Marca de linguagem é um elemento que permite sua identificação. ... Caso eu diga: "A senhora compreendeu a explicação?" O pronome de tratamento é uma marca de linguagem formal. Mas se eu disser "E aí, suave?", todas as palavras que usei são marcas de linguagem popular falada.
Discurso direto é a citação literal de algo que alguém disse. No texto escrito, são utilizadas marcas gráficas como aspas ou travessão.
O produto da enunciação é chamado enunciado. ... Isso garante que uma oração como “Você veio de carro hoje?”, por exemplo, uma vez materializada em um enunciado, possa ser compreendida de diferentes formas.
Benveniste formula uma teoria da enunciação, que a concebe como uma instância de mediação entre a língua e a fala. Greimas, na Semântica estrutural, diz que seria necessário, para efetuar uma boa descrição semântica, normalizar o texto, isto é, eliminar dele as categorias da enunciação./span>
No sentido amplo, a lingüística da enunciação abrange as correntes de estudo da língua que adotam a concepção de linguagem como processo de interação.
Dessa forma, a linguagem será o lugar onde o indivíduo se constitui como falante e como sujeito. Essa noção está desenvolvida na teoria da enunciação postulada por Benveniste, a qual direciona os estudos sobre a linguagem para uma nova situação.
Em suma, a Análise de Discurso visa a compreensão de como um objeto simbólico produz sentidos, como ele está investido de significância para e por sujeitos. Essa compreensão, por sua vez, implica em explicitar como o texto organiza os gestos de interpretação que relacionam sujeito e sentido./span>
O discurso dá sustentação aos enunciados e ao mesmo tempo é reforçado pelos enunciados que o realizam, mas nunca poderá se restringir a um enunciado específico nem poderá existir sem esses enunciados.
Por tratar-se de uma materialidade linguística e histórica, o discurso é o observatório das relações entre língua e ideologia. O discurso é material simbólico, é janela para o estudo do funcionamento dos mecanismos de produção de sentidos, é confronto do simbólico com a ideologia.
efeito de sentidos entre interlocutores”, é o lugar de contato entre a língua e a ideologia, sendo que a materialidade da ideologia é o discurso e a materialidade do discurso é a língua.
Segundo Pêcheux ([1975] 1997) não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia: o indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia e é assim que a língua faz sentido. ... Assim, pode-se afirmar que nenhum discurso é neutro e, também, que nele o sujeito apropria-se de outros discursos.
O sujeito, pela interpelação, se identifica com a formação discursiva na qual está inserido e, tendo a ideologia apagado seu funcionamento, agindo como se não estivesse, o sujeito tem sua realidade criada por ela, mas funciona a partir da ilusão de ser a origem daquilo que diz e daquilo que é.
Na perspectiva bakhtiniana, o estudo da língua não prioriza nenhuma instância e a análise deve se efetuar tendo em vista os níveis linguístico-enunciativo- discursivos, os quais comportam de forma indissociável o enunciado concreto.