Qual A Teoria Da Psicologia Cientfica?

Qual a teoria da psicologia cientfica

A palavra psicologia deriva do grego psico- (“alma”, “actividade mental”) e -logia (“estudo”). Trata-se da ciência que estuda os processos mentais através de três dimensões: cognitiva, afectiva e comportamental.

Sobre

As correções que merecem ser feitas nas interpretações tradicionais acerca do pensamento de Wundt e de seu lugar na história da psicologia são muitas. Em um trabalho anterior (Araujo, 2007a), discutimos brevemente os três aspectos que nos parecem mais urgentes: sua biografia, seu projeto de uma Völkerpsychologie e seu sistema filosófico. Neste trabalho, contudo, vamos nos ater apenas ao último, especialmente no que diz respeito à íntima relação entre a filosofia e a psicologia wundtiana.

Já vimos que Davidson (1980) nega a possibilidade da existência de leis psicológicas ou psicofísicas estritas. Gadenne (2006) é outro filósofo da psicologia que recentemente voltou a negar a viabilidade de explicações psicológicas nomológico-dedutivas, propondo que leis psicológicas só são possíveis na forma ceterus paribus. Apesar disso, ele próprio reconhece que leis com este formato são infalsificáveis, o que, em minha avaliação, as exclui da ciência.

Há, porém, um segundo aspecto a ser considerado nessa questão do método observacional. A crítica de Wundt à introspecção não significa que a observação pura esteja definitivamente descartada da psicologia. Segundo ele, existem fatos psíquicos que, embora não sejam objetos reais do mundo externo, possuem o caráter de objetos psíquicos, na medida em que sua natureza é relativamente estável e independente do observador. Além disso, eles têm uma outra característica em comum, que os torna adequados à observação: a inacessibilidade pelo método experimental. Mas que objetos psíquicos são esses? São aquilo que Wundt chama de produtos mentais surgidos ao longo da história, como a linguagem, a religião, os mitos e os costumes, que dependem de certas condições psíquicas gerais, que podemos inferir com base em suas características objetivas. É aqui que se manifestam os processos mentais superiores, também inacessíveis à experimentação.

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Para entendermos sua proposta metodológica para as investigações psicológicas, é preciso partir daquela distinção que Wundt estabeleceu entre ciência natural e psicologia. Como afirmamos anteriormente, essa diferença não está na natureza do que é estudado, mas sim no ponto de vista a partir do qual ele é considerado. Por isso, os métodos de investigação em psicologia também não podem diferir daqueles empregados nas ciências naturais, a saber, o experimento e a observação. O primeiro consiste na interferência proposital (manipulação) do pesquisador sobre o início, a duração e o modo de apresentação dos fenômenos investigados (como na física, na química e na fisiologia). A observação, propriamente dita, refere-se à mera apreensão de fenômenos ou objetos, sem que haja qualquer interferência por parte do observador (como na botânica, na anatomia e na astronomia).

Este artigo é meramente informativo, em Psicologia-Online não temos a capacidade de fazer um diagnóstico ou indicar um tratamento. Recomendamos que você consulte um psicólogo para que ele te aconselhe sobre o seu caso em particular.

O que parece ter fugido à atenção de boa parte dos intérpretes atuais de Wundt, antes de mais nada, é o fato de não ter sido a psicologia, mas sim a filosofia que ocupou o lugar central no seu projeto intelectual. Wundt foi acima de tudo um filósofo, cujo objetivo último era elaborar um sistema metafísico universal - uma visão de mundo - baseado nos resultados empíricos de todas as ciências particulares. Nesse sentido, sua psicologia é parte integrante desse projeto maior e só pode ser adequadamente compreendida dentro dele. Quem não compreender isto, tratando-a isoladamente, jamais compreenderá o verdadeiro significado de seu trabalho psicológico. Nesse sentido, é preciso resgatar a íntima relação que existe entre psicologia e filosofia na obra de Wundt.

Como surgiu a psicologia científica

Embora seja geralmente louvado nos manuais de história da psicologia como fundador da psicologia científica, grande parte da obra de Wilhelm Wundt permanece desconhecida por parte dos psicólogos contemporâneos, sobretudo no que diz respeito à relação entre filosofia e seu pensamento psicológico. O presente artigo pretende apresentar uma visão geral dos pressupostos filosóficos envolvidos na fundamentação do projeto wundtiano de uma psicologia científica. Após uma breve contextualização geral de sua obra e a exposição de alguns problemas de interpretação na literatura contemporânea, são enfatizadas as concepções de objeto e método da psicologia. Além disso, são apresentados dois princípios fundamentais de seu projeto psicológico, a saber, o princípio do paralelismo psicofísico e o princípio da síntese criadora. Ao final, alguns mal-entendidos são desfeitos, sugerindo a atualidade do pensamento de Wundt para os debates contemporâneos na psicologia.

