Como Surgiu A Psicanlise Scielo?

Como surgiu a psicanlise Scielo

Psicanálise: uma revisão didática sobre as principais contribuições de Freud

[...] o interpretar por mais neutro que seja em sua forma, implica a participação dos setores ideológicos (muito carregados efetivamente) do analista. (BARANGER; BARANGER, 1969, p. 104).

Psychoanalysis in research: the investigative method and some essentials tatements to two recurring criticisms.

Popper, K. (1975). A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix.         [ Links ]

Como relata Emilio Rodrigué (1996), o intento de dar um maior sentido social à psicanálise serviu para socializá-la (isso era e continua sendo importante). Mas socializar não quer dizer entender o social. Aí, segundo Rodrigué, estava o erro, o social continuava basicamente impenetrável à psicanálise. Mas ao menos se trouxera o social à superfície, voltava-se a fazê-lo visível.

Segunda afirmação: o que se faz na universidade não é Psicanálise

Segunda afirmação: o que se faz na universidade não é Psicanálise

Em outras palavras, requer um trabalho detalhado sobre a transferência e a contratransferência, capaz de penetrar na complexidade de implicações recíprocas e filtrar as interferências, que não são "impurezas" mas o próprio material que a análise permite para gerar o processo de conhecimento.

À produção do conhecimento dentro das possibilidades de um paradigma, Kuhn chama de “ciência normal”, ou seja, o trabalho que é realizado a partir de peças já conhecidas ou previstas. Porém, em certas ocasiões, a ciência normal se depara com problemas insolúveis para ela, ou com fatos que não são assimilados no paradigma atual, surgindo então as anomalias. As anomalias geram abalos no paradigma da ciência normal. A fim de saná-las, faz-se uma varredura na área com anomalia, na expectativa de que se encontre uma maneira de fazer com que ela se converta em algo esperado.

A pergunta básica que guia a reflexão que se segue é a seguinte: a psicanálise poderia se desvencilhar da acusação de pseudociência ao buscar um outro modelo de ciência para sustentar seu ideal de cientificidade? Buscando responder sumariamente a tal questionamento ao analisar o estatuto de saber psicanalítico e a cientificidade possível para esse saber, a exposição que segue será estruturada de acordo com tais tópicos:

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No ano de 1874, o médico Moritz Benedikt apresentou sua idéia a propósito do que seria a discussão entre a experiência direta e a fundamentação científica no capítulo dirigido ao método sobre o tratamento da histeria.

Enquanto temos acesso direto ao nosso consciente, há grande dificuldade em acessar as informações contidas no inconsciente. Seria, pois, função do analista auxiliar o paciente a acessar essas informações.

FREUD, S. Psicología de las masas y análisis del yo (1921). Obras completas, Tomo XVIII. Buenos Aires: Amorrortu, 1994.         [ Links ]

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Lacan refere-se a essa origem indubitável, patente em todo trabalho de Freud com a ciência moderna organizada no século XVIII, que ilumina e é iluminada pelo pensamento de René Descartes.

Nesse sentido, Loureau (2001) assinala que toda epistemologia, toda ética nas ciências da matéria, da vida, do homem estão, agora ainda mais, cobertas pelo guarda-chuvas do comércio mundial ao modo de "grande novela". No fim das contas, é a ideologia dominante, hegemônica, em nossa atualidade, a do mercado, a que se impõe no laboratório ou na academia e nas novas cenografias do comércio eletrônico. Os paradigmas ou os projetos políticos, os programas de pesquisa ou de ação a favor disto e contra aquilo, estão ajustados ao mesmo referente, ao mesmo interpretante último: a democracia já não é um fim a alcançar, a liberdade não é mais uma causa vital; são as condições de instalação e manutenção de uma livre circulação do capital, da mercadoria. (LOUREAU, 2001).

[...] a psicanálise é uma ideologia no sentido estrito e no sentido amplo da palavra. (BARANGER; BARANGER, 1969, p. 104).

Primeira afirmação: a Psicanálise não é ciência

[...] não dispõe em si mesma de categorias para apreender o poder, o social o político etc. em sua objetividade não psíquica.

[...] os defensores de uma revolução pela psicanálise têm realmente uma concepção idealista da revolução, da história e da sociedade. (CASTEL, 1980, p. 95).

