Muitos de nós, quando perguntados sobre medos, podemos elencar uma série deles: dirigir, falar em público, perder o emprego, ficar desamparado, não ter ninguém para compartilhar a vida dentre tantos outros.
A morte encerra o “tempo de graça e de misericórdia” que Deus oferece a cada um para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último. Não existe reencarnação; ensina a Igreja que : Quando tiver terminado “o único curso de nossa vida terrestre” (LG, 48), não voltaremos mais a outras vidas terrestres. “Os homens devem morrer uma só vez” (Hb 9,27).
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Quando falamos em lidar com o luto, opiniões diversas surgem. Há quem acredite que não é saudável se entregar a ele. Há quem acredite que não é possível encontrar a tranquilidade interior sem passar pelas cinco fases do luto.
Neste artigo, vamos mostrar que descobrir como lidar com a morte é importante não somente para o luto, mas também para nos ajudar a viver melhor. Continue a leitura e saiba mais sobre esse assunto tão delicado.
Na morte, que é separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção, ao passo que a sua alma vai ao encontro de Deus, ficando à espera de ser novamente unida ao seu corpo glorificado. Deus na sua onipotência restituirá definitivamente a vida incorruptível aos nossos corpos unindo-os às nossas almas, pela virtude da Ressurreição de Jesus (Cat. §997).
Cada pessoa encara essa despedida de forma diferente e são várias as reações possíveis, tanto físicas quanto psicológicas: a insônia, a falta de apetite, o choro constante e que chega de maneira repentina, a vontade de se isolar e os sintomas de estresse (como sudorese, fraqueza e palpitação) são alguns exemplos — e não existe um prazo definido para que isso passe.
Aceitar a perda não significa seguir a vida como se a pessoa amada nunca tivesse existido. Não é esquecer os momentos bons partilhados com ela nem enterrar lembranças calorosas em um canto da mente. A saudade ainda vai mexer com as emoções e a pessoa amada ainda vai visitar os pensamentos, mesmo anos após a sua partida.
Por isso, abrace, beije, diga “eu te amo”, se apaixone, perca a vergonha e viva de acordo com seus anseios e valores para não se arrepender depois. Além disso, converse sobre a morte sem medo para se acostumar com a partida iminente de pessoas queridas.
O psicólogo tem o papel de ajudar a pessoa enlutada a navegar pelas fases do luto. Ele a orienta a fazer uso de suas capacidades internas para, enfim, chegar ao ponto da aceitação da perda. A partir de então, ela consegue traçar novos planos e objetivos para a sua vida.
Isso porque é natural e esperado que o enlutado fique triste, mas é preciso que ele saia desse sentimento, ainda que aos poucos, e perceba que a vida continua e que ainda há muitas pessoas com quem contar.
Sentimentos de raiva, angústia, desespero, medo, culpa e frustração se manifestam constantemente. Este turbilhão domina a mente da pessoa enlutada, fazendo-a ter condutas ríspidas e desagradáveis. Quando alguém tenta trazê-la para realidade, ela reage com agressividade, ainda incapaz de aceitar a perda.
Da mesma maneira que temos que nos adaptar quando a vida começa, com o nascimento de uma criança, temos que reaprender a seguir quando a vida termina. Assim, uma das principais dicas sobre como lidar com a morte é, de fato, entender as lições que a vida daquela pessoa nos trouxe. Aproveite o luto para amadurecer e se tornar alguém melhor.
A partir do momento em que compreendemos que a morte faz parte do ciclo da vida, nossa perspectiva muda. Passamos a dar mais valor para nossa saúde, nossas relações e nossos desejos. Não é preciso sofrer um infarto e sobreviver para entender a importância de cuidar do nosso corpo. Da mesma forma, não é preciso quase morrer ou perder alguém para dar valor à vida.
É possível que a pessoa em luto expresse a sua raiva por meio de atitudes autodestrutivas, como beber exageradamente, brigar com desconhecidos e destruir propriedade alheia. Como está transtornada, ela não compreende a gravidade de suas ações.
A visão cristã da morte é expressa de forma privilegiada na liturgia da Igreja: “Senhor, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível.”
As perdas normalmente atingem as pessoas em cheio, causando lágrimas, arrependimentos, desespero e depressão. Essas são reações normais, esperadas e necessárias para aliviar a tristeza causada pela morte de alguém querido. Todavia, será que elas seriam mais brandas se houvesse a compreensão e a aceitação da eminência da morte?
Você, que leu este texto até aqui, pode estar pensando: e você que escreve este texto, não pensa sobre a morte também? Claro que penso! Mas não me paraliso nela. Lido com ela várias vezes no consultório, nos questionamentos de clientes em terapia e nos meus próprios questionamentos, mas não no sentido de viver pensando em morrer, mas conduzindo bem a vida e seu sentido.