Embora a teoria panóptica tenha se tornado popular graças a Michel Foucault, o conceito panóptico foi concebido por Jeremy Bentham como um mecanismo aplicável ao controle do comportamento dos prisioneiros nas prisões.
Ao estudar a "Sociedade Disciplinar", Foucault constata que a sua singularidade reside na existência do Desvio diante a Norma. E assim, para "normalizar" o sujeito moderno, foram desenvolvidos mecanismos e dispositivos de vigilância, capazes de interiorizar a culpa e causar no indivíduo remorsos pelos seus atos.Um desses mecanismo é o Panóptico,que tem como objetivo a observação total, e a tomada integral por parte do poder disciplinador da vida de um indivíduo. Ele é vigiado durante todo o tempo, sem que veja o seu observador, nem que saiba em que momento está a ser vigiado. Aí está a finalidade do Panóptico,.
O livro Vigiar e punir: o nascimento da prisão (2004), originalmente publicado em 1975, confere grande destaque para a visualidade. A descrição do suplício de Damiens evidencia o domínio visual desde a primeira página. O suplício era a "manifestação ritual do poder infinito de punir" (Foucault, 2004, p. 105) que no excesso do castigo restabelece, recodifica e restaura em triunfo o poder. A ostentação dos suplícios vale-se da tecnologia da dor para enaltecer a punição expositiva. Ao transmutar as penas corpóreas e o próprio corpo em lugar de aplicação do poder, ela estabelece a dissimetria e o excesso como fruto de todo investimento político da economia do poder punitivo.
A luz projetada faz ver as sombras na parede por um efeito de contra-luz tal como um teatro de sombras chinês.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Pan-óptico é um termo utilizado para designar uma penitenciária ideal, concebida pelo filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham em 1785, que permite a um único vigilante observar todos os prisioneiros, sem que estes possam saber se estão ou não sendo observados.
Além disso, a imposição de poder gerará um alto nível de reatância em muitas outras pessoas, induzindo comportamentos opostos aos que devem ser inicialmente alcançados.
Um panóptico é uma construção cujo design faz com que se consiga observar a totalidade da sua superfície interior a partir de um único ponto. Se pegarmos no desenho do panóptico, encontramos uma construção circular com um pátio e a torre de vigilância no centro. …
Christian Laval (Brunon-Ernst, 2012a) também aponta a necessidade de retomar o estudo da relação Bentham-Foucault ultrapassando a leitura possibilitada por Vigiar e Punir ou pelo que é dito por Foucault a respeito do poder disciplinar por meio da inclusão dos cursos ministrados no Collège de France. Tal operação permite deslocar a interpretação foucaultiana de Bentham para a forma de governar e indicar as influências do utilitarismo na noção de biopolítica.
As celas do panóptico possuem configuração específica: toda cela tem uma face voltada para o interior da circunferência. Ou seja, volta-se para a torre central e possui "uma grade de ferro suficientemente fina para não subtrair qualquer parte da cela da visão do inspetor" (Bentham, 2008, p. 21) de modo que qualquer gesto do indivíduo ali realizado possa ser visto por alguém posicionado nela.
Procuraremos, a seguir, apresentar alguns trabalhos mais recentes voltados à organização sistemática, tradução e divulgação do trabalho de Jeremy Bentham. Essas inclinações sobre a obra de Bentham não apenas publicizam como produzem novas leituras e interpretações que levam, em nosso caso, a reconsiderar detalhadamente algumas análises sobre o panóptico de Bentham e a leitura feita por Foucault. Dois significativos grupos dedicados a produzir novas organizações, publicações e interpretações dos trabalhos de Jeremy Bentham foram organizados: o Bentham Project e o Centre O Bentham Project3 é um projeto mantido pela Faculdade de Direito da College of London. Foi criado em 1959 com o objetivo de constituir um centro de estudos, de realizar a transcrição dos manuscritos, a catalogação e facilitação do acesso à obra de Jeremy Bentham, bem como de periódicos que publicam artigos com novas visões e discussões a respeito de sua obra.
El panóptico y la economía visual moderna: del panoptismo al paradigma panóptico en la obra de Michel Foucault
Foucault, M. (2007). Nacimiento de la biopolítica: curso en el Collège de France (1978-1979). Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica. [ Links ]
Brunon-Ernst (2012d, p. 21) indica cinco diferentes manifestações do princípio panóptico presentes nos seguintes trabalhos de Bentham: Panopticon ou a casa de inspeção (1786 e 17901791); Esboço de um trabalho intitulado gestão aperfeiçoada do pobre (1797-1798); Panopticon versus Nova Gales do Sul (1802); Crestomatia (1816-1817); Código constitutional (1830)5. Destes cinco panópticos, somente o de 1802 não adiciona características novas e não apresenta avanços em relação aos anteriores. Os quatro panópticos foram caracterizados pela autora como: panóptico-prisão, panóptico-pobreza, panóptico-crestomático e panóptico-constitucional (Brunon-Ernst, 2012d, p. 21).
O poder instilado pela relação panóptica entre o olhar e a estrutura arquitetônica maximiza a vigilância que incide diretamente sobre um corpo na sua distribuição no espaço e torna as coisas visíveis, faz ver, ou seja, produz visibilidade. Há, portanto, emergência de um visível a partir da configuração espacial. Há também visibilidade nas análises foucaultianas das capturas populacionais, de raça, de gênero e de estratificação econômica e geossocial.
