Atualmente, Troia é um sítio arqueológico na costa turca do Mar Egeu, no Monte Hisarlik. Na Antiguidade, o local abrigou cidades na estratégica entrada do Estreito de Dardanelos, que dava acesso ao Mar Negro, chamado pelos gregos de Ponto Euxino.
Esta porta monumental dava acesso à cidadela de Micenas, a capital de Agamémnon. Para lá da porta, aparece o círculo A de túmulos escavado por Schliemann, onde o arqueólogo encontrou a máscara atribuída ao rei Agamémnon.
Schliemann, que, com os anos, tornou-se um ar- queólogo hábil e cuidadoso, associa-se a Wilhem Dörpfeld, um jovem arquitecto que usa métodos mais científicos. De- pois da morte de Schliemann, em 1890, Dörpfeld encarregou-se das escavações e define novos níveis de Tróia. Estabelece que a cidade cantada por Homero é Tróia VI, e não a Tróia II (anterior a 2000 a.C.). A EQUIPA DE ESCAVAÇÃO DE WILHEM DÖRPFELD POSA NAS RUÍNAS DE TRÓIA DURANTE A CAMPANHA DE 1893-1894.
Quando o rei Príamo soube, ordenou a abertura das portas da cidade. Pela primeira vez em dez anos, os habitantes de Tróia correram pela praia sem medo das lanças do adversário, e ali, entre os restos do acampamento vazio, contemplaram atónitos a estranha oferenda. Foi então que o estratagema de Ulisses teve sucesso. Nesse momento, Sinon apareceu entre os troianos assegurando que desertara para não ser vítima de um sacrifício. Interrogado, referiu aos seus captores que o cavalo era uma oferenda aos deuses que os gregos tinham construído de forma a abençoar o seu regresso. Acrescentou que, segundo as palavras de Calcante, o adivinho dos gregos, quem possuísse a monumental figura jamais sofreria uma derrota perante um inimigo.
Os persas foram a chave da vitória dos espartanos, mas aquela afronta e traição de Esparta contra os próprios gregos revoltou o mundo helênico, inclusive seus próprios aliados.
Mulher fatal por excelência na mitologia clássica, Helena era a esposa de Menelau, rei de Esparta e irmão de Agamémnon, rei de Micenas. Segundo o mito, o seu rapto por Páris, consentido por ela, desencadeou a guerra de Tróia. Escultura de Antonio Canova. 1819.
Esta máquina de cerco consistia num poste de cinco metros de comprimento, que terminava numa ponta afiada, manejada por guerreiros que se protegiam do inimigo graças a uma caixa de madeira com oito metros de comprimento e dois de largura. Debaixo dela, os guerreiros tentavam derrubar a muralha inimiga, debilitando a junta dos blocos de pedra que a compunham. O que é realmente interessante neste dispositivo de guerra é o facto de, apesar do seu aspecto zoomórfico, nos documentos hititas o engenho ser designado com expressões associadas a animais como “asno selvagem” ou “besta de um só chifre”.
Definitivamente, a história do cavalo de Tróia pode ser racionalizada como um instrumento de cerco com aparência equina com espaço para proteger os guerreiros que o manobravam. Seja como for, hoje, três mil anos depois do velho mito de Tróia ter encontrado nos versos de Homero a sua máxima expressão artística, o maior desafio da arqueologia ainda está por estabelecer: relatar, com precisão histórica, a verdadeira saga de Tróia e dos homens dispostos a defender até ao último suspiro a sua cidade já tomada pelas chamas.
Na época em que se crê que teve lugar a guerra de Tróia (aproximadamente em 1200 a.C.), os gregos destacavam-se pela pirataria. As suas expedições de saque percorriam todo o Egeu, até Creta e à Ásia Menor. Assim, não é de estranhar que Tróia se tenha convertido num dos seus objectivos, mesmo que a história do rapto de Helena possa ser considerada um mito. Tróia ocupava uma posição estratégica, perto de uma baía que, na Idade do Bronze, serviu de refúgio aos barcos que navegavam no estreito de Dardanelos. Ali, ou talvez perto da baía de Besik, no Egeu, desembarcou a frota invasora. Os gregos montaram acampamento nas proximidades. A partir dali, atacaram as cidades da Anatólia aliadas de Tróia. A guerra com Tróia constituiu uma série de conflitos na planície em frente da cidade. As tropas gregas deveriam ser insuficientes para estabelecer um cerco em redor de Tróia e a vitória só foi possível, segundo a lenda, graças a um estratagema.
O plano poderia ter fracassado, pois, a dado momento, Helena, também receosa, imitou perante o cavalo as vozes das esposas dos guerreiros gregos; no entanto, um dos gregos intuiu o engano e conteve os seus companheiros para que não falassem. Também a vontade dos deuses se colocou do seu lado quando a princesa troiana Cassandra, condenada por Apolo a prever o futuro sem que os outros acreditassem nela, gritou em vão que se tratava de uma emboscada e que a cidade seria tomada nessa mesma noite. Assim, com a enganosa oferenda dentro dos seus muros, os troianos festejaram sob estrelas a sua falsa vitória; quando adormeceram, os gregos desceram do cavalo e, tomando os postos de guarda, abriram as portas de Tróia ao resto do seu exército.
Nessa noite, Tróia foi tomada a ferro e fogo, e os troianos sofreram um destino devastador. O velho rei Príamo, vestido com a sua armadura, foi massacrado. As mulheres foram escravizadas e dadas aos melhores guerreiros gregos. Somente Eneias fugiu da morte e escapou rumo a um futuro esperançoso: com seu velho pai Anquises aos ombros e o seu filho Ascanio pela mão, deixou para trás a cidade incendiada e rumou à costa italiana para fundar uma nova Tróia que mais tarde seria Roma.
1. Desembarque. Depois de deixar para trás a costa de Avlida, perto do golfo de Eubeia, a frota grega dirige-se para Tróia através das ilhas de Lemnos e Imbros, desembarcando a sul do cabo Sigeo.
A derrota de Esparta por Tebas na Batalha de Leuctra em 371 a.C. acabou com o papel proeminente de Esparta na região e iniciou o período da hegemonia tebana. No entanto, ela manteve a sua independência política até a conquista romana da Grécia em 146 a.C..
6. O REI AGAMÉMNON HONRA O GUERREIRO CAÍDO. Agamémnon, rei de Micenas e líder dos gregos, efectua um ritual de libertação na pira funerária de Pátroclo. Atrás aparece uma mulher, possivelmente Clitemnestra, esposa de Agamémnon, que traz com ela uma serva.
Depois da morte de Heitor, a cidade foi deixada à sua sorte, mas os troianos ainda acreditavam numa vitória se conseguissem providenciar a vinda de reforços capazes de enfrentar os gregos. Os primeiros reforços foram as amazonas da rainha Pentesileia, que nada puderam fazer perante o avanço de Aquiles. Contudo, a tradição fez-nos chegar um episódio famoso deste encontro: quando Aquiles e a rainha ficaram frente a frente, começou um duelo entre ambos que terminou com a morte de Pentesileia às mãos do herói grego, que se enamorou perdidamente por ela no mesmo instante em que a trespassava com a sua lança.