Esse texto aborda o chamado problema do livre-arbítrio. A questão metafísica discutida aqui é se os seres humanos possuem liberdade de escolha ao se essa escolha é determinada por forças que não dependem das decisões humanas.
A ideia de Clifford é que não temos boas provas de que as leis da natureza que verificamos no nosso planeta tenham também vigência noutras galáxias. E por isso não temos o direito de aceitar essa tese que funcionaria, então, como um pressuposto, para formar crenças específicas, que são, por sua vez, suscetíveis de prova científica. O que acabámos de ver é que não precisamos desse pressuposto, em qualquer sentido robusto, porque não temos outra coisa a fazer exceto continuar a tentar descobrir as causas das coisas. Seria bom que Clifford titubeasse menos nesta passagem, mas ele deu-se certamente conta de que não temos qualquer prova científica de que «a natureza é absoluta e universalmente uniforme», o que foi um bom passo em frente; só lhe faltou ver que não precisamos de modo algum dessa exótica ideia para avançar decisivamente na modesta ciência. Na verdade, ele deveria até ter acrescentado que o que sabemos cientificamente é o exato oposto: que a natureza não é «absoluta e universalmente uniforme», pois nem todas as zebras têm listas brancas e pretas, nem todos os corvos são pretos e nem todos os planetas têm oxigénio. O que acontece é que descobrimos cientificamente algumas regularidades, e isso é um guia precioso para a compreensão do Universo — em grande parte, porque elimina falsas regularidades que, à luz do senso comum, parecem óbvias, universais e absolutas.
Nos próximos textos, você vai encontrar o relato de algumas pesquisas sobre casos de gêmeos idênticos que compartilham muitas semelhanças de comportamento, que mostra em que sentido nossas escolhas podem ser determinadas por causas que não nossa vontade.
Embora o debate sobre o livre-arbítrio ainda esteja em curso, a discussão em torno desse conceito nos convida a refletir sobre a importância da liberdade de escolha, da responsabilidade individual e da autonomia moral em nossas vidas.
Eles afirmam que as escolhas são determinadas por processos cerebrais e não pela vontade consciente. No entanto, a maioria dos neurocientistas discordam dessa visão e argumentam que a consciência desempenha um papel crucial na tomada de decisões e no livre arbítrio.
Entretanto, muitas pessoas que acreditam no determinismo também não negam a existência do livre-arbítrio. Essas pessoas, por outro lado, fazem parte do movimento chamado de “compatibilismo”, que explica que mesmo grande parte das ações humanas são premeditadas, a liberdade também possui uma influência na tomada de decisões.
Assim, o Problema 1 não parece ter grande impacto prático, e nisto contrasta inequivocamente com o Problema 2: quais são as componentes mais relevantes do livre-arbítrio, e que contributo dão para uma vida humana bem vivida? Este problema tem desde logo impacto prático, e não apenas teórico. É até defensável que o seu estudo é uma componente imprescindível de qualquer projeto educativo que vise a formação de seres humanos capazes de viver uma vida bem vivida. Este problema tem conexões importantes e esclarecedoras com o estudo científico das condições em que as pessoas conseguem tomar melhores decisões, deliberar melhor e fortalecer o seu autocontrolo. A filosofia parece ter aqui um papel muitíssimo relevante, porque este problema depende crucialmente do género de esclarecimento conceptual próprio desta área de estudos.
O verdadeiro mistério é o próprio conceito de uma decisão genuína. Não se trata de dizer que quando uma decisão é genuína não temos em linha de conta o estado do mundo, ou seja, o conjunto imenso de estados e causas relevantes naquela situação. Pelo contrário, é precisamente isso que fazemos. Só que ter todos esses fatores em linha de conta e, com base neles, tomar a decisão de comer uma maçã, é muito diferente de não haver qualquer decisão por ser, afinal, um mero efeito de causas anteriores. E o mesmo acontece com respeito à ordem das razões. Ter livre-arbítrio é ser capaz de tomar uma decisão contrária ao que as melhores razões reconhecidamente aconselham. Uma “decisão” que emerge automaticamente da ordem das razões é tão pouco livre quanto a “decisão” de digerir uma maçã, que simplesmente não existe. Mesmo depois de uma pessoa ver que tem as melhores razões para sair de casa naquele momento, a decisão de não sair está ainda disponível; para sair de casa, ela precisa de tomar a decisão genuína de sair.
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O determinismo é a ideia de que todas as nossas ações são determinadas por forças maiores, como a genética ou o ambiente. De acordo com essa visão, nossas escolhas são apenas uma ilusão e não têm real influência em nossas vidas. Porém é consenso que temos racionalidade e logica mental o que faz o ser humano único e a ciência e filosofia afirmam veementemente esta teoria da livre escolha.