Essas são, em suma, as principais questões ontológicas e metodológicas que se colocam como obstáculos ao pleno estabelecimento de uma psicologia científica nos moldes da ciência moderna. Estamos diante de um problema de grande complexidade, de fato, o mais complexo problema de epistemologia regional. Para estabelecermos solidamente os fundamentos da psicologia como ciência moderna, temos que encontrar soluções para as dificuldades ontológicas e metodológicas que seu objeto de estudo apresenta, ou ao menos, formas de contorná-las.

Nagel, T. (1980). What is it Like to be a Bat? In Block (Org.), Readings in the Philosophy of Psychology, vol. 1. London: Routledge & Kegan Paul.         [ Links ]

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9) Das limitações éticas da pesquisa psicológica - É bastante difícil superar as limitações impostas pelos imperativos éticos à utilização de seres humanos como objetos de pesquisa. Só através de formas de medição e controle adequadas é que podemos estar certos de que as relações que formulamos como existentes entre duas variáveis são válidas, portanto, a possibilidade de um controle rigoroso dos experimentos, e os instrumentos para esse, são fundamentais para a atividade científica. Mas não se pode impor estes ao ser humano, muitas vezes. Nosso sistema de valores, evidentemente, limita muito a manipulação e o controle das variáveis que envolvem seu objeto. Assim, para estudar o efeito de certos eventos (de forma geral prejudiciais) sobre o ser humano, é preciso que os esperemos ocorrer ao acaso ou que reunamos evidências de casos isolados que nos ofereçam algo do que pretendemos estudar. Isto obviamente é um entrave muito forte ao avanço da psicologia (assim como da medicina).

12) Do número de variáveis envolvidas no fenômeno psicológico - Como enfrentar o problema da complexidade do objeto da psicologia, da imensa quantidade de variáveis que interferem na determinação ou condicionamento do fenômeno psicológico? De qualquer ângulo que se encare, este objeto é o mais complexo da ciência. Mesmo que analisemos a questão de um ponto de vista materialista e reducionista, chegamos à conclusão de que é preciso saber muito de química para entender a ação dos neurotransmissores, cuja compreensão, por sua vez, é necessária para o entendimento do funcionamento neural, o que, por sua vez, é necessário para a explicação do altamente complexo funcionamento cerebral, que, por último, seria a causa do comportamento humano. Ainda, se consideramos o ser humano do ponto de vista de suas relações sociais, estamos diante um organismo que receberia a influência de inumeráveis variáveis culturais, cuja influência sobre sua "organização cerebral" seria altamente complexa.

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Toda ciência tem sua origem e sua história e é importante conhecê-la para compreender melhor seu estudo. No caso do nascimento da psicologia, seus primeiros passos remontam à era clássica, onde algumas correntes filosóficas já diziam que o ser humano tinha uma capacidade de sentir, expressar e comunicar que podia ser diferenciada de nossas funções fisiológicas.

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Isso nos leva ao problema da quantidade de variáveis que estão supostamente envolvidas na determinação (ou somente condicionamento) do comportamento. Se podemos em tese considerar a possibilidade de obter uma explicação condicional preditiva cientificamente válida até para um ser humano dotado de relativa autonomia, na prática isto se torna muito difícil. Mais ainda defendendo-se o tipo de explicação psicológica que o positivismo lógico defendeu até aqui: a nomológico-dedutiva. Não podemos estabelecer, no mar de variáveis que interferem na suposta determinação do comportamento, quais o determinaram efetivamente e em que medida. Sem solução adequada a esta questão, a psicologia moderna continuará sendo considerada por muitos uma ficção probabilística, sem muito contato com explicações concretas no mundo real.

Este pensador definiu a psicologia como "a ciência que estuda a alma". Não é de se estranhar que tenha sido definida assim, pois grande mentes, como Descartes, separaram o corpo da parte pensante do ser humano, delimitando assim dois espaços interdependentes conhecidos como "o corpo" e "a alma".

O que melhor corresponde ao conceito da Psicologia enquanto ciência?

A seguir assinale a assertiva que melhor corresponde ao conceito da psicologia enquanto ciência: ... D O objeto de estudo da psicologia científica, percebe o homem como um ser autônomo, que se desenvolve por si mesmo, independente de sua relação com o mundo social, sua cultura e subjetividade.

Como e quando surge a psicologia científica?

Porém, tudo isso mudou no ano de 1879, quando Wilhelm Wundt fundou seu Laboratório de Psicologia Experimental na Universidade de Leipzig. A partir dos trabalhos e estudos realizados por Wundt e seus colaboradores nesse laboratório, a Psicologia passou a ser considerada uma ciência de fato.

Onde nasceu a psicologia científica?

A psicologia científica nasceu nas Universidades alemãs no século XIX e, desde então, difundiu-se para todo o mundo desenvolvido. Este nascimento na Alemanha não foi acidental.

Quando surgiu a psicologia hospitalar no Brasil?

Na tentativa de facilitar a formação profissional, surge, em 1977, o primeiro curso de Psicologia Hospitalar realizado no país, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, produzido e ministrado por Bellkiss Romano.