Quando A Histria Contempornea Passa A Ser Tema Da Histria?

Quando a histria contempornea passa a ser tema da histria

Nesse período, o Brasil passou por diversas fases, desde a proclamação da República (página na Wiki) e o Processo de Independência, a Revolução de 1930, a Ditadura Militar e a Redemocratização. Esses períodos ajudaram a definir nossa identidade como país e refletem a nossa sociedade até os dias de hoje.

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As estruturas do cotidiano, tal como já as definimos brevemente, são uma abstração, um produto do pensamento. Não existem separadamente na vida real, que é una. São antes modos de ver, de analisar essa realidade cuja estrutura é unitária. Mais que isso, são divisões arbitrárias de um todo que engloba estrutura e ação. São, como dissemos, ações condensadas, ações passadas, sobre as quais se exerce a ação presente. Além disso, tal como apresentadas, são unidades pretensamente homogêneas e extensivas, encobrindo uma imensa gama de subdivisões: de memórias distintas, estanques ou conflitantes; de juízos grupais, setoriais ou mesmo excêntricos; da tensão graduada entre coletivo(s) e indivíduo(s), que beira o paradoxo (a ação coletiva passada, o trabalho morto, domina a ação individual, mas não é senão soma de ações individuais); das múltiplas leituras possíveis do mundo material. São, assim, um recorte da realidade propositalmente mediano para dar conta tanto das totalidades sociais quanto do mundo miúdo das vivências particulares.

Tentemos pensar o cotidiano do ponto de vista de um historiador, ou seja, como instância temporal, mas tendo em vista que é preciso explicar duas realidades contrapostas e complementares: a permanência e a mudança ou, em outros termos, a relação entre estrutura e ação. Podemos conceber cotidiano a partir de dois ângulos. Em primeiro lugar, como uma dimensão propriamente temporal, como pura duração sem qualificações, o que é certamente arbitrário, mas servirá como exercício para, em segundo lugar, indagar o cotidiano como tempo qualitativo, investigando o que compõe esse tempo, de que é a duração. Talvez, realizado o exercício, possamos entender melhor nosso objeto, a história e as possibilidades de nossa ciência, a História.

Guerra de Canudos

Guerra de Canudos

Compondo essa mesma linhagem crítica e saindo pela mesma editora que publicou o livro de Hartog no Brasil, Lembrança do presente: Ensaios sobre a condição histórica na era da internet, de Mateus Henrique de Faria Pereira (2022), aparece como uma obra disposta a analisar os impactos do novo para a redefinição dos papéis da historiografia sem qualquer olhar nostálgico de uma antiga condição, ao mesmo tempo que aceita o desafio de pensar as possibilidades que a era da internet traz para uma efetiva inserção do historiador e da historiadora num debate público amplo e democrático.

Desde nossa proclamação de independência da colônia, o povo brasileiro teve de lutar e conquistar suas mudanças, passando por cima de interesses de poderosos e outras nações, para garantir seus direitos e continuamos lutando e não há sinais de que iremos finalmente descansar. Vamos falar sobre esses conturbados períodos da História Contemporânea do Brasil e, se você ficar com dúvidas, é só deixar nos comentários.

A campanha foi liderada por políticos, intelectuais, artistas e ativistas, e teve grande adesão popular. Foram realizados comícios e manifestações em várias cidades do país, com a participação de milhares de pessoas. A principal figura pública do movimento foi o então governador de São Paulo, Franco Montoro, que se tornou um dos principais porta-vozes da causa das Diretas Já. Embora a campanha tenha mobilizado grande parte da população, a emenda constitucional que permitiria as eleições diretas não foi aprovada pelo Congresso Nacional. Em 1985, o Colégio Eleitoral elegeu Tancredo Neves como presidente, em uma votação indireta que marcou o fim do regime militar.

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A ideia de eleições diretas para presidente ganhou força a partir da década de 1970, com o crescimento da oposição ao regime militar e a mobilização popular por direitos democráticos. No início dos anos 1980, a pressão pela volta das eleições diretas se intensificou, com o surgimento do movimento Diretas Já.