Saiu um artigo falando que a ideia que o livre arbítrio é ilusão e a maioria dos neurocientistas refutaram facilmente este conceito pois os ditos cientistas usaram 12 pessoas que já sabiam que iriam passar pelo experimento e afirmaram que levantaram a mao antes de pensarem, ou seja já estava gravado na mente delas que elas teriam que levantar as mãos quando forem ordenada para isso,ou seja, já estava no automático essa afirmação do livre arbítrio como ilusão foi assinado por 3 pesquisadores amigos isolados dos neurocientistas do mundo, o que cientificamente parece mais com um teste do pseudociencias em psicanálise freudiana quando aplicou a tese em seu proprio consultório.
O livre-arbítrio é um conceito filosófico que tem sido debatido há séculos. Ele se refere à capacidade de um indivíduo tomar decisões e agir de acordo com sua própria vontade, sem ser determinado por fatores externos ou por uma força superior. É a ideia de que somos livres para escolher nossas ações e que somos responsáveis por elas.
O livre-arbítrio é um conceito filosófico que se refere à capacidade do ser humano de tomar decisões e agir de forma independente, sem ser determinado por fatores externos ou por uma força superior. É a ideia de que cada indivíduo tem o poder de escolher e ser responsável por suas ações, sendo livre para decidir o que fazer e como se comportar.
Antes de explicar este problema de compatibilidade, e como este problema se distingue dos outros, importa clarificar a própria noção aqui em questão. Para isso, considere-se alguém que decide ir à cozinha comer uma maçã. Esta decisão parece livre. Não parece um mero efeito de causas anteriores, como o movimento da Lua à volta da Terra. Parece livre precisamente porque tomar uma decisão parece algo a que a própria pessoa dá início; não parece um mero efeito, ou automatismo. Contraste-se com o que acontece quando ela come a maçã. A decisão de comê-la terá sido, por hipótese, livre; mas depois de a mastigar e engolir, acaba-se-lhe a liberdade. Daí em diante, ocorrem várias sequências de causas e efeitos, para as quais a pessoa não é tida nem achada. Ela não precisa de tomar qualquer decisão, nem consegue fazer tal coisa. Se tiver o azar de a maçã estar envenenada, ela quererá fazer parar a digestão, mas não consegue fazê-lo. Não tem livre-arbítrio algum quanto a isso.
Note-se que o que parece óbvio é que se uma suposta decisão é um mero efeito de causas anteriores, não é afinal uma decisão genuína. Quão remotas são essas causas não é relevante. Em particular, é irrelevante que as causas remotas da suposta decisão de comer uma maçã sejam anteriores à formação do sistema solar. Mesmo que as únicas causas dessa suposta decisão tivessem emergido por magia apenas alguns segundos antes, pareceria mesmo assim que não era uma decisão genuína. Claro que é mais dramático e impressionante dizer que se as nossas supostas decisões são meros efeitos de cadeias causais anteriores ao nosso próprio nascimento, então não são decisões genuínas. Porém, isto faz despistar o estudo deste espinhoso tema, porque quão remotas são as causas é simplesmente irrelevante. Desde que uma suposta decisão seja apenas o fruto de uma causa, não parece uma decisão genuína. Não há qualquer boa prova de que as coisas são realmente assim, mas é assim que parece que são e este é um dos elementos sem os quais não há qualquer problema de compatibilidade entre a ideia de que temos livre-arbítrio, e a ideia de que todos os acontecimentos são efeitos de causas anteriores.
Por outro lado, há uma perspectiva bastante radical sobre o assunto: o determinismo. Segundo determinismo, nenhuma ação humana é livre, nenhuma ação humana é o resultado de escolhas que fazemos. Pelo contrário, todas as ações são determinadas por causas anteriores e, dada uma circunstância qualquer, faremos exatamente aquilo que uma dada sequência causal determinar.
Em resumo, o livre-arbítrio é a capacidade de escolher e agir de acordo com nossa própria vontade, sem ser determinado por fatores externos ou por uma força superior. Embora seja um conceito complexo e controverso, ele continua sendo um tema relevante e importante para a filosofia, a ética e a religião.
O Problema 1 dificilmente permite uma abordagem filosófica profícua. A filosofia é uma área de estudos conceptuais, e não empíricos. Não é como a história ou a biologia, mas antes como a matemática ou a lógica: faz-se exclusivamente pela reflexão. Ora, é muitíssimo duvidoso que por essa via exclusivamente conceptual se consiga descobrir um fenómeno físico, como a existência ou não de oxigénio na atmosfera de Marte… ou a existência ou não de livre-arbítrio. Quer tenhamos livre-arbítrio, quer não, esse é um fenómeno biológico, que talvez venha a ser descoberto pelas ciências. A filosofia terá aqui um papel coadjuvante, esclarecendo os conceitos relevantes e apontando caminhos, mas a investigação que dará resposta ao Problema 1 é duvidoso que seja principalmente filosófica; é mais razoável pensar que será, sobretudo, científica.
O livre-arbítrio é, em geral, a capacidade do ser humano de tomar suas próprias decisões, criando um senso de independência. O conceito de determinada liberdade vem sendo debatido desde as primeiras bases filosóficas na Grécia antiga, e, portanto, possui inúmeras descrições através da história.