Serviços Personalizados

Procuramos explicitar ao longo do texto que Popper defende um modelo de ciência baseado no método dedutivo, no que se refere à construção das teorias e aperfeiçoamento delas a partir de testes empíricos. Ou seja, a partir dos enunciados teóricos de determinadas teorias, deduz-se consequências empíricas a serem testadas por meio do experimento, tendo em vista a falsificação ou corroboração da teoria. Poderíamos afirmar também que a concepção de explicação de Popper é dedutiva, podendo até asseverar que ele compartilha o modelo dedutivo-nomológico de explicação e causalidade, tal como foi formalizado por Hempel em sue livro Aspects of Scientific Explanation (1965).

ZIZEK, S. Sublime objeto de la ideología. Buenos Aires: Siglo XXI, 2003.         [ Links ]

Nossa intenção com esse contraponto foi ampliar o debate, destacando a complexidade que atravessa essa relação mas, principalmente, abrir o caminho para a apreensão de que a Psicanálise tem uma forma fundamentalmente particular de investigar (clínica e pesquisa) e produzir conhecimentos.

Psychoanalysis and science

Lacan, em 1964, em seu Seminário 11, os quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise, nos adverte que o Inconsciente é “algo de não nascido, de não realizado, que fica em espera na área... não é nem ser nem não ser” (Lacan, 1964, p. 29).

O primeiro dos obstáculos que se erguem tradicionalmente em face da "objetividade" científica, o primeiro agente "contaminante" para toda teoria é o da ideologia, na medida em que sua existência representa aceitar o viés, admitir que o panorama observável depende do ponto de vista do observador e renunciar, então, às pretensões de totalidade e "universalidade" do observado. A assunção dessa perspectiva pode dar lugar ao reconhecimento da necessidade "objetiva" de assumir o lugar a partir do qual se trabalha e se pensa. De todo modo, essa tomada de partido supõe uma ótica que leve em conta o atravessamento inevitável do conflito social e a contradição histórica em toda empreitada de conhecimento. A única "objetividade" esperável seria aquela que não esconde seus valores, mas assume consciente e explicitamente os pressupostos que a sustentam.

[...] os fatores sociais, econômicos, políticos e ideológicos não podem se reduzir simplesmente a fatores psicológicos. Um "tratamento psicológico" de uma ideologia social seria uma ilusão perigosa, seria um totalitarismo disfarçado.

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O surgimento da psicanálise está diretamente ligado ao desenvolvimento das ciências médicas em geral. Em decorrência da relação de Freud com a medicina e outros médicos que, de certa forma, o auxiliaram durante o processo, pode-se afirmar que a psicanálise está associada, inicialmente, a aspectos neurológicos e psiquiátricos, porém ao longo do seu desenvolvimento passa a transitar por diversas áreas.

Grunbaum defende, diferentemente de Popper, que a psicanálise pode sim ser exposta a testes e ter seus enunciados falsificados ou corroborados, portanto ela não é irrefutável, o que enfraquece a asserção de que é pseudociência. Já para Klimovsky, a psicanálise é passível de ser posta à prova a partir dos testes específicos das ciências humanas, tendo o mesmo potencial das outras teorias quando expostas a esses procedimentos (Marinho, 2012).

Apresentaremos, neste estudo, a psicanálise como promotora de uma revolução científica que terá início no momento em que “o paradigma existente deixou de funcionar adequadamente” (Kuhn, 1970, p. 126).

O que é Escuta flutuante?

A atenção flutuante é uma técnica e coaduna com o método psicanalítico na medida em que do lado do analista se espera uma disponibilidade psíquica para que a escuta acompanhe as associações do analisante naquilo que Freud chamou de “ocorrências”, ou seja, naquelas “[...]

O que falar na psicanálise?

Regra fundamental da psicanálise: o paciente deve falar o que vier à cabeça, sem pré-julgamentos. Essa é a regra de livre associação de ideias, ao que uma das primeiras pacientes de Freud batizou como sendo “limpeza de chaminé”.

Como se faz uma psicanálise?

Para se tornar psicanalista, é necessário ter formação de nível técnico e é desejável, após, a conclusão do curso superior. Não existe um curso de base obrigatório, mas algumas faculdades podem tornar a prática da psicanálise mais eficiente, e a abordagem mais específica.

Qual é a diferença da Psicanálise para a psicologia tradicional?

Além da graduação, outra diferença entre a psicologia e a psicanálise é que o psicólogo precisa se basear em uma linha teórica sólida para embasar o seu trabalho, ou seja, exclui o inconsciente e trabalha com aquilo que está posto. A psicologia também se aventura por outros ambientes para além do consultório.

Como saber se preciso de psicólogo ou psicanalista?

Diferenças entre as profissões