Por exemplo, a teoria do panóptico de Michel Foucault é aplicável no mundo dos negócios, onde os funcionários controlam seu comportamento sabendo que seus superiores podem visualizar suas ações. Este controle melhora a produtividade e diminui a dispersão. O mesmo acontece na escola, com os alunos autocontrolando seu comportamento quando eles são supervisionados por professores e até mesmo com professores quando consideram que estão sendo monitorados pelos órgãos de governo. A ideia é tornar o domínio difuso na dinâmica do poder e das relações sociais.
Esta análise histórica do poder convoca a Psicologia a se recolocar, a se deslocar, a se desacomodar dos solos tradicionais da objetividade e da cientificidade. Concebida como forma cultural, como movimentações atuais que organizam um saber e constroem espaços de institucionalização (além de linguagens particulares), o conhecimento dos modos históricos de ação da Psicologia contribuem para orientação atual da profissão.
1. Que permite ver todos os elementos ou todas as partes (ex.: pretendia construir uma prisão pan-óptica ). 2. Modelo de prisão ou de torre de observação, idealizado para que os vigilantes possam facilmente observar todas as partes do edifício ou recinto, sem serem observados.
Foucault diz que o panóptico expressa muito bem o tipo de domínio que ocorre na era contemporânea: os mecanismos de vigilância são introduzidos em corpos, fazem parte de um tipo de violência que se articula através das expectativas e significados que transmitem os espaços e as instituições .
Foucault denomina esse período de sociedade disciplinar, pois traz como características essenciais a distribuição dos indivíduos em espaços individualizados, classificatórios, combinatórios, isolados, hierarquizados, capazes de desempenhar funções diferentes segundo o objectivo especifico que deles exige.
Nas sociedades disciplinares, as instituições sociais assumem papéis de vigilância, normatização e exame constante dos sujeitos, de tal maneira que o poder, exercido minuciosamente, marca os corpos e lhes impõe condutas. O tipo de poder de uma sociedade disciplinar tende a separar, prender, controlar e punir.
A primeira é o princípio da localidade, o que faz com que o poder seja analisado em suas formas e em suas instituições mais locais. O segundo é o princípio da exterioridade ou da objetivação, o que significa que Foucault busca o poder naquele exato ponto no qual ele se estabelece e produz efeitos.
O biopoder é um mecanismo que surge para um controle diferente do disciplinar. Porque nesse momento o sujeito já está disciplinado e o controle se exerce sobre grandes grupos já adestrados que formam uma sociedade. Na verdade, a todos esses mecanismos, Foucault denomina de sociedade de controle.
Biopoder é um termo criado originalmente pelo filósofo francês Michel Foucault para referir-se à prática dos estados modernos e sua regulação dos que a ele estão sujeitos por meio de uma "explosão de técnicas numerosas e diversas para obter a subjugação dos corpos e o controle de populações".
No biopoder, a população é tanto alvo como instrumento em uma relação de poder. Biopoder é uma tecnologia de poder, um modo de exercer várias técnicas em uma única tecnologia. Ele permite o controle de populações inteiras.
Enquanto a disciplina promove a individualização dos homens, o biopoder acarreta uma massificação, tendo em vista que ele se dirige não aos indivíduos isolados, mas à população. ... O que é importante perceber é que em todos esses processos nos quais se exerce o biopoder há concomitantemente uma extensa produção de saber.
O biopoder não se diferencia somente do poder disciplinar, mas também do poder soberano, pois enquanto na soberania havia um direito do soberano “deixar viver” ou “fazer viver”, no biopoder haverá uma tecnologia de poder voltada para o “fazer viver” e o “deixar morrer”, que será um poder que vai se encarregar da ...
Resposta. Resposta: O cuidado de si propicia a liberdade na medida que o sujeito que é responsável por si mesmo não depende (economicamente, politicamente e socialmente) da tutela de ninguém.
Em resumo, biopoder é uma forma de governar a vida, em vigor desde o século 17, que busca otimizar um estado de vida na população para criar corpos economicamente ativos. ... O manuscrito conclui que biopoder é um conceito atual, que ajuda a entender, por exemplo, as intervenções do poder político na saúde da população.
Resposta: Biopoder é um termo criado originalmente pelo filósofo francês Michel Foucault para referir-se à prática dos estados modernos e sua regulação dos que a ele estão sujeitos por meio de uma "explosão de técnicas numerosas e diversas para obter a subjugação dos corpos e o controle de populações".
Diante dos papéis possíveis que a sociedade pode apresentar, Foucault (1999) nos apresenta duas tecnologias de poder, divididas em duas séries: ▼ série corpo - organismo/disciplina/instituições, que são os mecanismos disciplinares; ▼ série população - processos biológicos (que são os mecanismos regulamentares)/Estado.
Enquanto a sociedade disciplinar se constitui de poderes transversais que se dissimulam através das instituições modernas e de estratégias de disciplina e confinamento, a sociedade de controle é caracterizada pela invisibilidade e pelo nomandismo que se expande junto às redes de informação.
Sumário: Mandado de Injunção; Mandado de Segurança Coletivo; Ação Popular; Ação Civil Pública; Constituição Federal; Código de Defesa do Consumidor.