Lembrança do presente está estruturado em quatro capítulos relativamente independentes, mas que podem ser reunidos por um diálogo permanente entre historicidade e historiografia. Ou melhor, o livro parece transitar em torno de uma pergunta fundamental que também foi alvo de historiadores como Hartog, Gérard Lenclud e Fernando Nicolazzi: a coincidência ou não entre regimes de historicidade e regimes historiográficos. Indo direto ao ponto: trata-se de pensar a possibilidade de que “alguns modelos de escrita da história [sejam] compatíveis com uma ordem tematizada do tempo, até mesmo dedutíveis desta ordem” (LENCLUD, citado por NICOLAZZI, 2020, p. 211).

Sumário

Sumário

Se não é possível passar sem as formas, mas é necessário ter plena consciência de sua arbitrariedade, do modo como foram criadas e de como afetam nossas visões da História humana, não apenas para compreendermos os limites das reconstruções ou interpretações que propomos, mas também para termos a possibilidade de produzir visões alternativas, de criar ou escrever outros passados. E isso é necessário hoje, porque vivemos numa época de grandes transformações que exigem que reconstruamos nosso passado para torná-lo útil para o presente. O próprio presente nos impele a mudar a forma de ver o passado.

Porém, o passado não é só limitação, é campo de possibilidades, cada vez mais amplo, mais rico. E sua ordem, se é condição de existência, não representa necessariamente (muito pelo contrário) aceitação da herança como fardo e como destino. O passado/trabalho morto é também fonte de insatisfações, de imperfeições, de crises, de desarranjos. É possibilidade de vida social, mas também dos conflitos internos a essa vida. Tem seu lado claro, luminoso, de realização, mas não esconde sua face mais escura, de miséria, exploração, violência, dor. Isso é verdade em termos individuais (em casa, no trabalho, na rotina massacrante, na humilhação e na miséria, por exemplo) e coletivos (na exploração, no racismo, na dominação de classes e na violência). Sobre a massa do trabalho morto que o passado apresenta, as ações humanas como que flutuam, com uma liberdade contida. Nem tudo pode ser mudado, sem que a possibilidade da vida social desapareça, mas nem tudo precisa ou deve permanecer como está. Os homens reproduzem suas vidas no dia-a-dia, mas nunca da mesma maneira, e projetam mudanças no cotidiano e para o cotidiano, para que este se altere.

A História, portanto, nunca se debruçou sobre a história humana como um todo, mas sobre histórias particulares, histórias de ALGO. Sempre estudou histórias específicas inseridas dentro de unidades de sentido (os ALGOS) que conferiam coerência a um corpo de documentos e a uma narrativa, descrição, explicação ou interpretação. Entender o modo como se definiram essas unidades, ou seja, os objetos particulares da História, é crucial para compreender os impasses contemporâneos da disciplina. Mas não é tarefa fácil! Tais unidades foram construídas como grandes objetos virtuais, grandes contextos, nos quais temas específicos podem adquirir sua razão de ser. Desde o século XIX algumas unidades maiores têm predominado como os grandes contextos da História: um povo, uma nação, uma civilização e, sobretudo, um estado-nacional, geralmente como termos coincidentes, ou cuja coincidência seria "desejável". A História se repartiu, assim, por objetos que não são uniformes, nem equivalentes, e que mudam de abrangência ou de sentido de acordo com os interesses de quem financia, produz ou consome seus relatos.

Meta

Situação um pouco distinta se registra no último capítulo, quando Pereira (2022, p. 95-111), ainda que com o pano de fundo da midiatização e do universo das redes, procura explorar o terreno político-institucional a partir de algumas disposições relativas a uma temporalidade atualista. Nesse capítulo, no que é talvez a radicalização de sua proposta de um historiador de olhos bem abertos ao atual e imediato, Pereira procura interpretar uma série de fenômenos contemporâneos, como a Operação Lava Jato, o funcionamento do Google, o capitalismo de vigilância, entre outros, a partir de alguns índices característicos ao nosso tempo, como o desejo pela transparência, a hipervisibilidade e a espetacularização da existência, que estariam, de algum modo, reunidos em torno da problemática do atualismo.

