Embora os egípcios, nos milênios que antecederam o Período Helênico e o Império Romano, tenham sido a civilização mais próspera e radiante do continente africano, o povo egípcio não estava só. Dezenas de outras civilizações, dentre elas o Reino de Kush, habitaram a África séculos antes das primeiras grandes cidades-estado gregas expandirem sua influência em todo o mundo antigo.
Para irrigar suas plantações com as águas do Nilo, cuxitas usavam o shaduf, um mecanismo composto por um cesto e uma espécie de alavanca. Com avanços na área de carpintaria e metalurgia, esses mecanismos rudimentares foram substituídos por equipamentos movidos a tração animal.
Entre 1580 a.C. e 1530 a.C., aproximadamente, os egípcios conquistaram o Reino de Kush, expandindo seus domínios em direção sul. Durante o domínio egípcio, o governo na região da Núbia era exercido por um vice-rei de origem cuxita, nomeado diretamente pelo faraó. Como ocorria com outras conquistas, os cuxitas deviam impostos aos conquistadores egípcios. O domínio dos faraós sobre o reino de Kush perdurou até por volta do ano 1000 a.C.
No século VII a.C., os assírios invadiram o Egito e expulsaram os kushitas de Napata. O Reino mudou sua capital para Meroé, no atual Sudão do Norte, e continuou a prosperar como um centro comercial. Os kushitas se adaptaram à nova situação e desenvolveram sua própria cultura, que misturava elementos egípcios, africanos e gregos.
A camada dirigente era formada pelo rei e seus familiares, além de nobres e sacerdotes. Também havia uma aristocracia provicincial. Abaixo dela, havia comerciantes, artesãos, soldados e funcionários do reino. Por fim, os criadores de animais e agricultores, todos livres, formavam a maioria da população cuxita.
No Reino de Kush, o rei não governava sozinho – o que mostrava novamente uma maturidade administrativa em relação a outros povos da época. Altos funcionários e conselheiros, o escriba-mor e outros escribas, chefes do tesouro, chefes de arquivo, líderes militares, sumo-sacerdotes entre outros, auxiliavam-no na administração do reino. O rei possuía uma guarda pessoal exclusiva e serviçais que apenas lidavam com suas necessidades.
Inicialmente, os núbios viviam como nômades, organizando-se em pequenas tribos e vivendo da caça, pesca e coleta. Assim como os egípcios, eles desenvolveram ao longo do tempo técnicas para represar e canalizar as águas do Rio Nilo, o que lhes permitia criar povoados e desenvolver a agricultura.
Após a derrota para os assírios, os egípcios buscaram apagar grande parte dos vestígios deixados pelos faraós cuxitas que ali governaram. Muitos monumentos e estátuas de faraós cuxitas foram encontrados destruídos, com cabeças e pés esmagados.
A região servia como um corredor de comércio entre o Egito e a África tropical desde pelo menos 3100 a.C. Através da Núbia chegavam ao Egito marfim, madeira de ébano, ouro, cobre, animais exóticos, peles de leopardo, ovos e plumas de avestruz provenientes da África tropical.
Kush seguiria até os primeiros séculos da Era Cristã. A perda de prestígio e as constantes ameaças vindas do norte, de governadores romanos no Egito, ou do sul, de reinos como Axum, tornaram Kush um reino sem grande expressão nesse período. Entre 320-350 d.C., o reino africano de Axum, situado ao norte da atual Etiópia, finalmente conquistou o Reino de Kush.
Para manter a integridade do reino, sacerdotes egípcios decidiram pedir auxílio aos cuxitas, na altura governados por Piiê. Kush avançou em apoio ao Egito, expulsando os invasores mesopotâmicos e tomando novamente o controle do reino. Os descendentes de Piiê formariam a 25ª Dinastia do Egito, conhecida como a Dinastia dos “Faraós Negros”.
“Sua rainha, seu harém, seu herdeiro e o resto de seus filhos e filhas, seus bens, seus cavalos, seu gado e suas ovelhas em números incontáveis eu levei para a Assíria. Arranquei do Egito a raiz de Kush.” (Estela de Esarhaddon, c.670-660 a.C.)
Resposta:A) Os kushitas eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses, com forte influência egípcia, muitos deuses eram do Egito, como Amon, Ozíris, Hórus,Ísis.
Por isso, quando Esarhaddon (681-669 a.C.), rei assírio, tomou a cidade de Mênfis, comemorou a vitória registrando o fato em uma grande estela de pedra. Nela gravou a sentença:
Chama-se Núbia à região desértica atravessada pelo rio Nilo, ao norte do atual Sudão, a centenas de quilômetros ao sul do Vale dos Reis, no Egito. Na Núbia vivia uma população negra, de língua e origem étnica diferente dos egípcios.
[…] centenas de anos, a história do reino núbio de Kush entrelaçou-se com a do Egito Antigo (veja o vídeo desse período aqui). A partir do século VII a.C., enquanto o Egito declinava sob sucessivos domínios estrangeiros, […]
O Reino de Kush foi fundado no século VIII a.C. por um povo conhecido como núbios, que viviam ao longo do rio Nilo. A capital do reino era Napata, localizada no atual Sudão. O reino prosperou graças ao comércio de ouro, marfim e outros bens valiosos que eram transportados ao longo do Nilo.
Os povos da região da Núbia se desenvolveram entre as atuais cidades de Assuã, no Egito, e Cartum, no Sudão. Assim como o Egito Antigo, a região da Núbia acompanhava o curso do rio Nilo e as zonas de oásis. O território era rico em recursos naturais, como ouro, cobre, ferro e pedras semipreciosas.
Já os cuxitas, que chegaram a dominar o Egito em uma ocasião - tendo formado a 25ª dinastia dos faraós -, viam os vizinhos egípcios como uma fonte de inspiração cultural - tendo deles adquirido o hábito de construir monumentos funerários, pro exemplo - e como parceiro comercial, tendo ambas as civilizações se ...
Na Monarquia electiva quando o monarca morre é feita uma votação para decidir o novo rei mas nesta votação só participam os a nobreza e alguns dos memebros mais importantes do clero.
A princípio uma colônia egípcia, Kush mais tarde veio a dominar o Egito e boa parte do vale do rio Nilo. Sua civilização reunia a cultura egípcia e a de outros povos africanos. Meroe foi a capital do antigo reino de Kush. Ruínas de pirâmides, templos e outras construções ainda podem ser vistas onde hoje fica o Sudão.
Além da agricultura, o rio Nilo foi uma das mais importantes fontes de água para os egípcios e ainda, permitiu a intensificação do transporte (de pessoas e de mercadorias) e do comércio na região.
A sociedade cuxita, organizada no Reino de Cuxe (ou Kush) era dividida em classes comuns a outras civilizações antigas: o rei e os nobres; funcionários públicos e militares de alto escalão; soldados comerciantes, artesãos e sacerdotes; e na posição mais baixa estavam os camponeses.
Os deuses egípcios eram representados sempre misturando a figura humana com partes de animais, tal como o deus Anúbis, senhor da morte, que possuía corpo humano e a cabeça de um chacal.