Dentro da lógica de mercado, todos os produtos e serviços oferecidos por uma empresa valem mais do que a soma dos fatores utilizados em sua produção. Esse “valor adicionado”, que dá origem o lucro da empresa, representa a “riqueza” que foi gerada durante o processo. Dentro da contabilidade, é possível medir financeiramente esse valor, através de uma relatório chamado Demonstração do Valor Adicionado – ou DVA.
Essa riqueza, chamada de valor adicionado, é igual a diferença entre o custo que a empresa teve para produzir e tudo que ela efetivamente produziu de bens e serviços no final do processo. Dessa forma, o DVA detalha especificamente quem contribuiu para gerar esse valor e como ele foi distribuído entre todos os setores envolvidos diretamente ou indiretamente na produção – como fornecedores, funcionários, financiadores, sócios e até o governo.
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O DVA é o demonstrativo contábil que evidencia, de forma sucinta, o valor gerado por uma empresa em determinado período, bem como a sua distribuição entre todos aqueles que participaram de sua produção.
Segundo a Lei 11.638/2007, todas as empresas de capital aberto devem elaborar uma Demonstração do Valor Adicionado ao final do período. Portanto, a empresa está sujeita a apresentar uma DVA, ao menos, uma vez por ano, no encerramento do exercício.
Outra diferença fica por conta da depreciação. Enquanto a Demonstração do Valor Adicionado possui a depreciação dentro do grupo de retenções, na Demonstração de Resultados do Exercício, o valor fica mais próximo do final do relatório, nas despesas financeiras.
Para elaborar a Demonstração do Valor Adicionado, são utilizadas principalmente as informações disponíveis na Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) da empresa.
Logo, é obrigatório que o resultado apurado na primeira metade (valor adicionado total líquido) seja rigorosamente igual ao resultado da segunda metade (distribuição do valor adicionado). Se isso não ocorrer, a Demonstração do Valor Adicionado está com algum erro contábil.
Também é importante lembrar que é possível empregar o uso da Análise Vertical e Análise Horizontal neste relatório para extrair o melhor do relatório e ajudar na tomada de decisão.
Dessa forma, para que a Demonstração de Valor Adicionado esteja correta, é preciso que a DRE esteja rigorosamente precisa. Além disso, os números da DVA são encontrados em forma absoluta e relativa.
Em uma rápida análise sobre a DVA enxergaremos o crescimento do faturamento da Vale. Em questão de três anos, a companhia praticamente dobrou o seu faturamento. Mesmo com um faturamento em franca expansão, os custos não aumentaram tanto.
A fonte de geração de riqueza empresarial decorre da capacidade que os empreendimentos têm em agregar valor aos custos totais para produção, comercialização e operação dos produtos e serviços.
De acordo com a Lei 11.638/2007, a toda empresa de capital aberto é obrigada a elaborar a DVA a cada exercício contábil. Ou seja, nessas companhias, a demonstração deve ser divulgada ao menos anualmente, junto com os demais demonstrativos financeiros e relatórios de contabilidade.
Como exemplo de DVA, analisaremos a Demonstração de Valor Adicionado da Vale do Rio Doce referente aos períodos de 2019 a 2021.
Depois de detalhar como o valor que a empresa gerou, a segunda metade da DVA deve detalhar como esse valor foi distribuído. Ou seja, essa parte mostra exatamente quanto desse valor foi destinado para pagar salários e benefícios (funcionários), impostos (governo), remuneração de terceiros (bancos, locadores, financiadores) e finalmente, o lucro distribuído entre os acionistas e sócios.
Podemos identificar que o resultado final de ambos os relatórios são os mesmos. No DRE, o Lucro/Prejuízo Consolidado do Período de 2021 ficou em R$ 4.717.089, enquanto na DVA a remuneração de Capitais Próprios ficou no mesmo valor. Porém, a estrutura de ambos os relatórios são bem diferentes.
No entanto, outras empresas – como as de capital fechado ou economia mista -, também vêm aderindo ao demonstrativo.
O demonstrativo apresenta, assim, o quanto a empresa evoluiu ou regrediu de um período a outro em sua capacidade de gerar riqueza. Para seu cálculo, é necessário contabilizar todas as receitas operacionais e não-operacionais do período.
Uma boa análise sobre a Demonstração do Valor Adicionado ajudará o gestor na tomada de decisões e identificar eventuais problemas ou vantagens que a operação da firma possui. Observando que a DVA é um relatório menos comum do que a DRE e o Balanço Patrimonial, ferramentas de automação contábil podem ajudar na elaboração de tal relatório.
Agora, para fazer uma comparação entre os relatórios, vamos analisar a DRE da B3 cobrindo o mesmo período:
Empresas de capital aberto têm a obrigação legal de produzir a DVA a cada período contábil.
Semelhante ao DRE, a DVA mostrará as contas de resultado e como a companhia chegou até o lucro ou prejuízo. Destaca-se que além de mostrar o resultado, na Demonstração do Valor Adicionado aparecerá qual foi o destino do resultado final da companhia, por exemplo: se a firma fez a distribuição de lucros, remunerou o capital de terceiros, ou utilizou de outra forma os valores.