Um terceiro impasse da historiografia contemporânea liga-se, de modo evidente, à crise dessas grandes estruturas, isto é, dos conteúdos específicos que, nos últimos duzentos anos aplicaram-se às formas e davam sentido à sua mudança. Da política à sociedade e desta à economia, o espaço da ação humana tornou-se cada vez mais restrito, menos eficaz. A capacidade de projetar um futuro e de conceber o passado como sua origem e sua causa, como a explicação prévia de um projeto a se concretizar, esvaeceu-se nas últimas décadas. Algumas conseqüências dessa crise das grandes narrativas são: em primeiro lugar, os objetos da História se multiplicaram, não apenas pela introdução de novos atores sociais, cujas histórias se tornaram relevantes (trabalhadores, imigrantes, mulheres, homossexuais), mas pelo recurso cada vez mais intenso ao estudo de caso, ao detalhe, à micro-história que se esquiva dos grandes contextos sem conseguir negá-los inteiramente. Em segundo lugar, a duração temporal dos objetos da história tornou-se cada vez mais longa: da ação individual e pontual de grandes homens às explosões coletivas, à ação impessoal, cíclica, de efeito indeterminado das estruturas econômicas, ao tempo quase eterno e imutável das indefiníveis mentalidades. São apenas tendências, é verdade, e reconhecê-las como tais não nega a coexistência de diferentes concepções e modos de fazer História hoje. De qualquer modo, essas tendências parecem desembocar, nos últimos trinta anos, numa ênfase cada vez maior nos chamados estudos de história cultural.

A idéia de que o cotidiano é estruturado se impõe pela própria previsibilidade do presente. Entenda-se que o termo estrutura é empregado aqui em sentido propositalmente fraco e vago. Significa apenas que o trabalho morto que corporifica e atualiza o passado apresenta-se organizado, como totalidade sobre a qual se pode agir com previsibilidade. Estrutura e cognoscibilidade estão intimamente ligadas. As ações sociais que incidem sobre o trabalho morto têm resultados previsíveis porque o presente é cognoscível, mas este só é conhecido porque se atua nele. Não há por que separar estrutura e ação. Se o fazemos, aqui, é com fins analíticos.

FAQ

This paper discusses several of deadlocks confronted by contemporary historiography. It tries to assert both its limitations as a science and its special contribution to the Social Sciences in general. From an everyday life point of view it discusses historical time, structure and action.

Os impasses da História contemporânea não se limitam, contudo, apenas a esses grandes contextos, essas imensas unidades invisíveis a que denominei "formas". Ora, foi sobre essas entidades quase naturais, quase eternas, que os historiadores projetaram seus objetos de estudo específicos, com suas diferentes formas de descrição e explicação e os diversos tipos de estrutura narrativa da História: dos fatos memoráveis, dos grandes personagens, dos processos e mudanças a serem descritos e explicados, por exemplo. Esses conteúdos específicos, no interior das formas, também são produtos particulares, que atenderam, em momentos distintos, a visões alternativas do que ver na história, de como pensá-la como movimento ou repetição. Desde o século XIX, mas mesmo antes, a própria idéia de uma história imóvel, reiterativa, voltada para o passado tornara-se progressivamente inviável. Era preciso explicar o movimento. Mas movimento de quê?

Quais as mudanças que marcaram a passagem da Idade Média para a Idade Moderna?

A transição da Idade Média para a Idade Moderna foi marcada por inúmeras mudanças na Europa: o comércio se intensificou, as cidades se desenvolveram, a burguesia se tornou um grupo social muito poderoso, enquanto a nobreza e o clero perderam prestígio.

Quais foram as principais transformações que surgiram na Idade Moderna?

Durante a Idade Moderna houve o fortalecimento das monarquias, a colonização e exploração das terras descobertas pelos europeus, sobretudo, América e África, e o desenvolvimento econômico a partir do comércio marítimo. Foi nessa fase da História do Ocidente que a burguesia comercial se consolidou na Europa.

Qual foi a importância do renascimento cultural?

A importância do Renascimento se deu principalmente pelo fato de ter sido apresentado como uma ruptura com o mundo medieval que estava agonizando na Europa, pautando suas características na cultura greco-romana da Antiguidade Clássica. ...

O que foi o movimento do Renascimento?

O Renascimento foi o primeiro grande movimento artístico, científico, literário e filosófico da modernidade. O que foi o Renascimento? O Renascimento foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna.