Regina apenas encabeçam a lista. Nas quase quatro décadas seguintes vieram outras gravações, coletâneas e a consagração de Adoniran como patrimônio da cidade de São Paulo.
Foi em 1964 que surgiu Trem das Onze, responsável por tomar de assalto as rádios e trazer para São Paulo o primeiro lugar do carnaval carioca no Prêmio do Quarto Centenário da cidade, na gravação dos Demônios da Garoa. As décadas seguintes tratariam de elevar a composição a hino da capital paulista, ocupando o topo de listas de canções mais representativas da metrópole.
Entender a gênese criativa do maior nome do samba paulista é conhecer o homem. Sétimo filho de imigrantes italianos, Adoniran nasceu em 6 de agosto de 1910 em Valinhos (SP). Foi batizado como João Rubinato. O pseudônimo viria muitos anos depois, unindo o prenome de um amigo com o sobrenome do sambista Luiz Barbosa. João achava que não tinha nome de artista.
Por Paulo Eduardo Alves Camargo-Cruz, doutorando da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, James Berson Lalane, doutorando da Faculdade de Medicina da USP, e Merllin de Souza, doutoranda da Faculdade de Medicina da USP
Essa vocação para atuação se arrisca também no cinema, e Adoniran aparece em filmes, como os da Vera Cruz. Integra O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto, Esquina da Ilusão (1953), de Ruggero Jacobi, e Candinho (1954), de Abílio Pereira de Almeida. Duas décadas mais tarde surgiria também na primeira versão da novela Mulheres de Areia, da TV Tupi.
É só sexagenário que Adoniran grava seu primeiro LP. Reunindo seus sucessos, a obra surge em 1974, com apresentação do crítico literário e professor da então chamada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da USP Antonio Candido, que defende a escrita do sambista. O segundo álbum viria em 1975 e o derradeiro, com a participação de diversos intérpretes comemorando seus 70 anos, chegaria em 1980.
Apesar de a carreira se espraiar entre rádio, cinema e televisão e as incursões como compositor datarem já dos anos 1930, é a produção musical realizada a partir da década de 1950 que imortaliza Adoniran. É de 1955 a gravação dos Demônios da Garoa de Saudosa Maloca, que garante o primeiro sucesso do conjunto. A partir daí, a descrição de cenas populares, com pessoas suburbanas e seus dramas, se juntaria à escrita característica do sambista, com seu português coloquial inspirado no frescor da fala do povo. É quando vêm à luz Joga a Chave, As Mariposas, Samba do Arnesto, Apaga o Fogo Mané, Iracema, No morro da Casa Verde e Tiro ao Álvaro, para citar as mais famosas.
Sua atualidade se nota no lugar de honra que o documentário Adoniran – Meu nome é João Rubinato ocupa no festival É Tudo Verdade de 2018. O filme de Pedro Serrano, que já dirigiu um curta sobre o sambista com o titã Paulo Miklos como protagonista, abre a 23ª edição da mostra de documentários, que se realiza de 12 a 22 de abril, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Nos estúdios de rádio surgem Zé Cunversa, o malandro; Jean Rubinet, o galã francês; Moisés Rabinovic, o judeu; Richard Morris, o professor inglês; Pernafina, o chofer italiano; e o sambista Charutinho. É com este último que Adoniran brilha no programa Histórias das Malocas, que se estende na Record até 1965 e ganha também versão para circo e televisão. Cinco prêmios Roquete Pinto de melhor intérprete cômico do rádio paulista atestam o prestígio do radioator.
Cronista de uma vida simples e difícil das camadas mais pobres da população, Adoniran retrata em suas letras o sofrimento dos menos favorecidos frente à especulação imobiliária e as mudanças as quais ele atribuía ao progresso. Nas letras de suas canções, faz uso da maneira de falar dos moradores de origem italiana de alguns bairros paulistanos, como Barra Funda e Brás.
Para Vilela, suas canções trazem uma mensagem que é tanto pessoal quanto social. “O Adoniran se coloca nas músicas como um cidadão pobre. Ele mora lá em Jaçanã, não em Higienópolis. A casa em que morava foi demolida. O tempo todo o discurso dele está virado para o lado dos pequenos. Ele era um homem simples e manteve a simplicidade mesmo nos momentos de sucesso.”
Falar de Adoniran Barbosa é pensar São Paulo, seu povo e suas transformações. Uma obra que transcende o universo sonoro, o ritmo e a melodia para se afirmar como crônica urbana, registro de uma época e de uma parte da cidade comumente deixada de lado. Junto de cada coro que entoa Saudosa Maloca e Trem das Onze em rodas de samba e karaokês, história e memória fazem algumas das mais potentes aparições dentro da tradição da música brasileira.
João Rubinato nasceu em 1910, na cidade de Valinhos, interior do estado de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, aos 22 anos de idade mudou-se para a cidade de São Paulo, onde começa a trabalhar como vendedor de tecidos. Na capital paulista, começa a participar de programas de calouro no rádio, quando escolhe como nome artístico Adoniran Barbosa - em homenagem ao seu melhor amigo e ao cantor Luiz Barbosa, seu ídolo.
Ouça no link acima entrevista com o cineasta Pedro Serrano, autor do documentário Adoniran – Meu nome é João Rubinato, sobre a vida e a obra do compositor paulista, que foi ao ar no dia 10 de abril de 2018 no programa Via Sampa, da Rádio USP, com apresentação de Miriam Ramos e produção de Heloisa Granito.
A assinatura musical de Adoniran chegaria ao teatro em 1959, com Nóis Dois Não Usa Breque Tai, samba-tema de Eles Não Usam Black-Tie, a obra-prima política de Gianfrancesco Guarnieri. O arrasa-quarteirão, contudo, ainda estaria por vir.