Resposta: acreditava que tudo é governado por uma necessidade de lógica absoluta. A ordem da natureza é geométrica. Nada há que ocorra por acaso no mundo físico; tudo o que acontece é uma manifestação da natureza imutável de Deus.
Tudo que a mente sabe, ela sabe através de um corpo que é afetado, que existe em ato. Ou seja, o que é percebido na mente humana é exclusivamente o que acontece com o corpo. A mente é ideia do corpo, o pensamento só acontece se estiver por força dos corpos que nos afetam.
Deus para Spinoza é o único motivo da existência de todas as coisas. Deus é a substância única e nenhuma outra realidade existe fora de Deus. ... Um dos propósitos de sua filosofia é esclarecer a identidade existente entre nossa mente e o conjunto de todas as coisas da natureza.
a passagem de servidão passional á liberdade é dada quando alguém te deixa livre para escolher oque quer, desde que oque você quer seja a vontade dele também, isso é, você esta livre mas seus pensamentos são manipulados por quem te deu a carta e euforia e você mesmo sendo livre para escolher oque quiser acaba ...
Benedictus de Spinoza (1632-1677), num primeiro momento definirá a servidão humana no prefácio da EIV como impotência humana de regular e coagir a força dos afetos de modo que o homem não se encontra sob a jurisdição de si mesmo, mas ao poder da Fortuna.
Para Plotino o Uno, que a tradição cristã identifica como Deus, transcende o ser, a substância e a morte, vai além de todas as coisas, é infinito e imaterial. Mas é o Deus-Uno que gera e conserva todas as coisas ilimitadamente. ... E ele é dessa forma porque essa é a superior e melhor forma de ser.
Segundo ele, o mundo é a emanação de Deus e não algo que Ele tenha criado. Assim, o próprio mundo é Deus, bem como todo o universo e toda a existência. Na tradição, dizer que Deus é transcendente significa que ele é independente do universo material, ou seja, ele está acima de tudo, inclusive das criações próprias.
Espinoza propõe uma teoria onde o corpo não é separado da alma, e sim que esses dois coabitam o mesmo ser. Ele acredita que o pensamento e a extensão, nada mais são que atributos da natureza, que podem ser considerados, deus. Ele percebe o homem, como sendo dois atributos de deus: o pensamento e a extensão.
Segundo a Teoria Criacionista, significa dizer que fomos criados por uma divindade, fomos criados por Deus, somos a expressão dessa divindade (Deus, O Criador). Ou seja, somos a expressão de seu "desejo de criar alguém para amar e ser amado".
O ser humano é o indivíduo pertencente à espécie viva que se distingue das outras por possuir inteligência, que pode usar para elaborar conceitos e realizar outras atividades intelectuais. ... A espécie a que pertencem os seres humanos, a espécie humana, tem o nome científico Homo Sapiens.
É, nesse sentido, que a sua obra Ética (1677) aparece como uma proposta de libertação do sujeito e das suas afeções negativas, as paixões, sempre através da razão, assente no pressuposto fundamental de que quanto maior for o conhecimento que o sujeito detiver dos mecanismos afetivos aos quais está sujeito, maior será a ...
b) Por que a vida ética não suprime os afetos e os desejos? ... A virtude não é cumprir deveres e obrigações, mas ter força interior para passar da passividade à atividade, ou seja, de afetos passivos (as paixões) a afetos ativos (as ações éticas).
O Método Cartesiano, criado por René Descartes no século XVII, consiste no Ceticismo Metodológico, ou seja, questiona-se cada ideia de que se pode suspeitar ou duvidar. De certa forma, pode-se afirmar que Descartes institui a dúvida quando afirmou que 'só se pode dizer que algo existe se puder ser provado'.
Macroética (do prefixo grego "makros-" que significa "grande" e "ethos" que significa caráter) é um termo cunhado no final do século 20 para distinguir a ética em grande escala da ética individual, ou microética . ... É o acúmulo de momentos microéticos infinitesimais que compõe as amplas paisagens éticas em que vivemos.
A ética ambiental é, claramente, de grande importância para os dias atuais. O aumento da conscientização em relação ao meio ambiente deixa cada vez mais claro os impactos causados pela ação humana na natureza e evidencia o quanto os resultados podem ser desastrosos na ausência de um senso ético adequado.
A Ética Ambiental emerge como uma ética, acima de tudo política e social de primeira ordem. ... Seus princípios básicos são: Sustentabilidade, Justiça Social e Preservação/Conservação.
Ética ambiental é o estudo comportamental do ser humano em relação a natureza, decorrente da conscientização ambiental e consequente compromisso personalíssimo preservacionista, tendo como objetivo a conservação da vida global.
A palavra da ética ambiental, procura ser utilizada como um método de nortear os indivíduos quanto sua forma de agir em seu meio social, que trás reflexo direto na natureza. Além disso, a ética ambiental considera que a conservação da vida humana está intrinsecamente ligada à conservação da vida de todos os seres.